PERGUNTA: Quereis dizer que todas as comunicações em nome desses personagens históricos são apócrifas?
RAMATÍS:
Embora esses médiuns muito anímicos sejam vítimas de sua própria exaltação
psíquica, agindo sem má intenção, é óbvio que alguns espíritos que a história
destacou pela sua turbulência, crueldade ou maquiavelismo, ainda curtem o remorso
de suas aventuras ignóbeis ou dos crimes execráveis comparecendo a certos
trabalhos espíritas sem qualquer modificação espiritual.
O que queremos é
apenas advertir quanto aos prejuízos da imaginação indisciplinada dos médiuns
anímicos, que revivem nas sessões mediúnicas a figura de certos personagens históricos
e aventurescos, cuja índole e temperamento, quase sempre, são apenas a
suposição daquilo que os autores que os descreveram em seus romances imaginaram
terem eles sido na realidade.
PERGUNTA:
Mas os apóstolos e servidores de Jesus, tão benfazejos e bondosos, tidos como
guias e protetores de tantos médiuns no Brasil, porventura também não se
comunicam sempre com a Terra?
RAMATÍS:
Não opomos dúvida quanto à possibilidade de alguns médiuns serem inspirados
ou tutelados por alguns dos apóstolos ou discípulos que viveram à sombra do
Mestre Jesus. Mas desejamos relembrar-vos que a ascensão sidérea é incessante e
os espíritos, quanto mais conscientes de suas necessidades íntimas, com mais
urgência procuram a retificação do seu passado imprudente, buscando integrar-se
à freqüência vibratória mais alta, por cujo motivo aceleram o seu programa reclamatório
junto à escola eficiente da matéria.
É
o caso dos apóstolos e demais discípulos de Jesus que, provavelmente, já
mudaram de personalidade humana diversas vezes. Em conseqüência, quando não se
trata de animismo de alguns médiuns desavisados dessa realidade, ou das
mistificações propositadas de entidades galhofeiras, eles se apresentam nas
sessões espíritas manifestando-se pela última personalidade que cultuaram na
Terra, em vez de ainda persistirem na velha forma apostolar. Considerando-se
que o espírito estaciona, mas não retrograda no seu curso evolutivo, é evidente
que aqueles espíritos que se movimentaram na Terra sob o invólucro dos
apóstolos de Jesus, ao retomarem posteriormente, em novas encarnações, terão
desenvolvido ainda mais as suas qualidades angélicas espirituais. Em
conseqüência, se realmente fizerem questão de se manifestar mediunicamente sob qualquer
identificação pessoal, também hão de preferir apresentar-se com os préstimos
mais evolvidos da última existência. Não é impossível que alguns apóstolos se
tomem os guias de certos médiuns; e por isso quantas vezes atrás do nome de um
João ou Antônio, sem muita expressão brilhante, esconde-se em feliz anonimato
um Marcos, Mateus, Lucas ou Felipe!
Nenhum
espírito é impedido, deliberadamente, de se comunicar com a Terra, caso possua
os veículos dos mundos mental-concreto e astral que o liguem à matéria; mas
desejamos frisar-vos com certa advertência, que, se os apóstolos já mudaram
algumas vezes de personalidade terrena, obviamente também abandonaram a velha
figura apostolar para apresentar-se sob a identidade mais recente cultuada na
Terra.
Cumprimos,
assim, o dever de escoimar a prática mediúnica do Espiritismo de quaisquer
motivos que, mais tarde, possam carrear-lhe o ridículo ou a censura do
adversário. É muito melhor ao médium usufruir a singeleza da presença de um
guia que lhe ministre lições de amor, tolerância e humildade sob o dístico simples
de "um amigo", do que mesmo afirmar a presença de apóstolos no
serviço mediúnico, mas oferecendo aforismos vazios e sem nenhum proveito espiritual.
Do
livro: “Mediunismo” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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