Sabedoria Ramatis

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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A responsabilidade e os riscos da mediunidade – VI




Mediunidade e loucura:



PERGUNTA: Poderíeis explicar-nos melhor esse assunto?


RAMATÍS: Sabeis que os ascendentes biológicos hereditários da carne conservam em sua intimidade, em estado latente, os germes de taras, vícios, estigmas e enfermidades como a sífilis, morféia ou tuberculose, inclusive os reflexos das alienações mentais sofridas pela geração ancestral. No conteúdo sanguíneo do homem permanecem os vírus morbígenos de sua linhagem hereditária; e quando se apresentam condições eletivas, eles proliferam além de sua quota normal ou inofensiva, podendo ferir o sistema neurocerebral.
Durante os estados de debilidade orgânica muito acentuada e ainda agravados pelo bombardeio incessante das paixões violentas, como ódio, ciúme, inveja, raiva, perversidade e outras emoções indisciplinadas, o homem também desenvolve em si um clima "psicofísico" negativo, que facilita o desenvolvimento de certas coletividades microbianas patogênicas já existentes na sua intimidade sanguínea. Portanto, a loucura não é propriamente fruto do exercício da faculdade mediúnica, mas sim uma conseqüência da predisposição mórbida do tipo orgânico do próprio homem.
Quer ele seja médium ou não, também poderá enlouquecer, desde que ultrapasse o limite de sua resistência biológica, quaisquer que sejam as causas. Embora se trate de um compositor, matemático, pintor, filósofo, escritor ou líder religioso, desde que atue além do limite de sua resistência psicofísica, pode se tornar um alienado mental. Há gênios que findaram sua existência transformados em paranóicos,
esquizofrênicos e até psicóticos furiosos. Cellini, depois de gravar no metal as imagens dinâmicas da própria vida, apunhalava os transeuntes, à noite, de tocaia; Dostoievski sofria de ataques epiléticos; Maupassant, num acesso de loucura, cortou a garganta e morreu mais tarde, indiferente a tudo; Nietzsche, durante dez anos, perambulou pelos asilos de alienados; Van Gogh cortou as orelhas, num momento de insânia, e as enviou de presente à amada, findando sua vida terrena com um tiro no corpo; Schumann, notável compositor, atira-se ao Reno, é salvo pelos amigos e internado num hospício, onde acabou seus dias.
Edgard Allan Poe sucumbe arrasado pelo álcool e tendo visões infernais. No entanto, isso aconteceu sem que eles fossem médiuns espíritas, mas sim, por exercerem atividades tensas e de emotividade contínua, as quais, superexcitando-lhes o íntimo da alma, terminaram por afetar-lhes o equilíbrio dos órgãos cerebrais. Desgovernaram-se pelo excesso de elucubrações mentais quanto aos problemas complexos da ciência ou da arte superior que lhes empolgava o espírito. A agudeza, a vivacidade que os dominava para expressar as suas emoções, terminaram por destruir-lhes a saúde e prejudicar o intercâmbio pacífico com o mundo oculto. Contudo, é evidente que o gênio não se lhes extinguiu na alma imortal. Essa centelha divina, após a morte física, retomou ao seu equilíbrio, pois os conhecimentos adquiridos, com vista a um ideal superior, jamais se perdem, pois são um patrimônio do próprio espírito.

Do livro: “Elucidações Do Além” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento

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