PERGUNTA: Muitas pessoas são defensoras do
aborto, alegando não existir, nos primeiros meses de gestação, uma vida
organizada; logo, se não existe uma vida disciplinada ou superior no ventre da
mulher, não é delito a prática do aborto. Afirmam que, só depois de nascer a
criança, há o aparecimento de uma personalidade para, depois, se desenvolver no
decorrer da própria existência. Que dizeis?
RAMATÍS: Nenhum julgamento científico, ou dos "entendidos",
pode ser levado a sério, caso o seu autor desconheça essas três premissas
fundamentais: vida imortal, Lei do Carma e Reencarnação. Qualquer opinião sem o
conhecimento da vida real da individualidade imortal é absolutamente falsa,
incoerente e sem fundamento plausível. Mesmo o dogma católico de que a alma do
homem só se incorpora no corpo carnal na hora do nascimento é falho, porquanto
existe vida e não se justifica o aborto do nascituro. Seria absurdo o fato de
se gerar uma vestimenta de carne para uma alma, sem que ela mesma escolha o
tipo da fazenda. Portanto, se a alma existe mesmo antes da formação do corpo
carnal, obviamente, esse organismo é produto de um plano, ou esquema
antecipado, no qual a futura mãe já está comprometida; e será culpada por fugir
à responsabilidade de criá-lo.
Mas,
a realidade espiritual ainda é bem mais severa, porque o corpo carnal do homem
não é simplesmente o traje físico, envergado pelo espírito para manifestar-se
no mundo material — é a materialização de si mesmo, traço por traço, célula por
célula, órgão por órgão. O organismo físico, em consequência, é o "traje
vivo", em progressiva materialização no orbe terráqueo, dentro do ventre
da mulher. Reafirmamos ser o aborto provocado causador de lesões profundas,
traição, irresponsabilidade ou crime do espírito da mãe, a qual partiu do
Espaço prontificando-se a cumprir essa tarefa, a fim de resgatar suas culpas
passadas e auxiliar o espírito encarnante no seu retorno à vida física. Não há
justificativa para se liberar o aborto, sob a alegação de não existir vida
superior ou individualidade nos primeiros meses de gestação; o feto, em
incessante transformação, é, na verdade, o próprio espírito a se plasmar na
figura do _homem terrícola. Não se trata de justificar as condições fetais, mas
a interrupção de uma vida planejada e ativada desde o Além, para se manifestar
na forma de um ser, à superfície do mundo físico que, tanto poderá ser um
flagelo, como um benfeitor da 65 humanidade.
PERGUNTA: Qual é a mais grave repercussão do
aborto no mundo espiritual?
RAMATÍS: Sem dúvida, é a violência, a perda de tempo e energia
desperdiçada num projeto cuidadosamente elaborado para um espírito
materializar-se na Terra e ressarcir-se das culpas passadas, cujo remorso o
aflige constantemente na vida astral.
É
impossível, para o homem encarnado, avaliar o sofrimento e o desespero da alma,
quando a mãe lhe destrói o organismo carnal, destinado a servir-lhe de
instrumento apropriado para se livrar mais breve dos seus desvios pregressos.
Mal sabem as infelizes mães abortadeiras que esse rompimento imprevisível
frustra um programa da mais alta responsabilidade espiritual, do qual os médicos
e as "fazedoras de anjos" assumem a responsabilidade, e terão de
ressarcir os danos causados à mãe e ao filho, em próximas reencarnações,
atrasando a própria evolução espiritual 1.
1
— Vide o capítulo "Os Charcos de fluidos nocivos no Astral Inferior",
da obra "A Vida Além da Sepultura", de RAMATÍS, onde se descreve a
terrível situação dos responsáveis pelo aborto, considerados os "inimigos
da vida", além das deformações ideoplásticas que, depois, os materializam
na Terra, compondo uma das repulsivas faunas teratológicas. Na hora infeliz do aborto,
são seccionadas abruptamente as ligações não só de corpo para corpo, como,
também, de espírito para espírito, frustrando uma plêiade de tarefeiros do Bem,
curvados e pesarosos pela ignorância humana, a ceifar de um só golpe brutal a
vida carnal e anímica de um ser esperançoso de encontrar a redenção de seus
equívocos.
PERGUNTA: — Que dizeis da estuprada que, em
conseqüência, engravida e pratica o aborto por causa da revolta Justa em
expulsar de si o fruto de um delito hediondo? Ela também incorre na mesma culpa atribuída às
que praticam o
aborto sem um motivo real?
RAMATÍS: Cada existência humana, já o dissemos, é um enredo elaborado e
decorrente de acontecimentos vividos no passado. Não há, jamais, um "fio
de cabelo" de injustiça por parte da Lei Cármica. A criatura humana passa
sobre o planeta colhendo os frutos saborosos ou insulsos da má sementeira
anterior ou, então, usufruindo dos benefícios da boa sementeira do passado.
Nenhum acontecimento, fato ou vicissitude ocorre sem algum fundamento cármico
geratriz, em encarnações anteriores.
Embora se verifique certa fatalidade nas
vivências humanas, não há, propriamente, um destino implacável e insuperável, o
qual é sempre decorrência de um programa previamente elaborado pelos próprios personagens
do drama terrícola, sob a assistência de entidades superiores; e esses quadros
aflitivos e acontecimentos trágicos ainda proporcionam a devida educação superior
espiritual. Aliás, em obra anterior 2, expusemos que o próprio homicida não
fica predeterminado a ser assassinado na próxima encarnação, mas, por força de
sua índole inferior, é atraído para viver no seio de assassinos. Em verdade, quem
mata elege-se para viver num ambiente ou coletividade afim a sua natureza
criminosa, assim como o pintor, o músico e o escritor, na Terra, buscam-se,
entre si, pela lei de afinidade, e passam a viver mais propriamente em grupos
eletivos.
Evidentemente,
a mulher que sofre o estupro, e ainda a infelicidade de ser fecundada, malgrado
ser vítima de revoltante ignomínia de um indivíduo desnaturado, demonstra
encontrar-se desprotegida pela própria Lei infringida por ela no passado,
quando provocou desditas semelhantes. A ação corretiva ou exemplificadora da
Lei da Vida não implica uma injustiça, porquanto é do conhecimento do homem que
"a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória" ou que "a
criatura sempre recebe segundo as suas obras". Não obstante quaisquer
justificativas ou revoltas íntimas contra o fato, ainda cabe à mulher infelicitada
e inconformada a tarefa de dar à luz o filho do tarado sexual, para redimir-se
de culpas pretéritas. Sem dúvida, foi apanhada pela Lei no momento oportuno,
pelos laços expiatórios, para saldar débitos passados. O estupro odioso é um
acontecimento abominável e revoltante, ferindo profundamente o amor-próprio
humano; no entanto, quer seja praticado o aborto por antipatia cármica, quer
por questões sociais, financeiras ou excesso de filhos, é sempre um corpo em
gestação expulso extemporaneamente do útero materno, onde se acolhia uma alma
em terrível aflição psíquica. O certo é que o aborto, em tempo algum, repara
qualquer dano ou injustiça. A gravidez é uma determinação cármica e, jamais,
produto acidental de um acaso, jubiloso ou triste.
2
— Vide a obra "O Evangelho a Luz do Cosmo", de Ramatís/Hercilio Maes,
Editora do Conhecimento.
DO
LIVRO: “SOB A LUZ DO ESPIRITISMO” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO
CONHECIMENTO.
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