Pergunta: Que pode acontecer às pessoas celibatárias, que recusam deliberadamente de
casar e cumprir o mandamento do "Crescei e multiplicai-vos", mas contemporizam
o seu desejo sexual, alhures?
Ramatís:
Toda infração ao curso da Lei gera punição dentro do próprio
reajuste de equilíbrio entre os pólos opostos! O homem deliberadamente solteiro
só agrava a sua situação num mundo egotista e impiedoso como ainda é a Terra!
Ele é o candidato infalível à solidão por falta de afetos sinceros e íntimos,
sem lar, esposa, filhos, netos ou demais parentes da descendência que o
indenizarão nos últimos anos de vida! Considerado um marginal na esfera dos
"casados", a sua presença é sub-repticiamente aceita com desconfiança,
pois nada tem a perder no campo da relação sexual! O solteiro, em geral, vive exclusivamente
para o seu próprio bem; não divide o seu afeto com uma esposa, não enfrenta problemas
nevrálgicos de um chefe de casa e só tem uma preocupação: cuidar de si! Mas atinge
a velhice quase como um indesejável, alguém que se furtou de cooperar na vida
tão aflitiva dos demais parentes e companheiros! Comumente, semeia sentimentos
de frustrações nos próprios progenitores que o geraram, os quais lamentam, no
silêncio da alma, o filho ou a filha que lhes negou a continuidade na figura
inquieta, vivíssima e rebelde dos netos!
Pergunta: Mas é justificável o sofrimento da mulher que
procria filhos incessantemente por culpa de maridos puritanos, fanáticos
religiosos ou adeptos da gestação ininterrupta?
Ramatís: Em face da equanimidade da Lei do Carma, que pesa na balança
divina todos os nossos pensamentos, atos e sentimentos, teremos de indenizar os
prejuízos ocasionados a quem quer que seja! Assim, muitas esposas, unidas a um
esposo obstinado e obrigada a procriar filhos a granel, apenas colhe os efeitos
cármicos que infringiu no pretérito! Através de sacrificial e incessante
procriação, essa mulher indeniza os prejuízos causados em vidas anteriores,
quando frustrou o renascimento de alguns espíritos desesperados pela vida
física, ou, talvez, abandonou os próprios filhos no mundo implacável!
É
o seu Carma culposo que a vincula a um marido obstinado ou fanático religioso,
que não lhe dá descanso procriativo, pois doutra forma ela teria casado com
outro homem menos sexual e fértil! Daí os paradoxos, quando nascem gêmeos, trigêmeos
e até quadrigêmeos, em famílias já oneradas por uma prole numerosa, porém em
débito procriativo de vidas passadas!
Pergunta: Mas a mulher frágil e enfermiça, desaconselhada de gestação pela própria
medicina, assim mesmo ela deve procriar filhos, só porque faliu no pretérito negando-se
de procriar?
Ramatís: Insistimos em dizer que a Lei Cármica não se engana e não
castiga, mas ela apenas reajusta e equilibra em benefício do próprio ser
culposo. Esposa frágil e doentia, que ainda deve procriar muitos filhos de um
esposo fanático do "Crescei e multiplicai-vos", sem dúvida é espírito
bastante onerado com o pretérito. Talvez quando foi mulher afortunada e sadia,
esposa de marido compreensivo e liberal, rodeada por serviçal criadagem,
esquivou-se das vicissitudes da maternidade e negou-se a ser mãe para não deformar
o ventre. Evidentemente, abusou do aborto infamante, expulsando a alma que lhe suplicava
guarida em seu lar feliz! Como a "semeadura é livre, mas a colheita é
obrigatória", essa mulher faltosa, malgrado a saúde claudicante, ainda
deve criar os filhos que rejeitou em vidas anteriores!
DO LIVRO: “A VIDA HUMANA E O
ESPÍRITO IMORTAL” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.
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