Sabedoria Ramatis

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sábado, 3 de março de 2012

O mentalismo e a mediunidade






PERGUNTA: - As tradições antigas da magia afirmam que o Universo é uno: tudo que existe não passa de parte de um "Todo" estupendo. Essa Unidade divina, acima das religiões e religiosidade terrenas, nos assusta, pois a consideramos algo muito abstrato e longe de nós, pessoas comuns. Agrava-se nosso distanciamento porque sempre fomos levados a acreditar que esta ou aquela doutrina é a verdadeira. Se não dispensamos um altar, uma vela acesa ao santo de fé, o passe magnético semanal no centro, os cânticos, as defumações, as contagens de pulsos magnéticos, o estalar de dedos, as preleções evangélicas, a água fluidificada, as essências odoríficas, como aceitar um Deus imanifesto, longe de nossas limitadas percepções?


RAMATÍS: - Vossa incapacidade de compreender Deus em toda a sua plenitude é como a necessidade da inércia e do atrito nos mundos inferiores, que servem para despertar poderes latentes da alma.
Quando um mago tenta, pelo seu poder mental, movimentar uma forma plasmada no Astral, encontrará resistência que deve ser superada. As forças contrárias que o impedem de mover, pelo pensamento, as formas sutis, são proporcionais à sua falta de controle mental.
Logo, o magista, antes do conhecimento das coisas mágicas, da manipulação das energias cósmicas, terá de educar a mente. Embora para o mago neófito isso pareça um mal, na verdade não é; a força de inércia das formas astrais é o que vai levá-lo a desenvolver o controle mental.
Assim, pode vos parecer um mal, na vida física, o atrito de vossos pés com o solo, nos momentos em que sentis dores pelas longas caminhadas; ou quando, ao levantar um fardo pesado, vossa coluna é fisgada de maneira quase insuportável. Tendes de fazer força para conseguir caminhar, pegar os objetos e movimentá-los. O esforço de superar o atrito e a inércia vos desenvolve habilidades. Inicialmente, quando pequenino, mal conseguíeis engatinhar; vede tudo que conseguis fazer agora.
O princípio da restrição funciona na câmara de compressão, no cilindro e no pistão de vossos possantes automóveis; o vapor é posto para trabalhar movimentando vossas embarcações; sem a força no pedal não conseguireis andar de bicicleta, e sem o atrito do ar vossos modelos de aeronaves não planariam, por mais potentes que fossem as turbinas.
Portanto, o mal da inércia não é verdadeiramente um malefício, mas uma necessidade do Universo manifestado em que estagiais evolutivamente.
Vossa consciência precisa da força contrária imposta pelas formas manifestadas em vossa dimensão existencial, sob pena de alheamento do espírito enclausurado no corpo denso, que, do contrário, não conseguiria perceber as nuanças da Criação em toda a sua potencialidade.
As suas vibrações mais sutis passariam despercebidas pela mente rebelde, qual cavalo solto em correria desenfreada.
As formas que auxiliam a ligação com a Divindade, seja um altar, uma vela, uma imagem do santo de fé, a palavra de um orador, o passe magnético, a água fluidificada, os cânticos, a música instrumental, o pai velho com o galho de arruda, as contagens de pulsos e o estalar de dedos, entre tantas outras, nada mais são do que meios, para vossa sensibilidade embotada, de vos ligardes ao Divino, que não é propriedade de nenhuma religião ou doutrina da Terra, mas de todas ao mesmo tempo. Deus em todas está, por sua onisciência e onipresença, como afirmava nosso irmão maior, Cristo-Jesus, que não participava de nenhuma crença doutrinária de antanho: "Eu e meu Pai somos um". O Rabi não tinha necessidade de pontos de apoio no mundo da forma para perceber o Criador incriado, em virtude da amplidão de sua consciência, adquirida em encarnações passadas em muitos planetas do Cosmo imensurável.


(Origem: Do Livro “Vozes de Aruanda” – Ramatís, Babajiananda/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)

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