Sabedoria Ramatis

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domingo, 18 de agosto de 2013

VICIAÇÃO MENTAL EMOCIONAL – V











PERGUNTA - Podeis dar-nos exemplos desses estados "oníricos': decorrentes da viciação mental-emocional entre os corpos mental inferior e astral? Isso ocorre sempre pela antecipação das sensações e gozos de vidas passadas?



RAMATÍS: - Na verdade, não se trata de estados oníricos (de sonho). A plasticidade natural do plano astral é altamente influenciável pela mente inferior. As viciações mentais-emocionais acabam aprisionando os seus criadores. É como o cenógrafo que fica retido no cenário que criou, não sabendo onde está a porta de saída do set de filmagem. Nesses casos, são plasmadas conchas astral-mentais que mantêm o ente retido no plano astral, absorto em sua própria imaginação fantasias a, como se fosse a realidade, Muitos de vós, quando desencarnais, passais anos a no dentro dessas conchas, não enxergando nada mais fora do alcance dos seus limites. Assim, se confundem cenas do passado, formas de pensamento e frustrações psicológicas com o que existe efetivamente. Essas falsas impressões estendem seu alcance além da antecipação das sensações e gozos pelo corpo mental inferior, pois também contêm os traumas e as insatisfações decorrentes da ampla complexidade do psiquismo humano.

É útil descrevermos, objetivamente, alguns exemplos dos habitantes mais comuns, prisioneiros das conchas astral-mentais: o pároco dedicado que se vê estático diante de Jesus, uma freira contemplativa hipnotizada ante a imagem da Virgem Maria, o pai atencioso fixado nos filhos que tem nos braços, o milionário agarrado aos seus tesouros, a mulher bela de outrora extasiada ante o espelho que reflete o novo "corpo" jovem, o aventureiro dirigindo o último modelo de carro esporte. E assim sucessivamente vão as criaturas criando os seus "céus" pessoais plasmados pelas viciações mentais-emocionais que os mantêm retidos nas conchas astral-mentais criadas pela plasticidade do plano astral.

Observações do médium:
Vamos descrever uma experiência em desdobramento astral ocorrida na noite passada. Mas, antes de entrar em minúcias, queremos registrar que, quando estamos em desdobramento, durante o sono físico, não nos vemos mais fora do corpo físico, ao lado da cama, não sentimos entorpecimento das pernas e mãos, nem os característicos sons intracranianos que parecem um chuvisco de televisão fora do ar. Essas impressões, peculiares aos estados iniciais de saída do corpo astral do corpo físico, aconteciam com frequência quando nossa mediunidade estava deseducada.
Sim, pois embora as experiências extracorpóreas sejam uma aptidão anímica, a educação mediúnica favorece as saídas conscientes do corpo físico pela possibilidade de comunicação com os amigos espirituais, que muito nos ajudam. Atualmente nos vemos diretamente projetado no plano astral, e a clarividência e a clariaudiência estão mais sutilizadas. Somos impressionados com imagens e sons; escutamos palavras sem a necessidade de o interlocutor estar falando, e temos certeza de que isso só ocorre pela assistência dos amigos do plano espiritual.

Importa deixar claro que o desdobramento na dinâmica apométrica não se compara às vivências fora do corpo, durante o sono físico. As percepções que se dão no primeiro caso são como se o sensitivo ficasse com a consciência alterada, tendo visões e sofrendo catarses por estar com os corpos astral e mental inferior atuando nos subplanos inferiores do plano astral. Como a consciência não se desvincula totalmente do corpo físico, o corpo astral se torna um veículo incompleto da consciência, ao contrário dos estados oníricos. em que o veículo inteiro se desliga totalmente do corpo físico. É natural, no primeiro caso, que o metabolismo cérebro do sensitivo em estado de vigília interfira nas percepções, embotando-as, deixando-as difusas, diferente do que se dá no sono físico com médiuns adestrados.

Após essas considerações, iniciaremos nosso breve relato. À noite, "acordamos" num plenário enorme, em formato de concha circular. Estávamos no meio de um público que ia assistir a uma apresentação sobre reencarnação e relação de causa e efeito que define a vida do ser na carne. Um espírito oriental, de olhos puxados, iguais aos dos chineses, e com longa túnica muito colorida, parecendo um mandarim, subiu num tablado central e começou a falar. Imediatamente plasmou-se gigantesca tela e toda a platéia ficou "hipnotizada", como se antes de haver aquelas imagens existisse um pensamento único que se apoderava de todas as mentes do local. Conforme ia se dando a preleção desse instrutor, surgiam aglutinações energéticas no éter, que se projetavam para a tela, formando novas imagens tridimensionais. Interessante que, independente do local em que os ouvintes se encontravam, todos enxergavam o cenário visual como se estivessem numa mesma posição: imaginem um cinema em que todos o assentos estão projetados para a visão do centro da tela, não importando o lugar em que se sente, na frente, no meio ou atrás.

Observamos que o ilustre palestrante não movimentava os lábios, mas todos nós escutávamos sua voz de barítono. Outro detalhe fixou-nos a atenção: o "filme" narrado a que estávamos assistindo também era altamente sonoro - a energia no plano astral é visual e sonora, dependendo da escala de freqüência.

O espírito que estava conduzindo a palestra era de grande poder mental; ele formava imagens perfeitas e impunha o seu pensamento sobre todo o público. Repentinamente, ele dirigiu-se a nós, explicando-nos: "Isso é necessário e não violenta a consciência de ninguém. Como se trata de grupo de encarnados desdobrados, tendo recentemente os primeiros contatos com a reencarnação, impõe-se intensa injunção magnética pela força mental, sob pena de completo fracasso no encontro da noite. Como os encarnados têm pensamentos oscilantes e extrema dificuldade de concentração, mesmo com todos os recursos utilizados, muitos não se lembrarão de nada ao acordar." Para comprovar sua teoria, um dos assistentes desse espírito expositor levou-nos para passear nas fileiras dos ouvintes e fez com que escutássemos os pensamentos deles, como se estivessem nos falando aos ouvidos. A maioria estava preocupada com questões materiais: o horário apertado de trabalho do dia seguinte, as contas atrasadas, a namorada briguenta que não telefonava; outros estavam com fome ou com sede, e divagavam mentalmente, ausentes de onde se encontravam e dos conteúdos explanados. Os que entendiam o que estava acontecendo já estudavam as coisas espiritualistas há mais tempo. Mesmo entre estes últimos, muitos desacreditavam dos conhecimentos que estavam sendo repassados, porque eram espíritos um tanto infantilizados por muitas encarnações no meio católico  inconscientemente aguardam um céu que não existe e têm muito medo das penas eternas e do inferno.

Ao término dessa vivência, o instrutor espiritual mandarim aproximou-se e disse que se chamava Hupeh. Este nome e os trajes que vestia são uma homenagem a uma determinada região da China, onde foi muito feliz em várias encarnações. Disse que nos auxiliava sempre na ocasião das palestras e que faz parte da equipe espiritual de Ramatís.

Concluindo, deixou a seguinte mensagem: ''A viciação mental-emocional também se cristaliza no espírito pela influência das religiões, no passar 'dos milênios. Tanto isso é verdadeiro que existem cidadelas astrais que tangenciam a crosta terrícola, onde os seus habitantes acreditam estar no céu dos católicos. Lá, formas de pensamentos coletivas de Jesus, dos apóstolos e dos "santos" ficam repetindo indefinidamente ensinamentos da Bíblia.

Essa hipnose coletiva só será quebrada com muitas encarnações, em que a sábia Lei do Carma proporá, decorrendo unicamente do exercício do livre-arbítrio de cada criatura, situações contrárias aos seus preconceitos, para a devida retificação na carne.

Dessa forma, o auxílio do "lado de cá" nunca cessando, reunimos grupos de espíritos encarnados fora do corpo físico, durante o sono, para participar de preleções como a de hoje. Na maioria, são ferrenhos opositores de vidas passadas das religiões e filosofias orientais, agora reencarnados entre famílias espíritas e umbandistas no Brasil, para dar os primeiros passos na senda das verdades cósmicas, sem as perseguições de outrora".



Do livro: “VOZES DE ARUANDA” Ramatís e Babajiananda/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento.

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