PERGUNTA:
- A pergunta 551 do Livro dos Espíritos: "Pode um homem mau, com a ajuda
de um mau espírito que lhe é devotado, fazer mal ao seu próximo?" teve a seguinte
resposta: "Não. A Lei de Deus não o permite". Como explicar os
diversos casos de trabalhos de magia negra, feitos para o mal, que "pegaram"
nos alvos visados, advindo rápido e mórbido quadro físico, psicológico e
espiritual, em casos de difícil solução, seguidamente encaminhados por centros
espíritas ortodoxos para os grupos universalistas de apometria e terreiros de
umbanda?
RAMATÍS:
- Sem dúvida, seria algo simplório, diante das leis divinas,
justas e perfeitas, se o simples desejo de mal ao próximo, com o auxílio dos
habitantes do Astral inferior, fosse capaz de efetivamente provocar o mal desejado.
Observai que a maioria dos trabalhos de magia negra com o auxílio da escória
mercantilista das baixas zonas umbralinas não oferece nenhum efeito prático
diante dos alvos visados, pois acabam sendo unicamente um meio de escambo, de
troca de interesses desditosos, com oferecimento das ambicionadas moedas dos
homens.
Contudo,
a resposta dos elevados espíritos responsáveis pela codificação do espiritismo
não foi objeto de maior aprofundamento naquele momento. Imperavam na Europa Ocidental
os mais degradantes métodos rituais de magia, em que as populações, liberadas pelos
ventos do Iluminismo que varriam o continente, provindos da França, se
entregavam aos prazeres mundanos, aos vícios e à busca das gratificações
pessoais sob quaisquer pretextos. Predominavam os alquimistas decaídos, os
cabalistas concupiscentes, os curadores sexólatras e os mais sórdidos
interesses de uma sociedade reprimida por séculos de Inquisição, que vinham à
baila desoprimidos, em objetivos eivados de egoísmo, imoralidade e individualismo
exacerbado.
Diante
do cenário descrito, que, de uma maneira geral, imperava nas coletividades européias,
alusões mais detalhadas sobre os princípios das emanações mentais, as formas de
pensamento, as egrégoras, os artificiais, os condensadores energéticos, o
animismo, as projeções astrais, os chacras, o duplo etérico, os corpos
espirituais, entre outras, alimentariam a continuidade da prática distorcida da
arte da magia. Inserido no racionalismo vigente, dos Espíritos trouxe as
informações morais necessárias àquele momento, assim como a lei mosaica no seu tempo;
do contrário, poderia ter sido incompreendido e rejeitado. Ampliando as
elucidações, afirmamos que o mal só se instala em terreno propício. Logo,
podeis concluir que Chico Xavier, São Francisco de Assis, Buda, Gandhi,
Zoroastro, Tereza De Ávila, Zoroastro e Jesus, entre outros seres iluminados e
de elevada estirpe moral, seriam inatingíveis diante de qualquer intenção
maldosa alheia; obtiveram esse direito, pelas leis divinas, ao interiorizar o
amor e os sentimentos crísticos.
Considerando
que a grande massa da população terrícola é impregnada de imoralidade, de
egoísmo e vaidade, torna-se até comum o mal desejado voltar-se contra a fonte
geradora. Os maiores geradores do mal são as próprias convicções interiores de
cada cidadão, que proporcionam o terreno adubado para as ervas daninhas alheias
se fortalecerem, instalando-se a sintonia entre mentes maldosas com mesmos
fins, o que amplia os transtornos. Nesse
sentido, reforçamos a afirmação de que as leis divinas não permitem que o mal se
instale quando não é merecido, de conformidade com a justiça cósmica e com o
direito de cada cidadão, conquista inalienável e intransferível do espírito
imortal. Nos casos em que os trabalhos de magia negra "pegam", isso
não ocorre por causa do ato magístico em si, do apoio das almas do além-túmulo,
ou da exímia concentração mental do maldoso mago. O mal se instala porque o
alvo visado tem as portas abertas para a sintonia mental por similaridade fluídica,
pois "semelhante atrai semelhante". Imaginai um encarnado com desmandos
no campo sexual, que em vida passada foi cáften
explorador de moçoilas desavisadas, e concluireis quão vasto
campo para os técnicos, psicólogos e planejadores do Umbral inferior se
dedicarem ao mal, em busca de vinganças, prazeres e vampirização energética na
área genésica. Logo, não é incomum esse ente se ver repentinamente
enfraquecido, sem energia e adoentado. É então encaminhado por um centro espírita
a um grupo de apometria ou terreiro de umbanda, ocorrência muito rotineira em
todos os recantos de vossa pátria, divulgada entre comentários velados, a
portas fechadas, em muitos agrupamentos, para não conspurcar a pureza
doutrinária por que se orientam.
Do livro: “VOZES DE ARUANDA” Ramatís e Babajiananda/Norberto
Peixoto – Editora do Conhecimento
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