PERGUNTA: Não desejamos censurar o trabalho dos médiuns novatos que são sinceros e
entusiastas, mas às vezes observamos certa competição de oratória mediúnica
junto à mesa espírita, o que nos parece contrariar algumas recomendações feitas
por Allan Kardec no "Livro dos Médiuns"! Que dizeis?
RAMATÍS: Obviamente,
a solução do animismo, que se manifesta nos seus mais variados aspectos, não
será conseguida através de censuras; mas é necessário enfrentar esse problema
sem receio dos "tabus" ou de ferir susceptibilidades presas ao
misticismo improdutivo. O Espiritismo é doutrina sensata e evolutiva, e não
pode endossar as anomalias que no exercício mediúnico podem situá-lo sob a
crítica maldosa dos adversários. O médium, que é um dos elementos de maior
importância na propaganda do Espiritismo prático, deve impor-se pela sua
modéstia, conduta moral superior e um serviço mediúnico isento de quaisquer
excrescências ridículas.
Os médiuns
são homens e, por isso, imperfeitos. No entanto, desde que estudem conscienciosamente
as obras codificadas por Allan Kardec, ficam esclarecidos desde o início do seu
labor mediúnico quanto às incongruências que precisam evitar em nome da
doutrina espírita, quais os percalços da mediunidade imperfeita e o desajuste
dos médiuns no tocante às suas qualidades morais, conforme é exposto no
"Livro dos Médiuns” (1).
Os médiuns
novos são tímidos, cuidadosos e temem o ridículo. No entanto, em princípio, mal
dissimulam a ansiedade de sobrepujar os companheiros mais experimentados, o que
não perdem oportunidade de fazer. Alguns sobrevivem com êxito nos ambientes
mais confusos; outros perturbam-se nos trabalhos mediúnicos mais harmônicos.
Obviamente, eles graduam-se pelos mais variados matizes e de acordo com a maior
ou menor influência anímica; nuns predomina a linguagem elevada, o potencial
intelectivo superior ou o sentimento de tolerância evangélica; noutros a
trivialidade, o primarismo mental ou a franqueza rude de "dizer a
verdade" aos outros. No
entanto, conforme cita Allan Kardec, no "Livro dos Médiuns", ainda é
o médium exibicionista o que mais se preocupa em competir e impor-se sobre os
seus companheiros de trabalhos mediúnicos, e assim não perde vaza para atrair a
atenção pública e teatralizar as mais singelas comunicações. Ele faz do
ambiente espírita a moldura que lhe enfeita as atitudes rebuscadas, os efeitos
pirotécnicos ou as exclamações dramáticas.
DO LIVRO:
“MEDIUNISMO” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.
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