PERGUNTA:
Qual um exemplo elucidativo desse caso?
RAMATÍS:
Certos escritores de estilo
veemente e de um realismo desassombrado, podem algumas vezes apresentar certas
variações de estilo em suas obras, introduzindo nelas alguns toques de ternura,
romantismo ou poesia, sem que isso prove que eles são efetivamente sentimentalistas
ou românticos. Trata-se apenas de variações acidentais ou recursos provisórios
que não afetam o "cunho permanente" do seu estilo já consagrado pelo
tempo. Examinando
o perispírito de cada alma, cuja consciência vem se elaborando na noite dos
tempos, os mestres espirituais conhecem a sua virtude ou o seu pecado milenário
fundamental, bastando-lhes verificar o "cunho permanente" que se
forma na aura perispirítica, cujo diagnóstico dependerá do tom da cor e intensidade
de luz, natureza da temperatura e tipo de magnetismo odorante, isto é,
repulsivo, balsâmico ou irritante.
Examinando
outros fragmentos de cores, reflexos luminosos e variações magnéticas de menor
importância, conseguem eles também esquadrinhar as demais variações mentais e emotivas,
que se produzem acidentalmente na aura do examinando, como produto de
sentimentos ou ansiedades transitórias, que ainda não conseguiram causar
modificações no caráter
espiritual.
PERGUNTA:
Quereis dizer que o "cunho permanente" ou o "caráter fundamental"
de cada alma pode permanecer sem modificação até durante séculos, quiçá milénios?
Não seria isso um improdutivo estacionamento da alma por se ver cerceada pelo seu
próprio psiquismo?
RAMATÍS:
Realmente, a Lei é esta: a
alma não retrograda, mas sim evolui ou estaciona. Mesmo durante essa fase que
vos parece de improdutivo estacionamento, as forças propulsoras não se
extinguem no seio da alma, mas se represam em salutar concentração, lembrando o
repouso da natureza quando, durante o Inverno, aquieta as suas energias para
depois incentivá-las vigorosamente na Primavera. O que vos causa dúvida provém
de situardes a sequência da vida imortal do espírito sob a marcação prosaica do
calendário humano. Embora, para o entendimento humano, os milénios pareçam algo
impressionantes no conceito de tempo e espaço, eles ainda pesam muito pouco no
desenvolvimento formativo das consciências individuais, que são lançadas
virginalmente na corrente da evolução espiritual. Esse cunho permanente ou
caráter fundamental, que é a própria marca psíquica da alma, ainda pode
conservar-se por muito tempo sem sofrer mudanças radicais porquanto, à medida
que o espírito opera vagarosamente, para extirpar uma paixão milenária e já
perniciosa à sua consciência evoluída, outro sentimento sorrateiro tenta
emergir e deitar corpo para também exercer o seu mandato ditatorial, embora seja
por curto prazo. Daí, pois, o motivo porque muitos espíritos, em sucessivas
encarnações, ainda revivem fortemente a característica fundamental, virtuosa ou
aviltante que os dominou na existência anterior.
Quando
puderdes examinar a história da Terra sob a visão espiritual desencarnada,
podereis comprovar que, devido à ação desse "cunho permanente" em
alguns espíritos de projeção mais vasta, eles deixaram na Terra novos rastros
luminosos ou sombras denegridas, como cópias-carbono
de sua maior virtude ou de seu maior pecado cometido nas vidas anteriores.
Do
livro: “A Sobrevivência do Espírito” Ramatís/Hercílio
Maes – Editora do Conhecimento
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