Sabedoria Ramatis

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sábado, 30 de novembro de 2013

A influência anímica na abertura dos trabalhos mediúnicos – X





PERGUNTA:  E no caso dessas chaves ou saudações repetidas dos desencarnados serem proferidas em sânscrito, hebraico, bantu, guarani, árabe ou qualquer outro dialeto estranho, como já temos observado, que deveremos compreender?



RAMATÍS:  Sabeis que um "louvado seja Deus", pronunciado com ânimo e convicção sincera, em qualquer dialeto ou idioma estranho à vossa raça, sempre há de possuir a necessária força espiritual emotiva, independentemente da língua em que é falado. Mas não passa de excêntrico o médium intuitivo que usa de saudações em idioma estranho à sua própria raça, e depois não consegue transmitir o restante da mensagem na mesma língua. Quando se trata de médium poliglota ou xenoglóssico, é evidente que ele pode comunicar toda a mensagem do desencarnado na linguagem que ele usava em vida física, quer seja o francês, o bantu, o turco ou o chinês.

Às vezes é apenas encenação propositada por parte do médium intuitivo, que em vigília conhece o fraseado em língua estranha e o usa como chave no início da comunicação. Cremos que vos seria bastante estranho se, através deste médium intuitivo, ditássemos a nossa costumeira saudação de "Paz e Amor" em indo-chinês, isto é, no idioma pátrio que cultuamos na última existência terrena e, no entanto, depois não pudéssemos transferir-vos na mesma língua o resto da comunicação.
Não censuramos tais fatos, quando eles ocorrem tradicionalmente nos trabalhos mediúnicos dos terreiros de Umbanda, nos quais os silvícolas, os pretos-velhos de Angola, Nagô ou Bantu, chegam a arrancar dos seus "cavalos" alguns vocábulos do idioma natal que usavam na vida física. Mas isso já não se justifica nas sessões espíritas disciplinadas pela codificação de Allan Kardec, em que a manifestação mediúnica deve ser escoimada de qualquer superficialidade ou teatralização extravagante.
Quanto à suposição de que certos espíritos superiores usam "chaves" esotéricas previamente combinadas com os encarnados, para garantir-lhes a identificação nos trabalhos mediúnicos, cremos que essa segurança moral ou benfeitora dos desencarnados não depende propriamente do seu nome, de chaves sibilinas ou dos sinais cabalísticos da preliminar mediúnica, mas das suas intenções e do tratamento espiritual com que se portem nas suas comunicações. Em qualquer circunstância, é bem mais louvável e segura a presença anônima de Francisco de Assis nos trabalhos espíritas, sem qualquer chave ou saudação cabalística, do que a de algum espírito diabólico prelecionando através de frases lacrimosas e senhas enigmáticas.



DO LIVRO: “MEDIUNISMO” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.

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