PERGUNTA:
- Concluímos que as manifestações mediúnicas com enormes flutuações emocionais,
catárticas, desgastantes para os sensitivos, são um roteiro de autoconhecimento.
Percebemos que certos médiuns, depois de um tempo, cessam de dar esse tipo de
manifestação, outros continuam, como se estacionassem, não ampliando a educação
consciente dos sentimentos. É isso?
RAMATÍS:
- Os antigos alquimistas mencionavam o período de
"escórias e escumas" que subiam à superfície nas fases iniciais dos
seus experimentos químicos. Em analogia, isso não é diferente nos sensitivos,
como se fosse um enovelado de complexos psíquicos, ocultos no fundo escuro dos
porões mentais, que sobem buscando a fresta iluminada pelo Sol, durante os
primeiros estágios do exercício da mediunidade. São registros que estão no
inconsciente milenar e precisam ser exteriorizados pelas catarses, como folhas pútridas
que acompanham a correnteza da água que passa pelas comportas da usina hidrelétrica
recém-inaugurada.
Conforme
esses traumas passados vão se soltando, poderão ocorrer manifestações emocionais
violentas, que flutuam subjacentes à consciência atual. Os dirigentes devem ter
habilidade para orientar adequadamente os sensitivos, sob pena de
estigmatizarem o animismo como se fosse mistificação (situação corriqueira em
muitas escolas de médiuns), o que em absoluto não é o caso.
Nas
discussões em grupo, abrem-se os caminhos para o autoconhecimento, e, aos poucos,
a alma vai se aquietando e advém a serenidade necessária à passividade
mediúnica.
Todavia,
incorrereis em erro se permitirdes que o neófito se coloque, com o passar do tempo,
como se tivesse concluído a universidade do Terceiro Milênio, colado grau na
cadeira de "purificação espiritual", estando eleito como
"direitista do Cristo" (os chamados "médiuns prontos"), o
que só fortalece a vaidade e a acomodação. Haverá sempre a necessidade de purgação
do instrumento que oferece a sua tessitura sensitiva, seja mediúnica ou
anímica, pois o ego diminui quando os apelos da personalidade inferior são
desbastados pelas catarses, mas se encontra muito longe da exaltação perene dos
sentimentos amorosos que libertam o ser
do ciclo carnal.
Com
a imoralidade preponderando na psicosfera que circunda vosso planeta, e a maioria
absoluta dos espíritos que evoluem no orbe se encontrando retida nos subplanos umbralinos,
não é demais supor que as incursões socorristas aos moldes da apometria e da umbanda
sempre exigirão a sintonia com mentes em desalinho e cristalizadas no Astral inferior.
Como o semelhante atrai o semelhante para curar, obviamente não se requer instrumentos
"perfeitos" da seara do Cristo. Se assim fosse, dispensar-se-ia a
sensibilização mediúnica que receberam antes de reencarnar e que perdura por
todo o interregno terreno.
Acontece
que algumas criaturas, por pura preguiça mental, preferem seguir a lei do menor
esforço e acomodam-se, quais canoas encalhadas em terreno alagadiço, em modelos
bem definidos de manifestações, repetitivos, em grupos mediúnicos que denotam
claramente falta de autoconhecimento, carências emocionais e deseducação do
sentimento. Contudo, há de se discernir alguns cidadãos da Nova Era,
preguiçosos para o trabalho interno, mas de grande intelectualismo para as
coisas exteriores, dos que têm diminuta amplitude intelectual e pouca cultura
para compreender a si próprios interiormente, o que os leva a ter enormes
dificuldades de educação consciente dos sentimentos. Aos primeiros, falta vontade
de semear para protagonizar mudanças no vasto campo interior do psiquismo.
Quanto
aos últimos, recomendamos muita tolerância, amparo e fraternidade,
propiciando-lhes o adubo necessário para despertar a simplicidade amorosa,
paradoxalmente facilitada pela ausência do avantajado conhecimento.
Refleti
sobre os motivos pelos quais Jesus procurou Seus apóstolos entre os homens toscos
do povo, em vez de os eruditos dos templos.
Do livro: “VOZES DE ARUANDA” Ramatís e Babajiananda/Norberto
Peixoto – Editora do Conhecimento.
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