PERGUNTA:
Temos lido afirmação de que, devido à sua persistente atuação, a força mental
produzida pelo pensamento desregrado causa modificações tão profundas na
fisionomia de certos desencarnados, que alguns chegam a apresentar verdadeiros
estigmas animais. Podeis nos dizer alguma coisa a respeito desse assunto?
RAMATÍS:
Realmente, há modificações que se processam no perispírito de certos
desencarnados, dando-lhes aspectos exóticos ou repulsivos, em que, muitas
vezes, reproduzem as feições de conhecidos animais. Mas é certo que também os
encarnados podem revelar em sua fisionomia os mais variados estigmas resultantes
das vicissitudes morais, ou então dos vícios aviltantes. A face da criatura
humana assemelha-se à tela cinematográfica refletindo as sensações do filme;
ali plasmam-se tanto os estados de ventura, bondade e otimismo, como se
refletem as subversões íntimas e insistentes do ódio, da cupidez, da astúcia ou
da avareza.
O
semblante humano retrata prontamente as investidas emotivas da alma, assim como
registra os seus mínimos pensamentos. Quantas vezes não tendes notado que os
rostos das criaturas escravizadas ao vício e às paixões aviltantes são parecidos
à fisionomia de certas aves e animais! O avarento, por exemplo, não é
representado pela figura do abutre, com o seu nariz adunco e os olhos com o brilho
da rapina? O homem lerdo e inexpressivo não o comparam ao boi, o astuto à
raposa, o cruel à hiena, o voraz ao lobo e o luxurioso à figura do caprino?
Imaginai,
pois, o que acontece quando o potencial vigoroso da força mental pode agir diretamente
sobre a estrutura astral do perispírito desencarnado que, por ser dotado de incrível
qualidade plástica, modifica-se rapidamente na sua configuração fisionómica!
Raros homens conhecem o assombroso efeito do pensamento sobre a ideoplastia do
perispírito, que é na verdade o mais admirável prolongamento da mente do mundo
astral.
Não
nos referimos ao perispírito como sendo apenas um organismo singelo e semelhante
a uma veste vaporosa, como ainda o creem muitos espiritualistas, mas sim como a
um avançado conjunto coletivo composto de todos os veículos de que o espírito
necessita para atuar e se relacionar com os diversos planos da vida imortal,
como sejam o etérico, o astral, o mental concreto, o mental abstrato, etc.
Sabemos que a sua real estrutura só agora está sendo conhecida entre os
espíritas estudiosos, pois só era familiar aos teosofistas, esoteristas,
rosa-cruzes, iogues, hermetistas e iniciados, que já conheciam a sua avançada fisiologia
"etéreo-astral", através dos ensinos hermetistas e védicos. É o mais
complexo aparelhamento jamais imaginado por um fisiologista ou anatomista
humano, e o seu completo conhecimento no mundo físico ainda poderá exigir
alguns milénios de estudos bem aplicados. A sua cor, densidade, temperatura
magnética, luminosidade e odor astral são resultantes de processos metabólicos
tão complexos e sutis, que ainda escapam inteiramente à compreensão do atual
homem encarnado. São fenómenos de grande sensibilidade, que atendem e reagem
rapidamente sob o mais ténue pensamento e emoção produzidos pela alma, como
também se modificam e se elevam pela influência da luz original do espírito,
que pode afluir do seu interior.
O
perispírito é o revelador de todas as ações ocorridas na intimidade da vida
espiritual, e a mente, então, significa o seu aparelho cinematográfico que
projeta aquilo que a alma pensa ou deseja. Em consequência, ele também
reproduz, em suas funções e aspectos, o "cunho
permanente", ou caráter definitivo que a alma já imprimiu na formação de
sua consciência individual através dos milénios.
É
uma organização básica que, exteriormente, pode ser analisada pela sua cor, magnetismo,
luminosidade, temperatura e odor, como elementos identificadores do temperamento
psíquico do ser imortal. E, como é o fundamento identificador do tipo de cada
alma, também costuma apresentar outras características de cores, com novos
reflexos de luminosidade e diferenças magnéticas de temperatura e odor. Isso é
conhecido no mundo astral como os "sinais acidentais" que resultam
dos vários tipos de emoções e pensamentos produzidos pelo espírito, mas que não
modificam o seu caráter fundamental, já exposto na aura perispiritual.
Do livro: “A Sobrevivência do Espírito” Ramatís/Hercílio Maes
– Editora do Conhecimento
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