PERGUNTA: O médium totalmente anímico pode
tornar-se um médium de comunicação dos espíritos desencarnados?
RAMATÍS:
Por que não? O animismo como manifestação da alma do ser também é sensibilidade
psíquica, tal como a faculdade mediúnica, que é o meio para a comunicação dos
espíritos desencarnados. Em conseqüência o médium anímico também tende à
eclosão do fenômeno mediúnico em face de sua hipersensibilização psíquica,
cumprindo-lhe estudar e procurar distinguir quando realmente é o seu espírito
quem comunica e quando se trata de entidade do Além.
Além disso ele precisa
evitar a cristalização da mente nos quadros familiares que costumava comunicar
animicamente; e isso só é possível pelo estudo, pesquisa e consulta aos mais
experimentados. O médium totalmente anímico é sempre a vítima passiva do seu
próprio espírito que pensa e expõe sua mensagem particular sem qualquer
interferência exterior. O médium propriamente dito, mesmo quando obsidiado, ainda
é um medianeiro, um instrumento das intenções ou dos desejos de outrem.
Mesmo
quanto ao médium totalmente anímico, ainda se poderiam estabelecer duas
classificações, isto é, o anímico passivo que é vítima absoluta de suas
próprias ideias e impressões, e o anímico ativo capaz de perquirir os
acontecimentos e os fenômenos da vida oculta, para depois expô-los em nome de terceiros.
PERGUNTA: Quais são os fatores mais responsáveis
pela cristalização do "animismo puro" de alguns médiuns, que só transmitem
mensagens sugeridas pelos acontecimentos da vida cotidiana?
RAMATÍS:
É o automatismo psicológico, em particular, um dos estados de alma
bastante influente nas manifestações anímicas, em que o subconsciente comanda
as ideias ou os fatos que afloram ao cérebro do médium, impondo-os à conta de
manifestação de espíritos do Além. Em tal condição o médium assume a
personalidade alheia e passa a viver facilmente o temperamento, os sentimentos
ou o caráter das criaturas que ele conheceu pessoalmente ou pelos relatos
históricos, deixando-se empolgar pelo desejo de imitá-los.
Do
livro: “Mediunismo” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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