Pergunta:
Supondo-se que alguns encarnados que se suicidaram no passado se rebelam
em futuras encarnações contra as novas provas dolorosas de retificações espirituais
e resolvam suicidar-se novamente, quais serão os recursos empregados pelo mentores
espirituais, a fim de que esses infelizes irmãos não possam fugir às provas redentoras?
Ramatís:
Não é preciso que os
prepostos espirituais criem situações propositadamente punitivas para que esses
espíritos rebeldes não fujam de suas provas, pois eles mesmos criam suas
condições expiatórias quando avançam em demasia na sua revolta e ficam
manietados aos resultados de suas próprias ações. Assim
como o trovão desfere o raio, que carboniza as substâncias na atmosfera carregada
de eletricidade, os espíritos revoltados também produzem venenos mentais e astrais
violentos, que os vitimam sob terrível intoxicação e os debilitam, minando-lhes
até o senso psíquico de coordenação mental. Sobrecarregam-se de corrosivos
produzidos pela mente em rebeldia, como produtos da cólera, da raiva ou do
ódio, e que na lei de correspondência vibratória se condensam e incrustam na
superfície delicada do perispírito, tornando-o terrivelmente enfermo.
Durante
a reencarnação, o perispírito é obrigado a reduzir-se até se encaixar perfeitamente
na forma fetal que se encontra em gestação no corpo feminino para, então, despertando
aos poucos, desenvolver-se aglutinando os novos elementos biológicos da linhagem
hereditária a que se encontra ligado e que hão de constituir-se no seu novo
corpo carnal. À medida que vai crescendo o embrião no ventre materno, o
perispírito vai se libertando gradativamente de sua carga astral venenosa, que
se transfere para o organismo tenro em formação, para mais tarde surgir a mesma
enfermidade em toda a sua eclosão perniciosa. Em certos casos, o encarnante
drena com demasiada violência o conteúdo tóxico do seu perispírito para o novo
corpo físico, ainda em vida uterina, resultando que, ao nascer, já se apresenta
com terrível lesão, enfermidade ou estigmas congênitos. Em verdade o corpo carnal
é a materialização completa do perispírito na matriz uterina, e se plasma sob o
princípio atualmente esposado pela ciência, de que a matéria é energia
condensada. Deste modo, todas as forças envenenadas do psiquismo doentio, que
se geraram pela rebeldia, cólera, irascibilidade ou fúria suicida, baixam
vibratoriamente durante a acomodação do perispírito no órgão etérico da
gestante e, à medida que vai se constituindo o novo corpo, também absorve os
venenos da veste perispiritual do encarnante. A carga tóxica transfere-se desta
última para o corpo tenro, que depois será, então, um instrumento de
sofrimentos e dificuldades para o seu próprio dono, vítima de suas tropelias e
invigilâncias pretéritas. Então
o indivíduo poderá nascer com o corpo coberto de chagas incuráveis, lesado no sistema
circulatório, nervoso ou linfático, ou enfermo de outros órgãos vitais do
corpo. Em certos casos, as perturbações nos plexos nervosos ou na zona cerebral
são as responsáveis por angustiosas paralisias, quadros mórbidos de alucinações
vividas no astral inferior, ou ainda pelos estados confrangedores da epilepsia.
Justifica-se, então, a existência dessa tenebrosa caravana de criaturas
teratológicas, imbecilizadas ou portadoras das mais aberrativas atrofias, que
expõem os seus molambos de carne pelas ruas das cidades ou se arrastam
grotescamente como inquilinos torturados de um mundo infernal, e em ânsias
frementes de viver! São infelizes
almas que há muito tempo vêm se estertorando no resgate dos mais trágicos desatinos
do passado ou, então, inveterados suicidas que fugiram da vida esfrangalhados
sob veículos ou por quedas desesperadas, carbonizados pelo fogo, envenenados pelos
corrosivos ou aniquilados pelas armas de fogo ou pelos punhais. A Lei Cármica
então os manietou aos resultados dos próprios tóxicos e lesões perispirituais
que em momentos de vingança geraram contra os princípios harmônicos da vida
humana. Em conseqüência, aqueles que se suicidaram em uma encarnação e que, em
novo ato de rebeldia, se trucidam em reencarnações retificadoras, são apanhados
pelo próprio cientificismo regulador da Vida e agravam, ainda mais, as suas
situações dantescas. O Carma os enlaça novamente e eles retomam ao mundo físico
amordaçados aos próprios ergástulos de carne; muitas vezes renascem
imbecilizados e com fugidio sopro de consciência flutuando sobre o vigoroso
instinto de vida animal, que então se encarrega de impedir-lhes a coordenação
psíquica para efetuarem qualquer novo ato de suicídio.
Pergunta: Mas, voltando à pergunta anterior: Devemos
supor que tais tipos de suicidas sempre hão de se reencarnar impedidos da
consciência de si mesmos, ou então privados de sua liberdade orgânica no mundo
físico?
Ramatís:
Da mesma forma como pode
existir diferença de recursos terapêuticos para os enfermos com igual
manifestação patogênica, o cientificismo do mundo espiritual - embora usando de
técnica diferente - também consegue obter resultados diversos nos mesmos casos
de suicidas inveterados. Muitos suicidas rebeldes renascem sob condições tão enfermiças
que, perturbando-lhes parte da razão, também os impedem de cogitações filosóficas
demasiadamente mórbidas e perigosas, passíveis de induzi-los novamente à autodestruição.
Sofrem por isso de amnésia parcial na consciência espiritual, ficando com os seus
poderes e raciocínios reduzidos, e que assim não revelam toda a sua velha estrutura
psíquica já acumulada no tempo.
Outros
retornam ao mundo com a sua inteligência bastante velada e nascem no meio dos
brutos e ignorantes, onde atuam sem a grande capacidade do passado, incapazes
de uma compreensão psicológica além do ramerrão da vida cotidiana. Não ficam
imbecilizados, sem a consciência de suas ações, mas também não gozam totalmente
do poder arguto da análise e dos seus requintes filosóficos habituais; as suas
necessidades intelectivas e morais são poucas, pois nessa piedosa readaptação à
existência humana, pouco mais exigem do que é necessário para o animal
doméstico! Normalmente, só comem, bebem, dormem e procriam, sem que lhes passe
pela mente qualquer outra ansiedade além dessas satisfações rudimentares.
Pergunta:
Que tipo de suicidas foram essas almas, no passado?
Ramatís:
Trata-se de almas que, em
face de sua excessiva agudeza mental e raciocínios perturbadores no passado,
saturaram-se dos propósitos comuns da vida humana, sem ainda haverem
compreendido os seus sublimes objetivos espirituais. Algumas, em vidas sucessivas,
fartaram-se epicuristicamente com os requintes intelectivos e sem objetivos de estímulos
espirituais, para depois se deixarem dominar pelo prazer da pura abstração ou especulação
filosófica, terminando intoxicadas pelo invencível tédio e pessimismo, que as abateu
sem lhes colimar um objetivo justo. Muito antes de perceberem a finalidade inteligente
e gloriosa da existência humana e dos objetivos do espírito imortal, destruíram
seus corpos pelo suicídio insano. Petrificaram suas emoções de alto nível
angélico, confundindo a inesgotável capacidade eterna da consciência espiritual
com o limite do intelectualismo puro do homem encarnado. São tipos de suicidas
inveterados, vítimas de sua excessiva intelectualização, pois, supondo-se
mestres de arguta sensibilidade no trato da matéria, na verdade não passam de infelizes
vítimas de saturação intelectual, que acreditam ter resolvido o destino da vida
examinando a fenomenologia provisória do mundo físico através das acrobacias no
trapézio da mente humana.
DO LIVRO: “A SOBREVIVÊNCIA DO
ESPÍRITO” RAMATÍS, ATANAGILDO/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.