PERGUNTA:
Não se poderia supor que a luz existente
no imo da alma, e que emana do próprio Deus, nunca deveria ser dominada pelas
trevas do mundo exterior? É plausível esta nossa indagação?
RAMATÍS:
Todos os propósitos espirituais benfeitores aceleram a dinâmica do
perispírito e, por isso, facilitam a expansão de luz; entretanto, as intenções
maléficas são letárgicas e favorecem a condensação das trevas. Desta forma,
como a luz é na realidade o princípio basilar da vida espiritual e a essência
mais pura conceptual de Deus, o espírito nimbado de luz também clareia,
purifica e acelera continuamente o tom vibratório de todas as demais funções do
seu perispírito. A luz indestrutível, que vem do núcleo íntimo de sua verdadeira
consciência espiritual, é que também coordena a contextura do perispírito, clareando
o seu trabalho fisiológico e iluminando toda a sua configuração anatómica.
O aceleramento
e a fluência de luz interior clarifica então as cores, eleva o tom vibratório
dos odores astrais, refresca a sua termodinâmica e balsamiza a alma no contato
mais feliz com a essência elevada das esferas angélicas.
No
corpo físico, a temperatura sempre resulta do trabalho específico dos
"centros térmicos", enquanto que no perispírito, embora sob outro
processo sutilíssimo, esse metabolismo depende de maior ou menor nutrição de
luz interior; esta, por sua vez, só aflui pela natureza dos pensamentos e das
emoções elevadas do espírito. O equilíbrio espiritual, provindo dos pensamentos
regrados, proporciona limpidez ao perispírito e o desafoga para maior filtração
de luz, resultando a suavização da temperatura magnética, fragrância de perfumes
e purificação das cores, enquanto que as trevas reduzem o metabolismo delicado
da vestimenta perispiritual, assim como o inverno retarda o dinamismo da vida. Na
alma devotada ao mal, as sombras aderem como fuligem redutora do delicado funcionamento
"etéreo-astral" do perispírito, resultando disso uma verdadeira
restrição de vida. Então se processa acentuada redução vibratória; a
temperatura desce à gelidez, o magnetismo se torna irritante e opressivo,
porque se desequilibra na sua dosagem transcendental; as cores da aura baixam
para o tom sujo e terroso, pesando no sistema perispiritual qual um denso manto
de fluido pegajoso; o odor se torna tão repugnante, por vezes, que certos
espíritos chegam a exalar emanações cadavéricas.
Enquanto
os encarnados podem se apresentar com o corpo limpo e odorante, servindo-se dos
recursos comuns do banho e do sabão perfumado, no mundo astral a desejada
higiene só pode ser conseguida pelo banho de luz projetado na intimidade da
alma. E essa luz, como já vo-lo dissemos, aumenta tanto quanto a alma se
angeliza e reduz-se tanto quanto ela se degrada.
PERGUNTA:
Então podeis nos descrever quais seriam as características particulares
apresentadas pelo períspírito de uma alma trevosa e de grande potencial diabólico?
RAMATÍS:
A fim de melhor esclarecer o assunto, dou um exemplo bem claro:
Suponde a existência de um espírito cuja característica fundamental, ou seja, o
seu "cunho permanente", seja a de profundo egoísmo. É este o seu
defeito fundamental, a marca de sua exclusividade pessoal, o selo delituoso
aposto em todos os seus atos, serviços e projetos, tanto no mundo astral como
no material. Há de ser um espírito, pois, cuja vida se move em torno do mais
frio e completo egoísmo! Qual seria, então, o quadro geral da configuração e
dos atributos do perispírito dessa alma excessivamente egoísta? Qual a cor e quais
os fenómenos indicados pela sua aura? A cor do egoísmo, na escala sideral, é o
pardo brilhante, a forrar-lhe todo o perispírito; não com um brilho translúcido
ou refulgente, mas apenas com um reflexo oleoso e sujo sobre o tom fundamental;
o odor astral, próprio do egoísta permanente, recordar-vos-ia as emanações
apodrecidas dos legumes no máximo de sua deterioração. A sua temperatura seria
extremamente gélida, causando grande sofrimento aos médiuns de incorporação,
pois o egoísmo, como sentimento de exclusivo interesse pessoal, é psiquicamente
isolante, como se o seu portador vivesse solitário, num círculo de gelo. O
magnetismo peculiar do egocentrismo é coercitivo e denso; por isso, quando em
contato com outras almas de tendências simpáticas, torna-se um multiplicador de
vibrações egotistas.
Através
do magnetismo perispiritual de que todos nós somos portadores, e que varia de
conformidade com a natureza da alma, é que as entidades perversas ou os
espíritos sofredores produzem os estados emotivos de angústia ou então
conseguem ativar as paixões perigosas nos encarnados. Certas criaturas portadoras
de faculdades mediúnicas desenvolvidas sem a moldagem evangélica, quase sempre
não passam de meros prolongamentos vivos dos malfeitores do Além, que pouco a
pouco as tornam viciosas, ferinas e interesseiras, fazendo-as até descrerem de
sua mediunidade e da própria realidade espiritual. A sensibilidade mediúnica,
cada vez mais florescente na Terra, aumenta a oportunidade para os desregrados
do Além atuarem com o seu magnetismo viciado sobre os encarnados, pois os
influenciam apenas com a sua simples presença, mesmo sem quaisquer interesses
secundários. Já vos enunciamos, em obra anterior, que algumas mulheres
parturientes, devido ao tipo de influência magnética nociva, do espírito a se
encarnar, chegam até a modificar o seu temperamento comum, algumas variando
para pior no seu caráter bem formado, a ponto de sentirem aversão às virtudes
espirituais afins ao seu temperamento.
Do livro: “A Sobrevivência do Espírito” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento
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