PERGUNTA: - Considerando o perispírito como um
"corpo vaporoso", conforme explica o "Livro dos Espíritos"
qual é a natureza intrínseca do Espírito, isto é, a entidade que o comanda e
governa?
RAMATÍS: -
Explica o próprio Allan Kardec, em suas obras, o seguinte: "A Vida dos
Espíritos é a espiritual, que é eterna; a corpórea é transitória e passageira, verdadeiro
minuto na eternidade". O Espírito portanto, é a entidade imortal, e sem
forma de homem; enquanto o perispírito é o seu invólucro, ou seja, o seu corpo
etéreo estruturado também com os fluidos mentais e astrais que o envolvem e
dão-lhe a configuração humana. No dizer de Kardec, o Espírito é a "chama,
a centelha ou o clarão etéreo", espécie de luz material, que se justapõe
ou conjuga ao perispírito a fim de lhe ser possível baixar e ajustar se a um
mundo planetário sob a configuração de um corpo físico ou humano.
É evidente que se o Espírito é sem forma e assemelha-se
a um clarão, centelha ou chama imortal, sendo o núcleo real da vida do homem,
ele precisa de corpos ou elos intermediários que lhe facultem descer
vibratoriamente até poder manifestar-se mediante o corpo carnal na Terra.
Esses corpos mediadores plásticos, que estabelecem a interligação do mundo
espiritual com a matéria, são constituídos com a essência ou substância do
plano físico em que o espírito tem de ingressar. Assim, o perispírito que, há
cem anos Kardec descreveu como um "corpo vaporoso", no intuito de
evitar discussões que prejudicariam a doutrina espírita ainda no início de sua
codificação, hoje já pode ser estudado em seus verdadeiros aspectos e detalhes,
abrangendo a sua estrutura fisiológica ou orgânica.
Sabeis que não existem distâncias "métricas"
entre o reino do Espírito eterno e o mundo material, pois essa pretensa
separação é apenas a diferença dos estados vibratórios de cada plano, entre si.
Mesmo nesse instante em que vos ditamos estas palavras, viveis simultaneamente
no mundo espiritual, mas ligados a um organismo carnal. Não é preciso ocorrer a
vossa morte corporal, para sobreviverdes em espírito, pois na realidade sois sempre
Espírito imortal, embora encarnado ou sujeito a um corpo físico mediante o elo
do perispírito, a fim de, em caráter transitório, poderdes viver subordinados
às limitações do mundo terráqueo.
É óbvio que o Espírito em face de sua natureza superior
e vibração sutilíssima, para "encarnar-se" na carne, ele precisa
servir-se de veículos intermediários. Assim como o raio do Sol não pode mover
um vaso de barro, o Espírito pela sua natureza material também não seria capaz
de movimentar diretamente um corpo físico. Em resumo: entre o Espírito e o
corpo carnal existe um "espaço" ou "distância vibratória"
que precisa ser preenchido pelos corpos, veículos ou elos confeccionados da
mesma substância de cada plano intermediário. Considerando-se que o perispírito é justamente o
equipo ou o conjunto de outros corpos imponderáveis e reais, que preenchem esse
intervalo vibratório, é evidente então, que não pode ser um "corpo
vaporoso", qual uma nuvem sem pouso certo no Espaço.
Do livro: “Elucidações do Além”
Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.