PERGUNTA: - O
"movimento da umbanda, adaptando-se aos prosélitos em seus anseios
espirituais, com desapego em relação a dogmas intocáveis e engessamentos doutrinários",
não gerou muitas distorções até o presente momento, contribuindo negativamente
para a sua difusão, o que contraria a intenção do Espaço de angariar o máximo
de fiéis em menos tempo?
RAMATÍS: - Tendes memória curta, impregnada de
personalidade temporária, o que é próprio de vossa natureza encarnada e
momentaneamente esfacelada diante do espírito atemporal que vos anima. É de bom
alvitre relembrar-vos alguns fatos históricos, a fim de clarear as idéias, qual
pássaro que se banha no leito da água reanimadora após sentir-se extenuado por
longo vôo.
Os cultos que se estabeleceram após a
alforria dos escravos já se desviavam da velha magia africana, em decorrência
da perseguição da Inquisição católica que atingiu até os confins das mais escuras
senzalas. O catolicismo, a única religião que podia ser exercitada, fundiu-se
com o Estado durante o regime imperial em vossa pátria colonial, intensificando
a desagregação das crenças e a religiosidade provindas dos negros africanos.
Enraizou-se esse desvio, com as novas gerações, pouco dispostas à oralidade dos
antigos sacerdotes negros. Assim surgiram várias modalidades de culto no
cinturão de miséria que se formou no entorno da capital do Império, após a
"libertação" dos escravos.
As feitiçarias anglo-saxônicas e celtas
trazidas da Europa por influência portuguesa misturaram-se ao fetichismo negro
e às crenças mágicas indígenas, que, com o sincretismo, adquiriram ares de
demoníacas, pois exu foi associado ao diabo católico, numa distorcida adoração ao
demônio.
Multiplicou-se a atividade do feiticeiro
remunerado, bem como o trabalho feito na encruzilhada urbana, em vez de haver
dedicação à oferenda no sítio vibracional dos orixás, nas matas. Foram
generalizados os despachos, por meio de sacrifícios animais, ofertas de
vísceras, cachaça, farofa e o "indispensável" galo preto, com o
objetivo de obter favores, prejudicar inimigos, separar casais, arrumar
amantes; enfim, procurando o caminho mais fácil. Os feiticeiros satisfaziam os
anseios e a pressa dos cultos homens brancos, ex-sinhôs que haviam sustentado
os antigos escravos. Assim, alimentavam pelo pagamento, com o vil metal, os
mais baixos objetivos vibratórios do plano astral inferior, em total
desrespeito ao livre-arbítrio e por merecimento de todos os envolvidos, novelo
terrível que até os dias atuais não foi desembaraçado. Muitos feiticeiros,
novos sacerdotes do culto que se alastrou rompendo fronteiras regionais (a
macumba carioca), enriqueceram em poucos anos.
Os mentores do Espaço, atentos a tudo,
plasmaram no plano astral superior, com a autorização direta de Jesus,
representante maior do Cristo Cósmico, a umbanda e suas linhas vibratórias.
Formaram-se então as falanges espirituais de caboclos, pretos velhos e crianças,
entidades estruturais que a sustentam. Apresentou-se uma quantidade de
espíritos comprometidos evolutivamente com o combate à magia negativa,
determinados a estabelecer em solo pátrio a Divina Luz, que já brilhara com
intensidade nos antigos templos da luz da Atlântida.
Por determinação direta de Jesus, entidades
missionárias, muitas delas de outros orbes, aceitaram a designação de conduzir
o movimento da umbanda, concretizando-o na Terra, com a finalidade precípua, em
seus primeiros 100 anos, de confrontar o magismo distorcido que se propagava
assustadoramente, num levante das organizações do Astral inferior. A missão
prioritária era atingir, nessa primeira fase, as classes humildes, exatamente
as mais sujeitas à influência nefasta que se nutria num clima de superstições,
sortilégios e fetichismos comuns à época, contribuindo positivamente para a sua
proliferação.
(Origem: A Missão da Umbanda – Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do
Conhecimento)
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