Sabedoria Ramatis

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Elucidações sobre o perispírito – I Parte








PERGUNTA:  Por que em obras anteriores de vossa autoria espiritual e de outros espíritos credenciados, o perispírito é definido como um elemento complexo, de estrutura fisiológica, sistemas e órgãos idênticos aos do corpo físico, quando Allan Kardec no "Livro dos Espíritos", o identifica na forma de um corpo vaporoso? 1

RAMATÍS: - Há cem anos, quando Allan Kardec codificou o Espiritismo, ele não podia fazer outra descrição do perispírito. Os espíritos mentores assim lhe notificaram, porque além de sua doutrina ser endereçada principalmente à massa comum, isso ocorria numa época de pouco conhecimento esotérico. Hoje, no entanto, é possível ao homem comum receber instruções sobre a verdadeira contextura do perispírito, porque ele já está familiarizado com as energias do mundo invisível reveladas pela Ciência terrena, como raios X, ultravioleta, infravermelho, radioatividade, desintegração nuclear, ultra-sons, eletricidade, magnetismo, elétrons. Atualmente, já não se põe em dúvida a possibilidade de a matéria transformar-se em energia, nem da existência da fauna microbiana também invisível à vista carnal. Igualmente, também já se admite que muitas doenças tanto vêm do corpo como resultam dos desequilíbrios psíquicos, que a Medicina classifica como enfermidades neurogênicas.
Em sua época, Allan Kardec dirigia-se principalmente aos "não iniciados" no estudo esotérico, que ignoravam os conhecimentos secretos do mundo oculto e da vida espiritual, tais como a Reencarnação, a Lei do Carma e a comunicação entre os "vivos" e os "mortos". Estas revelações esotéricas da doutrina espírita já sofriam ataques furibundos do Clero Católico e despertavam sarcasmos acadêmicos ortodoxos. Sem dúvida, ele e os espíritos seriam imprudentes se tentassem popularizar todas as particularidades e minúcias anatomofisiológicas do perispírito, assunto demasiadamente avançado para uma época de excessiva ignorância. Kardec teria de enfrentar a dúvida agressiva dos cientistas "sãotomés" e dos adversários religiosos dogmáticos; e isto estremeceria as raízes ainda frágeis do Espiritismo.
Eis por que os espíritos mentores de Kardec não o incentivaram a empreender estudos e pesquisas mais profundos, quanto à verdadeira natureza do perispírito, limitando-se a classificá-lo como um corpo fluídico, simples e vaporoso. E assim, satisfazia às conjecturas da capacidade mental e do entendimento espiritual primário dos adeptos e dos profanos. Mais tarde, ele então o identifica melhor, dizendo ser "um corpo fluídico, cuja substância é tomada do fluido universal, ou fluido cósmico, que o constitui e o alimenta, como o ar forma e alimenta o corpo material do homem. O perispírito é mais ou menos etéreo, segundo os mundos e o grau de adiantamento dos Espíritos; é um órgão transmissor de todas as sensações", etc. 2

1 - Nota do Médium: Realmente, Allan Kardec, à página 84, pergunta 93 e capítulo I, "Espíritos" com o subtítulo "perispírito", da obra "Livro dos Espíritos", só menciona o seguinte; "Envolve-o (o espírito) uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira". É certo que no capo "Manifestação dos Espíritos", no tema o"Perispírito, princípio das manifestações", da obra "Obras Póstumas", Kardec estende-se um pouco mais sobre o assunto, mas sem as minúcias e a complexidade da verdadeira natureza do perispírito, conforme já o descrevem os esoteristas, rosa-cruzes, teosofistas e iogues.

2 – Vide "Obras Póstumas", páginas: 8 e 15.



Do livro: “Elucidações do Além” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.


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