Sabedoria Ramatis

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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A bênção de Pai Benedito - I parte







Estavam agendados três atendimentos no grupo de umbanda, além da apometria daquela noite. Sabíamos que o trabalho não seria limitado a três consulentes, ou simplesmente três espíritos necessitados de ajuda, pois as ligações destes se estendiam ao plano astral inferior. As noites anteriores à data foram mal-dormidas. Por esse motivo, vários trabalhadores do grupo se queixavam de extrema irritação e mal-estar. Durante o dia, houve provocações de todo tipo para lançar uma baixa vibratória, a fim de abrir infiltrações energéticas, além de uma possível obsessão. No plano astral, verdadeiros exércitos formavam frentes de trabalho para auxiliar as falanges da luz. Da mesma forma, foi intenso o trabalho das falanges das sombras para tentar impedir a ajuda.
Em cada residência dos componentes do grupo de apometria instalou-se um verdadeiro quartel de militantes da vibratória de Ogum, garantindo que durante o desdobramento do sono os médiuns estivessem protegidos das falanges trevosas que tentavam dissuadir suas mentes invigilantes, usando suas brechas cármicas. Eram artificiais de toda ordem, carregados de energia sexual, exalando odores afrodisíacos ou então disfarçados de espíritos necessitados de ajuda que se enfileiravam aguardando a saída do corpo físico. Antes disso, durante as lides do dia, éramos observados e monitorados pelos engenheiros comandantes desses artifícios maléficos, os quais provocavam situações que levavam a nos sentir extremamente carentes, tática que facilitaria a busca por energias que viessem ilusoriamente suprir esse sentimento que embaça a razão, por meio de fantasias já criadas em nossas mentes, ampliadas pela força desses magos treinados. Apesar de toda a proteção que nos é facultada pela Luz, impera sempre o livre-arbítrio, que é fomentado por nossas brechas cármicas. Assediados, muitos de nós ignoramos a presença dos benfeitores espirituais que nos guarnecem e, ao sair do corpo físico, resvalamos em nossas próprias falhas. Por várias noites foi difícil cumprir o programa traçado pelas equipes de Xangô, cuja egrégora nos dirige espiritualmente no grupo de trabalho, para que nos encontrássemos no auditório instalado no ambiente astral de nossa casa de trabalho.
Faltando apenas vinte e quatro horas para o atendimento agendado, logo no início da noite, fui acometido por forte dor à altura do ombro esquerdo. Isso acontecia sempre que me deixava abater pelo desânimo e pela irritação, quando automaticamente instalavam-se dores e enrijecimento na área superior das costas, o que me desestruturava primeiro fisicamente, depois emocionalmente. A princípio, o medo da dor e da limitação que sentiria no dia seguinte me causavam angústia, porém a lembrança dos atendimentos agendados, para o que precisaríamos estar todos em plena forma, fez-me reagir. Amparado pelos amigos espirituais, usei então toda a força existente em meu íntimo, aliada às técnicas apométricas que conhecia. Adormeci em oração, solicitando às falanges da Luz que nos socorressem, não apenas eu, mas todo o grupo. Propondo me ao trabalho fui sentindo o desdobramento acontecer em plena consciência, bem como as fortes irradiações direcionadas ao meu corpo astral, pelas equipes de amparo.
Saindo do corpo físico pelo efeito do sono, avistei o amigo Gira Mundo que me aguardava. Imediatamente adentramos um túnel energético em que percebíamos um turbilhão em meio a uma forte tempestade. Segurei forte na mão do bondoso guardião e tentei manter minha mente confiante e em oração.
Em poucos segundos nos víamos em ambiente desconhecido, espécie de nave onde nos deparamos com alguns irmãos do grupo de apometria, em desdobramento, deitados em cadeiras semelhantes às que encontramos nos consultórios dentários da crosta. Pareciam sonolentos e tinham nas cabeças capacetes ligados a aparelhos eletrônicos, cuja tela mostrava a radiografia de seus cérebros. Outros possuíam eletrodos à altura do coração, ligados a diferenciadas máquinas que monitoravam seus batimentos cardíacos. Em sala separada, podíamos avistar alguns seres estranhos, cuja forma astral não se parecia muito com a humana, trabalhando freneticamente com uma parafernália de equipamentos eletrônicos. Nossa chegada não foi percebida, pois observei que, ao redor de nosso corpo, uma camada ectoplasmática impedia que seus monitores nos detectassem.
Outros auxiliares já conhecidos chegavam agora, expulsos pelo mesmo turbilhão energético pelo qual havíamos passado, para nos auxiliar no resgate daqueles corpos astrais ali aprisionados...

 
Do livro: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto.

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