PERGUNTA:
- No entanto, pela tradição histórica sertaneja soubemos de facínoras e
guerrilheiros, que tinham o "corpo fechado": graças às
"simpatias": rezas e orações misteriosas que eles conduziam consigo,
as quais, além de protegê-los contra os seus inimigos, também os livravam de
acertarem contas com as autoridades policiais. Que dizeis disso?
RAMATÍS:
- Tal acontecimento resulta da convocação de energias
subvertidas do mundo astral inferior. É conluio dos espíritos "satânicos"
que, por intermédio dos seus bruxos e feiticeiros sediados na carne, operam em
favor de súditos afins, proporcionando-lhes a imunização" corpo
fechado", isto é, um circuito forte de magnetismo inferior. É mobilização
das cargas astralinas agressivas, concentradas num campo magnético denso, sustentando
a cortina de fluidos animalizados em torno do protegido. Para o êxito de tal cometimento,
esses magos das sombras utilizam-se de talismãs, símbolos, recursos hipnóticos,
substâncias odoríferas agrestes ou mesmo apetrechos de uso pessoal do mesmo Depois submetem tais coisas à baixa freqüência vibratória,
dentro da lei de que "os semelhantes
atraem os semelhantes" 2 e através de exorcismos, liturgias
diabólicas e rituais bárbaros, compõem uma
atmosfera fluídica isolante ou refratária em torno dos seus adeptos e pupilos.
2 - Nota do Revisor:
"Talismãs e altares, vestes e paramentos, símbolos e imagens, vasos e
perfumes, não passam de petrechos destinados a incentivar a produção de ondas
mentais, nesse ou naquele sentido, atraindo forças do mesmo tipo que as
arremessadas pelo operador dessa ou daquela cerimônia mágica ou religiosa e
pelas assembléias que os acompanham, visando a certos fins". Trecho
extraído da obra "Mecanismos da Mediunidade", capítulo XXV, "Oração",
da autoria de André Luiz por Chico Xavier e Waldo Vieira. Edição da Livraria da
Federação Espírita Brasileira.
Assim como a lente sob o Sol concentra-lhe os raios formando um
foco luminoso e calorífero de maior potencial, esses magos negros fazem convergir
as forças primitivas ou maléficas sobre os objetos, coisas e criaturas a serem
alvejadas pela magia negra. Malgrado possam imobilizar energias inferiores para
a proteção dos seus comparsas na matéria, noutro sentido, também lhes invertem
os polos magnéticos; e, em vez de promoverem o tradicional" corpo
fechado", hostilizam desafetos, enfeitiçam criaturas atendendo solicitações
de vingança e semeiam, nas vítimas, enfermidades e perturbações. Assim, a mesma
carga de fluidos inferiores que lhes serve para a segurança dos apaniguados das
"trevas", eles também podem usá-la para fins maléficos contra os que
lhes são antipáticos.
Em verdade, esses processos de magia, que até há pouco eram
considerados superstições, fetichismo e lendas, a Ciência moderna atualmente já
os estuda e os experimenta à luz dos laboratórios e verifica que os
inacreditáveis "fenômenos sobrenaturais" que sofriam a repulsa das
mentes científicas, hoje já se explicam satisfatoriamente sem violentar os
padrões científicos do equilíbrio planetário. A bomba atômica veio comprovar a
veracidade das historietas infantis, onde os gênios e as fadas desencadeavam
forças que destruíam cidades e coisas. As ondas eletromagnéticas emitidas pelas
correntes d'água subterrâneas, os veios de chumbo, cobre ou demais metais, hoje
já dispõem os cientistas a favor do evento científico de radiestesia; as ondas
ultracurtas cerebrais confirmam a realidade inconteste da transmissão
telepática; o estudo da radioatividade surpreende pelo poderio do átomo; a
identificação das emissões etéricas das auras das coisas e dos seres firma a
realidade dos tradicionais "registros akáshicos" tão citados nas
obras ocultistas do Oriente e comprovam a psicometria tão conhecida dos monges
e iogues da velha Índia.
O
raio laser, o radar, o neutrino, o controle magnético remoto, as ondas
hertzianas, a desintegração atômica, a microfotografia eletrônica da
luminosidade irradiada pelos tecidos, vegetais e animais, a matéria
transformando-se em energia e vice-versa, são descobertas que a Ciência hoje
domina sem equívocos. No entanto, foram fenômenos espantosos e tidos como
absurdos no tempo dos nossos bisavós. Assim como já existem trajes de proteção
de vidro à prova de bala, em breve, o homem também poderá garantir-se com um
"corpo fechado" ou campo magnético defensivo contra as investi das e
as más intenções alheias. E sem parafrasearmos a obra de Wells, 3
não tarda a vestimenta eletrônica, que tornará o homem
invisível à visão comum, quando assim o desejar, mesmo para fugir dos seus
inimigos.
3 - Obra de H.G.
Wells, "O Homem Invisível", mais tarde levada à tela cinematográfica
sob a interpretação de Claude Rains.
No entanto, tudo isso que a Ciência já descobriu e ainda explicará
no futuro através de experimentos científicos e pelo controle absoluto das forças
ocultas, a mente poderosa e treinada dos magos de antanho já o conhecia e o realizava,
por um esforço incomum, atuando no campo de energias eletrobiológicas e atendendo
à própria lei de que os "semelhantes atraem os semelhantes". No
entanto, o lendário "corpo fechado" só era conquista dos
"afilhados" das Trevas e, comumente, proporcionado àquele que já
possuía algo da faculdade mediúnica de exteriorização ectoplásmica capaz de
ativar um campo fluídico-magnético denso e isolante.
Mas, em face da própria lei de que a "semeadura é livre, mas
a colheita é obrigatória", os delinquentes favorecidos pelas Sombras, com
o "corpo fechado", que lhes garantia as atividades criminosas e
cobertura da justiça do mundo material, depois de desencarnados não se livram
dos seus protetores diabólicos, que passam a utilizá-los como instrumentos
vivos para as tarefas repulsivas de obsessões e vampirismo contra os vivos.
Isto comprova que não é destituída de fundamento a lenda do
"homem que vendia a alma ao Diabo", pois toda criatura que é
apadrinhada na matéria pelos espíritos malignos, depois, fica a lhes dever a
paga, obrigando-se a desempenhar funções maléficas.
É evidente que a oração, em sua sublime expressão de catalisador
angélico, não pode servir para cobertura iníqua do lendário" corpo
fechado", que se destina a livrar o seu portador das conseqüências
punitivas devidas a atos criminosos. As clareiras de luz que se formam em tomo
do homem durante o êxtase da prece, em que a emoção do seu espírito evoca o
Amor de Deus, não podem servir de condensador de fluidos inferiores para fins execráveis.
Enquanto a prece é uma vibração de energias excelsas para o serviço do Bem e do
Amor, a proteção do "corpo fechado" é condensação de forças hostis e
primitivas do astral inferior, para então servirem de escudo à ação dos
malfeitores.
Do livro: “ELUCIDAÇÕES DO ALÉM” Ramatís /Hercílio Maes – Editora
do Conhecimento.
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