Sabedoria Ramatis

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Recursos energéticos dos guias junto aos encarnados - III parte







PERGUNTA:  Cremos que por meio desses recursos drásticos mobilizados pelos guias, como a enfermidade ou o acidente de sentido educativo, as criaturas visadas não melhoram de modo algum, ante o socorro médico ou ante a interferência do médium. Não é assim?


RAMATÍS: Realmente, nesse caso é bem mais importante e preferível permanecer doente o corpo físico, do que adoecer o espírito na prática de atividades condenáveis. O sofrimento físico pode findar-se com a desencarnação, enquanto a saúde arruinada do espírito pode exigir alguns séculos para a sua recuperação benfeitora. Não importam a fama e o poder do médico, do curandeiro ou do médium no caso da doença disciplinadora, pois ela não cederá enquanto o espírito rebelde não modificar a sua conduta para melhor. A doença manifesta-se teimosa e insolúvel, porque atende a um processo redentor determinado pelo Alto; só regredindo depois que o enfermo de corpo também se decide por uma vida útil e dedicada aos princípios regeneradores da vida imortal. No entanto, desde que seja da vontade dos guias, a cura será fácil e até miraculosa, pois nesse caso o doente tanto recobra a saúde com um copo d'água fluidificada prescrita por qualquer médium incipiente, assim como recupera-se através do chá de erva receitado pelo caboclo curandeiro.

É certo que o médium ou o curandeiro que logram esse êxito, depois podem se tornar famosos atraindo multidões inquietas e provocando verdadeiras romarias de enfermos e mutilados. O povo facilmente os considera dotados de poderes excepcionais e capazes de salvarem as criaturas mais estropiadas. No entanto, não lhes tarda a decepção, porque se o moribundo salva-se por uma decisão espiritual superior, obviamente ele se recuperaria mesmo sem a presença do médico ou do curandeiro.
Às vezes, a enfermidade brusca e implacável lança os homens mais robustos e sadios no leito de dor, justamente, às vésperas deles prejudicarem o próximo pela aventura extraconjugal, pelo negócio ilícito ou pela empreitada política menos digna. Malgrado a sua inconformação e o seu abatimento moral, eles são obrigados a reconhecer a sua impotência ante o sofrimento redentor e a inutilidade da assistência médica. Em verdade, os valores definitivos do espírito eterno, e geralmente subestimados durante a saúde corporal, terminam por eclodir sob o guante da doença humilhante.



PERGUNTA: - Porventura os guias só conseguem afastar os seus pupilos do crime, dos vícios ou das paixões perigosas, providenciando o "encosto" de espíritos atrasados?


RAMATÍS:  Advertimos, mais uma vez, que não pretendemos generalizar quanto aos métodos e providências espirituais disciplinadoras mais em uso pelos guias. Só quando falham todos os recursos pacíficos, eles então convocam certos espíritos amigos e obedientes, embora de graduação primária e de fluidos até mortificantes, para atuarem nos seus pupilos encarnados rebeldes, e reprimirem as suas atividades censuráveis.
Infelizmente, ainda são raros os homens cuja conduta espiritual louvável lhes permite uma sintonia mais frequente com as faixas vibratórias espirituais da intuição pura. A instabilidade mental e emotiva, que ainda é muito comum entre as criaturas terrenas, isolam-nas das intuições salutares dos seus guias; motivo por que ainda fazem jus à disciplina corretiva e drástica capaz de estorvar-lhes os impulsos pecaminosos.
Conforme reza a tradição religiosa, o homem é inspirado à direita pela voz do anjo, que então o aconselha à prática de virtudes mais sadias, e, à esquerda, recebe a sugestão capciosa do mal, simbolizada na figura temível do Diabo mitológico. Assim, de um lado, ele recebe o convite angélico para renunciar em definitivo às ilusões da carne e alçar-se às esferas resplandecentes; do outro lado, o instinto animal ou Lúcifer exige-lhe a. submissão completa ao mundo das paixões crepitantes e dos vícios sedutores, no sentido de impedir a fuga do espírito, que há tantos milênios ele domina. Trava-se desesperado combate entre a "luz" e a "treva", entre o "espírito" e a "carne", pois no mundo oculto do ser, a personalidade humana impõe as suas algemas tirânicas, enquanto o espírito tenta a sua libertação definitiva. Os santos e os gênios podem explicar-vos isso, pois eles sentiram-se perturbados, exauridos e desalentados quando, em sua luta titânica, tentaram a vitória do espírito sobre o desejo animal. Embora a alma forje a sua consciência de "ser" ou de "existir" no Cosmo, pela disciplina e coação educativa da matéria, paradoxalmente ela só consegue a sua libertação definitiva, depois que foi escrava dos instintos. E quando ele já é sensível à "voz silenciosa" de sua origem divina, então, dispensa o corretivo drástico do Alto alcançando sua felicidade só pelo convite angélico.


Do Livro: “Elucidações Do Além” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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