Sabedoria Ramatis

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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Os Estigmas do pecado no corpo físico e no perispírito – 8ª parte










PERGUNTA:  Não se poderia supor que a luz existente no imo da alma, e que emana do próprio Deus, nunca deveria ser dominada pelas trevas do mundo exterior? É plausível esta nossa indagação?




RAMATÍS: Todos os propósitos espirituais benfeitores aceleram a dinâmica do perispírito e, por isso, facilitam a expansão de luz; entretanto, as intenções maléficas são letárgicas e favorecem a condensação das trevas. Desta forma, como a luz é na realidade o princípio basilar da vida espiritual e a essência mais pura conceptual de Deus, o espírito nimbado de luz também clareia, purifica e acelera continuamente o tom vibratório de todas as demais funções do seu perispírito. A luz indestrutível, que vem do núcleo íntimo de sua verdadeira consciência espiritual, é que também coordena a contextura do perispírito, clareando o seu trabalho fisiológico e iluminando toda a sua configuração anatómica.
O aceleramento e a fluência de luz interior clarifica então as cores, eleva o tom vibratório dos odores astrais, refresca a sua termodinâmica e balsamiza a alma no contato mais feliz com a essência elevada das esferas angélicas.
No corpo físico, a temperatura sempre resulta do trabalho específico dos "centros térmicos", enquanto que no perispírito, embora sob outro processo sutilíssimo, esse metabolismo depende de maior ou menor nutrição de luz interior; esta, por sua vez, só aflui pela natureza dos pensamentos e das emoções elevadas do espírito. O equilíbrio espiritual, provindo dos pensamentos regrados, proporciona limpidez ao perispírito e o desafoga para maior filtração de luz, resultando a suavização da temperatura magnética, fragrância de perfumes e purificação das cores, enquanto que as trevas reduzem o metabolismo delicado da vestimenta perispiritual, assim como o inverno retarda o dinamismo da vida. Na alma devotada ao mal, as sombras aderem como fuligem redutora do delicado funcionamento "etéreo-astral" do perispírito, resultando disso uma verdadeira restrição de vida. Então se processa acentuada redução vibratória; a temperatura desce à gelidez, o magnetismo se torna irritante e opressivo, porque se desequilibra na sua dosagem transcendental; as cores da aura baixam para o tom sujo e terroso, pesando no sistema perispiritual qual um denso manto de fluido pegajoso; o odor se torna tão repugnante, por vezes, que certos espíritos chegam a exalar emanações cadavéricas.
Enquanto os encarnados podem se apresentar com o corpo limpo e odorante, servindo-se dos recursos comuns do banho e do sabão perfumado, no mundo astral a desejada higiene só pode ser conseguida pelo banho de luz projetado na intimidade da alma. E essa luz, como já vo-lo dissemos, aumenta tanto quanto a alma se angeliza e reduz-se tanto quanto ela se degrada.





PERGUNTA: Então podeis nos descrever quais seriam as características particulares apresentadas pelo períspírito de uma alma trevosa e de grande potencial  diabólico?





RAMATÍS: A fim de melhor esclarecer o assunto, dou um exemplo bem claro: Suponde a existência de um espírito cuja característica fundamental, ou seja, o seu "cunho permanente", seja a de profundo egoísmo. É este o seu defeito fundamental, a marca de sua exclusividade pessoal, o selo delituoso aposto em todos os seus atos, serviços e projetos, tanto no mundo astral como no material. Há de ser um espírito, pois, cuja vida se move em torno do mais frio e completo egoísmo! Qual seria, então, o quadro geral da configuração e dos atributos do perispírito dessa alma excessivamente egoísta? Qual a cor e quais os fenómenos indicados pela sua aura? A cor do egoísmo, na escala sideral, é o pardo brilhante, a forrar-lhe todo o perispírito; não com um brilho translúcido ou refulgente, mas apenas com um reflexo oleoso e sujo sobre o tom fundamental; o odor astral, próprio do egoísta permanente, recordar-vos-ia as emanações apodrecidas dos legumes no máximo de sua deterioração. A sua temperatura seria extremamente gélida, causando grande sofrimento aos médiuns de incorporação, pois o egoísmo, como sentimento de exclusivo interesse pessoal, é psiquicamente isolante, como se o seu portador vivesse solitário, num círculo de gelo. O magnetismo peculiar do egocentrismo é coercitivo e denso; por isso, quando em contato com outras almas de tendências simpáticas, torna-se um multiplicador de vibrações egotistas.
Através do magnetismo perispiritual de que todos nós somos portadores, e que varia de conformidade com a natureza da alma, é que as entidades perversas ou os espíritos sofredores produzem os estados emotivos de angústia ou então conseguem ativar as paixões perigosas nos encarnados. Certas criaturas portadoras de faculdades mediúnicas desenvolvidas sem a moldagem evangélica, quase sempre não passam de meros prolongamentos vivos dos malfeitores do Além, que pouco a pouco as tornam viciosas, ferinas e interesseiras, fazendo-as até descrerem de sua mediunidade e da própria realidade espiritual. A sensibilidade mediúnica, cada vez mais florescente na Terra, aumenta a oportunidade para os desregrados do Além atuarem com o seu magnetismo viciado sobre os encarnados, pois os influenciam apenas com a sua simples presença, mesmo sem quaisquer interesses secundários. Já vos enunciamos, em obra anterior, que algumas mulheres parturientes, devido ao tipo de influência magnética nociva, do espírito a se encarnar, chegam até a modificar o seu temperamento comum, algumas variando para pior no seu caráter bem formado, a ponto de sentirem aversão às virtudes espirituais afins ao seu temperamento.



Do livro: “A Sobrevivência do Espírito” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento

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