PERGUNTA:
Poderíeis esclarecer-nos melhor o motivo dessa contradição entre o
original-espírito e a cópia retratada mediunicamente?
RAMATÍS:
Os retratos pintados mediunicamente, que não reproduzem fielmente
a configuração perispiritual ou a fisionomia dos desencarnados, ressentem-se geralmente
de três dificuldades características. Às vezes, o médium desenhista, quando
retrata o espírito desencarnado, apenas sente-lhe a vibração à distância e o
confunde com a imagem que ele "vê" mentalmente no momento em que
desenha.
Noutros casos, as pessoas presentes ao trabalho mediúnico pensam
fortemente em determinado espírito de sua simpatia, e o médium desenhista,
então, confecciona o retrato conforme a figura que ele sente projetada na
cortina astral, ignorando que se trata unicamente de imagem que foi pensada por
um encarnado naquele instante. Sem dúvida, a pintura então será tão perfeita ou
imperfeita quanto for a capacidade e a fidelidade de quem a pensar. Finalmente,
a maioria dos casos de imperfeição do desenho mediúnico provém mesmo da
inabilidade e deficiência técnica do médium desenhista, que por vezes ainda se
junta a uma faculdade incipiente e incapaz de pressentir com proficiência o
modelo desencarnado.
Em
virtude da semelhança que é muito comum nas vestimentas dos orientais, os
videntes ou desenhistas confundem facilmente os espíritos dessa origem devido
aos seus turbantes ou túnicas tradicionais, tal como já tem acontecido conosco,
quando erroneamente nos tomam por outras entidades.
É
muito comum aos trabalhadores do Oriente apresentarem-se aos médiuns ostentando
certos emblemas iniciáticos do Espaço, como a esmeralda, o rubi, o topázio ou a
safira nos turbantes, e que não expressam a convenção comum das jóias terrenas,
mas apenas certa identificação particular, tal como os fraternistas terrenos
usam a estrela de salamandra, o signo de Salomão ou o triângulo egípcio. Não se
trata de talismãs ou insígnias supersticiosas, nem mesmo de distinções
hierárquicas, a que somos avessos, mas apenas de sinais que identificam as
entidades sob o mesmo gênero de trabalho e de responsabilidade espiritual nas comunidades
astrais do Oriente.
Quanto
a nós, temos aparecido ao sensitivo e à vidência dos terrícolas com as vestes
religiosas que usávamos há um milênio em nossa última romagem carnal na
Indo-China, isto é, espécie de indumentária iniciática
dos bispados daquela latitude geográfica. Os espíritos esclarecidos e certos de
que todas as criaturas provêm do mesmo Criador e jamais se distinguem por
privilégios espirituais, não se preocupam com a fidelidade ou exatidão de suas
fisionomias copiadas do mundo físico e que são retratadas pelos médiuns desenhistas.
Sabeis que o espírito, à medida que se reencarna, translada-se para outros
planetas ou ascensiona para planos espirituais superiores, também modifica
inexoravelmente a substância e a estética de sua vestimenta perispiritual.
Se
fôssemos colecionar os diversos perispíritos que já modelamos desde o nosso primeiro
contato espiritual com a matéria planetária, o certo é que terminaríamos
confusos ante a variedade de aspectos e figuras que já envergamos nas vidas
carnais, enquanto se manteve intacta a nossa individualidade espiritual
responsável por tais manifestações no mundo de formas.
Atualmente
já temos consciência de que somos um singelo "número sideral"
classificado nas fichas da contabilidade divina, por cujo motivo desinteressamo-nos
dos nomes com que fomos conhecidos nas tabelas educativas do mundo físico e dos
preconceitos ancestrais extintos na cova material. A personalidade humana, que
muitos ainda defendem fanaticamente em sua hereditariedade biológica, para nós
é o rótulo que nos marcou provisoriamente no aprendizado da escola física.
Em
face da determinação divina do Pai, em que todos os espíritos são anjos em potencial
a caminho da ventura eterna, no reino do espírito puro o corpo físico e o
perispírito são apenas trajes anacrônicos deixados no seu limiar. Se ainda
conservamos a configuração de nossa última existência na Indo-China, em lugar de
qualquer outra plasmada pela nossa mente ou vivida anteriormente, isso o
fazemos para apoio à vidência ou intuição dos terrícolas que vibram conosco no
mesmo esforço e ideal de libertação espiritual.
Do livro:
“Mediunismo” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.