PERGUNTA:
E quais seriam os sinais acidentais que poderíamos notar na aura daquele
espírito extremamente egoísta, que nos serviu de exemplo?
RAMATÍS:
Sobre sua aura de cor parda brilhante e reflexiva pela sujidade oleosa,
poderiam se manifestar, acidentalmente, outras nódoas, manchas escuras
repelentes, ou mesmo indícios de cores claras e belas, que seriam as variações dos
sentimentos, emoções ou pensamentos, que também possam se manifestar de modo acidental
numa alma "fundamentalmente" egocêntrica.
PERGUNTA:
E qual seria a natureza exata dos pensamentos responsáveis pelas formas, cores,
manchas, sinais ou nódoas acidentais, na sua aura parda?
RAMATÍS:
Já vos expliquei que não há
espírito absolutamente perverso pois, mesmo no estado do mais profundo egoísmo,
que é a paixão do excessivo amor ao bem próprio e desinteresse pelo alheio, ele
tem momentos de angústia, saudade, ternura ou remorso, que são provenientes do
impulso expansivo e ascensional, que incessantemente se origina da centelha
divina palpitante do imo da alma. O
espírito, por mais desprezível que se nos apresente, sempre é vulnerável a
certo afeto, a algum ideal recalcado, e também pode ser vítima de suas próprias
reflexões dolorosas ou desespero interior.
Mesmo os seres mais diabólicos não
deixam de ter saudade da família e
de certos amigos que deixaram na Terra, assim como há momentos, no recôndito
dos seus corações, que clamam pela exaustão da própria maldade. Como a
tendência inata da alma é a Ventura Espiritual, em afinidade com a natureza da
centelha de luz interior provinda de Deus, sendo as trevas uma condição
anormal, as entidades satânicas são como os viciados no álcool,
que teimam em defender o sofisma de que assim é a verdadeira vida e o prazer de
viver!
Malgrado
os entusiasmos e os poderes diabólicos, os génios do mal comprovam que precisam
viver em constante defensiva e vigilância, pois não ignoram que são odiados e vigiados
pela desconfiança e hostilidade dos próprios associados e sequazes, que anseiam
por suplantá-los. O diabolismo não é um estado de malignidade definitiva,
porque é visitado incessantemente pelas oscilações benéficas, que vêm da
intimidade espiritual e lhe enfraquecem a estrutura subversiva. Esse surto de
pensamentos e sentimentos com intenções renovadoras, no psiquismo embrutecido,
é que produzem novos efeitos de cores claras e límpidas sobre a aura
permanente, e que em nosso exemplo têm o tom pardo terroso do egoísmo. São os
sinais "acidentais" que se manifestam à superfície do perispírito, variando
de conformidade com os sentimentos em jogo, nas cores correspondentes aos
mesmos.
PERGUNTA:
Podeis nos citar algumas dessas variações e suas respectivas cores?
RAMATÍS:
Supondo-se que a alma profundamente egocêntrica, do nosso
exemplo, se deixasse tomar momentaneamente por alguns impulsos de
orgulho, ciúme e cólera, estas seriam
outras paixões acidentais projetadas sobre o seu egoísmo. Então, sobre a cor
áurica pardo-oleosa permanente, do egoísmo, surgiriam nódoas ou fragmentos de
alaranjado escuro e brilhante, verde em matiz sujo e encarnado chamejante, que
identificam, respectivamente, os padrões cromosóficos ou vibratórios do
orgulho, ciúme e cólera. Em outro sentido, supondo-se um espírito cuja paixão
fundamental fosse a cólera, a cor permanente de sua aura seria então um
encarnado afogueado; desde que acidentalmente tivesse alguns assomos de
egoísmo, o fenómeno seria inverso, pois nessa aura de encarnado permanente
apareceriam nódoas ou manchas esparsas, de cor parda oleosa e suja, que é a cor
do egoísmo .
Os
sentimentos de tolerância e urbanidade revelam-se por alguns matizes de um
verde claro e transparente; a saudade fraterna ou o amor sincero se denunciam
pelo rosa-claro, enquanto que a ansiedade espiritual elevada se manifesta por
uma formosa tonalidade de azul claro, luminescente, cujas cores, como formosas
centelhas policrômicas, têm alguns momentos de vida, como sinais acidentais
elevados sobre a aura fundamental do espírito.
Do livro: “A Sobrevivência do Espírito” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento
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