Sabedoria Ramatis

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Sexo – V parte







PERGUNTA: Qual o sentido mais censurável, na prática sexual, que mereceria o severo corretivo cármico?
 
RAMATÍS: Se o amor é a essência das comunidades já angelizadas, evidentemente o ódio é o acessório mais degradante, porque gera sempre a crueldade. Conseqüentemente, todos os atos e as atividades humanas, cujo pano de fundo seja a crueldade, exigem recursos mais drásticos, corretivos mais severos e erradicação mais rápida; ao contrário, é mais proveitoso que se irradie o amor criador e renovador em lugar do ódio e da crueldade destruidora e involutiva. Sob o império da Lei do Amor, fundamento da criação, existe o combate ao ódio, fundamento da destruição. Assim, a exteriorização do instinto sexual pelo abuso pode ser condenável ou passível de imediata correção, quando tiver o agravante de ser produto da crueldade.
A variedade de atenuantes tolerados pela lei para todos os atos e atividades humanas permite à Administração Espiritual julgar e decidir a favor ou contra o pecador, conforme o seu ato seja menos ou mais cruel, menos ou mais prejudicial a outrem, porquanto a si já está julgado, e a pena virá com o tempo.


PERGUNTA:  Podereis explicar-nos melhor o assunto?

RAMATÍS: Todo ato sexual do homem que visa, tão-somente à sua satisfação, pouco lhe importando as conseqüências ou o sofrimento de outrem, caracteriza a crueldade, porquanto é de lei: "Não façais a outrem o que não desejais para vós". Assim, a responsabilidade do homem é muito severa, caso ele cause prejuízo a uma jovem inexperiente para sua satisfação sexual, sendo responsável pelo sofrimento da mulher marcada socialmente como mãe solteira, ou mesmo por conduzi-la à prostituição, numa vida infeliz e desregrada.
Embora vos pareça censurável ou paradoxal, muitas vezes os homens generosos podem contribuir para a melhor sobrevivência das mundanas, remunerando-as melhor na inevitável mercadejação de carne humana; enquanto outros, egoístas e mesmo cruéis, as exploram ou as enganam pelas ligações passadas, ou pela covardia de saber que essas infelizes irmãs, não têm meios de se defender ou indenizar.


PERGUNTA:  Há maior mérito para os homens ou mulheres que se recolhem à vida religiosa ou conventual, buscando o recolhimento espiritual e a abstinência sexual como formas redentoras espirituais?

RAMATÍS:  Não há mérito nem demérito para a criatura em fugir deliberadamente da prática sexual, assim como o homem aparentemente virtuoso evita cruzar a frente do bar, onde se abusa dos alcóolicos, ou das tabacarias, ou evita os locais de vida alegre. O sexo não foi criado para ser condenado como aviltante pecado; assim como não se criou o álcool para a dependência e embriaguez, mas apenas para servir ao homem como energia benfeitora, a movimentar motores e como valioso antisséptico nos hospitais. A sexualidade é destinada ao objetivo mais importante da vida  procriar. Não é crime nem pecado a prática sexual, porém, as anomalias geradas pela indisciplina e pelo abuso, cujos efeitos recaem sobre o próprio indisciplinado. Nenhuma aberração ou aviltamento no mundo ofende a Deus, porque Ele está acima do bom ou do mau efeito de qualquer criatura, uma vez que a Lei é clara e simples: em qualquer pecado sofre tão somente o pecador.
Assim como pode existir na alma um impulso, uma inspiração ou um plano de "redenção cármica", ao se recolher a um convento, como no caso de Francisco de Assis, ou de Terezinha de Jesus, há também os que o fazem por temer o pecado, porque, ainda sentem, no perispírito, os impulsos sexuais desregrados. Quando o enclausuramento não se dá por um sentimento de absoluta renúncia, todo "fujão" da vida profana é um pusilânime; procurando salva-vidas em seu barco corporal naufragando, o egoísta cuida apenas de sua salvação. Se os conventos, as igrejas e os demais tipos de manifestações religiosas, entre todos os povos, onde se exige o celibato, fossem um celeiro de almas puras e iniciadas, o mundo terreno seria um paraíso. No entanto, a história religiosa comprova as crueldades, as vinganças, os martírios, as cruzadas, as inquisições, os empalamentos e os enterrados vivos no Oriente, praticados pelos cleros de todas as seitas. Bem melhor seria todos terem praticado menos crimes, tendo ferido menos vezes a Lei do Amor para a Vida Imortal.
Ademais, muitos fatigados da especulação humana e, ao mesmo tempo, desejando reunir o útil ao agradável, recolhem-se à vida monástica e celibatária, vicejando à sombra de uma instituição conventual, e sob os nossos olhos espirituais, aviltam o sexo na calada da noite em fuga para o meretrício, ou aproveitam a condição na sociedade e desrespeitam mulheres e crianças sob sua guarda pastoral.


Do livro: “Sob A Luz Do Espiritismo” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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