“Ao observarmos o Universo, o macrocosmo e o microcosmo que nos
cercam, constatamos que nada é igual, e que Deus, o Pai-Mãe, Olurum, Zambi, Jeová,
o Grande Incriado, o Único Eterno, ou como queiramos denominar o Criador, não
fez Suas criações todas iguais. Não somos robôs com a mesma programação
existencial, pois a diversidade é inerente às almas. Assim sendo, a umbanda nos
educa a conviver com essas diferenças, sem o ranço religioso que trazemos em nossos
inconscientes milenares, ancorado na disposição psíquica de impor igualdades ao
outro. Na verdade, os terreiros são como escolas que nos instruem a aceitar a
diversidade ritual com harmonia, numa fraternidade que faz conviver
pacificamente com as desigualdades.
É impensável uma entidade militante no movimento umbandista exigir
que se deva entrar nesta ou naquela religião, culto, igreja ou filosofia, pois
sempre parte da aceitação da fé do consulente, e, a partir daí, o direciona
para o amor universal que se esparge em todas as formas de religiosidade
existentes na Terra, levando-o a despertar o sentimento crístico de dentro para
fora. Portanto, as formas externas em que se amparam nossa religiosidade no
meio terreno nada mais são que escoras psicológicas transitórias, cuja
finalidade é melhorar nossa compreensão do Divino, de nossa centelha
espiritual, e ensinar a nos relacionarmos de maneira mais profícua com o Sagrado,
expandindo nossa consciência no sentido de que fazemos parte de uma gigantesca
colcha de retalhos que está pacientemente sendo costurada para nossa
reintegração cósmica.
Interiorizamos a umbanda no momento em que nossos espíritos vibram integralmente
no amor incondicional, e passamos a não impor que "fora de nossa religião,
fé ou igreja não há salvação".
Assim como os galhos das árvores são de todos os pássaros, as
diferenças ritualísticas na umbanda se moldam à diversidade de consciências
existentes e contribuem para a evolução coletiva, qual luz solar que clareia
todos os telhados.
A umbanda representa no microcosmo humano a força integradora do
Universo. A vibração dos orixás, aspectos diferenciados dessa força
integradora, ao convergir para ela, oferece um momento de unificação com o
Sagrado durante os seus cultos rituais, como se fôssemos peixes de um aquário
que retornam ao oceano.
O Universo é como uma grande fraternidade em que o amor é a base que
unifica os espíritos. Assim, mesmo nas dimensões de vida onde prepondera a
unidade cósmica, o êxtase espiritual vivenciado pelos seres que ali se
encontram não significa igualdade entre as consciências.
A magia na umbanda; as dimensões física, etérica, astral e a
movimentação mediúnica de energias entre elas. A importância dos elementos e
dos condensadores energéticos: ar, terra, fogo e água, álcool, ervas, fumaça,
som; as guias; os pontos riscados; a pólvora; as oferendas; a água.
Os fundamentos do congá (atrator, condensador,
dispersor, expansor, transformador e alimentador).”
(Origem: Do Livro “Umbanda Pé No Chão” –
Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)
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