PERGUNTA: Não vos seria possível dar-nos alguns exemplos desse fato?
RAMATÍS:
Alexandre Magno, por
exemplo, cuja índole psíquica era a belicosidade, os sonhos de conquistas
materiais, ao reencarnar no vosso orbe viveu novamente nas figuras invasoras de
César e Napoleão; Samuel, o profeta puro, voltou como João Evangelista, o
discípulo amado de Jesus, e depois ainda mais uma vez se consagrou como Francisco
de Assis; Elias, o puritano e genioso profeta que exterminou os sacerdotes de
Baal, reviveu na irascibilidade de João Batista, degolado a pedido de Salomé;
Isaías, o consagrado profeta de ampla visão bíblica, encarnou-se na França como
o famoso Nostradamus, cujas profecias muito se assemelham às daquele; Einstein,
dando o roteiro da bomba atómica, revela a sua anterior encarnação como
Demócrito, o fundador da atomística, estudioso da física e da matemática; José
Bonifácio, político, escritor e jurisconsulto brasileiro, principal figura da
Independência do Brasil, renasceu como Rui Barbosa, repetindo a profissão, a índole
política e se tornando, também, um paladino contra a monarquia, a favor da República;
Amenófis, inteligente e sensato médico da época de Ramsés II, volta noutra encarnação
corno João Huss, divulgando ideias corajosas e revolucionárias e, depois, regressa
como Allan Kardec, o "bom-senso" encarnado e responsável pela
codificação gloriosa do Espiritismo; Anchieta, o grande amigo dos silvícolas e
da caridade, toma outra vez o vestuário de carne, vivendo a figura de Frei
Fabiano de Cristo, o venerado capuchinho da tradição cristã; Iron, o grande
cacique inça, descobridor das florestas da Colômbia, retorna à Terra e, na
figura de Cristóvão Colombo, cruza o oceano e descobre as próprias terras que lhe
pertenceram no passado, sendo ainda reconhecido e saudado em espírito pelos
seus velhos amigos da existência anterior e novamente encarnados; Átila, pela
segunda vez percorre
a História, erguendo pirâmides de cabeças, na figura do feroz Gengis Khan; Antúlio organiza a mensagem de trabalho e a
rota amorosa para a Atlântida, para milénios depois descer ao vosso orbe e
iluminá-lo novamente, na figura do sublime Jesus de Nazaré.
Fica
evidenciado, portanto, que, embora se dobrem os séculos e até os milénios, os espíritos
ainda conservam por longo tempo a sua característica fundamental amorosa ou odiosa,
benfeitora ou delituosa, revivendo em novas personalidades terrenas as mesmas virtudes
ou as mesmas paixões perigosas, sem truncar a sua "linha psicológica"
reencarnatória.
Do
livro: “A Sobrevivência do Espírito” Ramatís/Hercílio
Maes – Editora do Conhecimento
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