PERGUNTA: Ainda em decorrência das próprias
indagações de Kardec, no "Livro dos Médiuns", poderíeis dizer-nos se
há algum inconveniente em se desenvolver a mediunidade nas crianças?
RAMATÍS: A
mediunidade é como a flor; deve desabrochar no momento próprio e não em estufa.
Quando se desenvolve prematuramente, sob estímulos catalisadores ou exercícios
medianímicos de contatos insistentes com os desencarnados, isso superexcita a
sensibilidade psíquica da criança e causa-lhe distúrbios orgânicos.
Acresce, ainda, que muitos fenômenos mediúnicos assemelham-se
aos acontecimentos da fisiologia humana tais como a esquizofrenia, a paranóia,
a histeria e certos complexos freudianos.
É imprudência provocar-se o desenvolvimento mediúnico
da criança, mesmo quando julgamos tratar-se de um médium em potencial. O organismo
infantil é delicado e bastante influenciado pelo fervilhamento das forças
biológicas que ainda consolidam-lhe o maquinário neurocerebral. As suturas, os
contornos da carne de criança para a formação de sua figura humana, ainda
dependem fundamentalmente das trocas simpáticas entre átomos, moléculas,
células e fibras, cujo ritmo só se estabiliza depois da puberdade quando o menino
se torna em homem e a menina se transforma em mulher. A excitação psíquica inoportuna,
as impressões mentais dramáticas, os choques emotivos ou as comoções imprevistas
tendem a alterar-lhes a segurança nervosa e podem causar-lhes desarmonias organogênicas,
cujos reflexos prejudiciais afetarão a estrutura íntima do perispírito, ainda parcialmente
afastado do corpo físico.
Daí concordarmos com Allan Kardec, quando o Espírito
da Verdade lhe responde sobre o desenvolvimento mediúnico das crianças:
"Os pais prudentes devem afastar as crianças das idéias ou assuntos
prematuros mediúnicos, embora divulguem-lhes os ensinamentos morais".
(Livro dos Médiuns; capítulo XVIII, pergunta 6).
Do livro: “Elucidações
Do Além” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento
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