Sabedoria Ramatis

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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Algumas observações sobre animismo - VII








PERGUNTA: Quereis dizer que todas as comunicações em nome desses personagens históricos são apócrifas?


RAMATÍS: Embora esses médiuns muito anímicos sejam vítimas de sua própria exaltação psíquica, agindo sem má intenção, é óbvio que alguns espíritos que a história destacou pela sua turbulência, crueldade ou maquiavelismo, ainda curtem o remorso de suas aventuras ignóbeis ou dos crimes execráveis comparecendo a certos trabalhos espíritas sem qualquer modificação espiritual.
O que queremos é apenas advertir quanto aos prejuízos da imaginação indisciplinada dos médiuns anímicos, que revivem nas sessões mediúnicas a figura de certos personagens históricos e aventurescos, cuja índole e temperamento, quase sempre, são apenas a suposição daquilo que os autores que os descreveram em seus romances imaginaram terem eles sido na realidade.



PERGUNTA: Mas os apóstolos e servidores de Jesus, tão benfazejos e bondosos, tidos como guias e protetores de tantos médiuns no Brasil, porventura também não se comunicam sempre com a Terra?


RAMATÍS: Não opomos dúvida quanto à possibilidade de alguns médiuns serem inspirados ou tutelados por alguns dos apóstolos ou discípulos que viveram à sombra do Mestre Jesus. Mas desejamos relembrar-vos que a ascensão sidérea é incessante e os espíritos, quanto mais conscientes de suas necessidades íntimas, com mais urgência procuram a retificação do seu passado imprudente, buscando integrar-se à freqüência vibratória mais alta, por cujo motivo aceleram o seu programa reclamatório junto à escola eficiente da matéria.
É o caso dos apóstolos e demais discípulos de Jesus que, provavelmente, já mudaram de personalidade humana diversas vezes. Em conseqüência, quando não se trata de animismo de alguns médiuns desavisados dessa realidade, ou das mistificações propositadas de entidades galhofeiras, eles se apresentam nas sessões espíritas manifestando-se pela última personalidade que cultuaram na Terra, em vez de ainda persistirem na velha forma apostolar. Considerando-se que o espírito estaciona, mas não retrograda no seu curso evolutivo, é evidente que aqueles espíritos que se movimentaram na Terra sob o invólucro dos apóstolos de Jesus, ao retomarem posteriormente, em novas encarnações, terão desenvolvido ainda mais as suas qualidades angélicas espirituais. Em conseqüência, se realmente fizerem questão de se manifestar mediunicamente sob qualquer identificação pessoal, também hão de preferir apresentar-se com os préstimos mais evolvidos da última existência. Não é impossível que alguns apóstolos se tomem os guias de certos médiuns; e por isso quantas vezes atrás do nome de um João ou Antônio, sem muita expressão brilhante, esconde-se em feliz anonimato um Marcos, Mateus, Lucas ou Felipe!
Nenhum espírito é impedido, deliberadamente, de se comunicar com a Terra, caso possua os veículos dos mundos mental-concreto e astral que o liguem à matéria; mas desejamos frisar-vos com certa advertência, que, se os apóstolos já mudaram algumas vezes de personalidade terrena, obviamente também abandonaram a velha figura apostolar para apresentar-se sob a identidade mais recente cultuada na Terra.
Cumprimos, assim, o dever de escoimar a prática mediúnica do Espiritismo de quaisquer motivos que, mais tarde, possam carrear-lhe o ridículo ou a censura do adversário. É muito melhor ao médium usufruir a singeleza da presença de um guia que lhe ministre lições de amor, tolerância e humildade sob o dístico simples de "um amigo", do que mesmo afirmar a presença de apóstolos no serviço mediúnico, mas oferecendo aforismos vazios e sem nenhum proveito espiritual.


Do livro: “Mediunismo” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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