PERGUNTA
- Podeis dar-nos exemplos desses estados "oníricos': decorrentes da
viciação mental-emocional entre os corpos mental inferior e astral? Isso ocorre
sempre pela antecipação das sensações e gozos de vidas passadas?
RAMATÍS:
- Na verdade, não se trata de estados oníricos (de sonho). A
plasticidade natural do plano astral é altamente influenciável pela mente
inferior. As viciações mentais-emocionais acabam aprisionando os seus criadores.
É como o cenógrafo que fica retido no cenário que criou, não sabendo onde está
a porta de saída do set de filmagem. Nesses casos, são plasmadas conchas
astral-mentais que mantêm o ente retido no plano astral, absorto em sua própria
imaginação fantasias a, como se fosse a realidade, Muitos de vós, quando
desencarnais, passais anos a no dentro dessas conchas, não enxergando nada mais
fora do alcance dos seus limites. Assim, se confundem cenas do passado, formas
de pensamento e frustrações psicológicas com o que existe efetivamente. Essas
falsas impressões estendem seu alcance além da antecipação das sensações e gozos
pelo corpo mental inferior, pois também contêm os traumas e as insatisfações
decorrentes da ampla complexidade do psiquismo
humano.
É
útil descrevermos, objetivamente, alguns exemplos dos habitantes mais comuns, prisioneiros
das conchas astral-mentais: o pároco dedicado que se vê estático diante de
Jesus, uma freira contemplativa hipnotizada ante a imagem da Virgem Maria, o
pai atencioso fixado nos filhos que tem nos braços, o milionário agarrado aos
seus tesouros, a mulher bela de outrora extasiada ante o espelho que reflete o
novo "corpo" jovem, o aventureiro dirigindo o último modelo de carro
esporte. E assim sucessivamente vão as criaturas criando os seus "céus"
pessoais plasmados pelas viciações mentais-emocionais que os mantêm retidos nas
conchas astral-mentais criadas pela plasticidade do plano astral.
Observações
do médium:
Vamos
descrever uma experiência em desdobramento astral ocorrida na noite passada.
Mas, antes de entrar em minúcias, queremos registrar que, quando estamos em desdobramento,
durante o sono físico, não nos vemos mais fora do corpo físico, ao lado da cama,
não sentimos entorpecimento das pernas e mãos, nem os característicos sons intracranianos
que parecem um chuvisco de televisão fora do ar. Essas impressões, peculiares
aos estados iniciais de saída do corpo astral do corpo físico, aconteciam com frequência
quando nossa mediunidade estava deseducada.
Sim,
pois embora as experiências extracorpóreas sejam uma aptidão anímica, a educação
mediúnica favorece as saídas conscientes do corpo físico pela possibilidade de comunicação
com os amigos espirituais, que muito nos ajudam. Atualmente nos vemos diretamente
projetado no plano astral, e a clarividência e a clariaudiência estão mais sutilizadas.
Somos impressionados com imagens e sons; escutamos palavras sem a necessidade
de o interlocutor estar falando, e temos certeza de que isso só ocorre pela assistência
dos amigos do plano espiritual.
Importa
deixar claro que o desdobramento na dinâmica apométrica não se compara às
vivências fora do corpo, durante o sono físico. As percepções que se dão no
primeiro caso são como se o sensitivo ficasse com a consciência alterada, tendo
visões e sofrendo catarses por estar com os corpos astral e mental inferior
atuando nos subplanos inferiores do plano astral. Como a consciência não se
desvincula totalmente do corpo físico, o corpo astral se torna um veículo
incompleto da consciência, ao contrário dos estados oníricos. em que o veículo
inteiro se desliga totalmente do corpo físico. É natural, no primeiro caso, que
o metabolismo cérebro do sensitivo em estado de vigília interfira nas
percepções, embotando-as, deixando-as difusas, diferente do que se dá no sono
físico com médiuns adestrados.
Após
essas considerações, iniciaremos nosso breve relato. À noite,
"acordamos" num plenário enorme, em formato de concha circular.
Estávamos no meio de um público que ia assistir a uma apresentação sobre
reencarnação e relação de causa e efeito que define a vida do ser na carne. Um
espírito oriental, de olhos puxados, iguais aos dos chineses, e com longa túnica
muito colorida, parecendo um mandarim, subiu num tablado central e começou a falar.
Imediatamente plasmou-se gigantesca tela e toda a platéia ficou
"hipnotizada", como se antes de haver aquelas imagens existisse um
pensamento único que se apoderava de todas as mentes do local. Conforme
ia se dando a preleção desse instrutor, surgiam aglutinações energéticas no
éter, que se projetavam para a tela, formando novas imagens tridimensionais. Interessante
que, independente do local em que os ouvintes se encontravam, todos enxergavam
o cenário visual como se estivessem numa mesma posição: imaginem um cinema em
que todos o assentos estão projetados para a visão do centro da tela, não
importando o lugar em que se sente, na frente, no meio ou atrás.
Observamos
que o ilustre palestrante não movimentava os lábios, mas todos nós escutávamos
sua voz de barítono. Outro detalhe fixou-nos a atenção: o "filme"
narrado a que estávamos assistindo também era altamente sonoro - a energia no
plano astral é visual e sonora, dependendo da escala de freqüência.
O
espírito que estava conduzindo a palestra era de grande poder mental; ele
formava imagens perfeitas e impunha o seu pensamento sobre todo o público.
Repentinamente, ele dirigiu-se a nós, explicando-nos: "Isso é necessário e
não violenta a consciência de ninguém. Como se trata de grupo de encarnados
desdobrados, tendo recentemente os primeiros contatos com a reencarnação,
impõe-se intensa injunção magnética pela força mental, sob pena de completo
fracasso no encontro da noite. Como os encarnados têm pensamentos oscilantes e
extrema dificuldade de concentração, mesmo com todos os recursos utilizados, muitos
não se lembrarão de nada ao acordar." Para comprovar sua teoria, um dos assistentes
desse espírito expositor levou-nos para passear nas fileiras dos ouvintes e fez
com que escutássemos os pensamentos deles, como se estivessem nos falando aos
ouvidos. A maioria estava preocupada com questões materiais: o horário apertado
de trabalho do dia seguinte, as contas atrasadas, a namorada briguenta que não
telefonava; outros estavam com fome ou com sede, e divagavam mentalmente,
ausentes de onde se encontravam e dos conteúdos explanados. Os que entendiam o
que estava acontecendo já estudavam as coisas espiritualistas há mais tempo.
Mesmo entre estes últimos, muitos desacreditavam dos conhecimentos que estavam
sendo repassados, porque eram espíritos um tanto infantilizados por muitas
encarnações no meio católico inconscientemente
aguardam um céu que não existe e têm muito medo das penas eternas e do inferno.
Ao
término dessa vivência, o instrutor espiritual mandarim aproximou-se e disse
que se chamava Hupeh. Este nome e os trajes que vestia são uma homenagem a uma
determinada região da China, onde foi muito feliz em várias encarnações. Disse
que nos auxiliava sempre na ocasião das palestras e que faz parte da equipe
espiritual de Ramatís.
Concluindo,
deixou a seguinte mensagem: ''A viciação mental-emocional também se cristaliza
no espírito pela influência das religiões, no passar 'dos milênios. Tanto isso
é verdadeiro que existem cidadelas astrais que tangenciam a crosta terrícola,
onde os seus habitantes acreditam estar no céu dos católicos. Lá, formas de
pensamentos coletivas de Jesus, dos apóstolos e dos "santos" ficam
repetindo indefinidamente ensinamentos da Bíblia.
Essa
hipnose coletiva só será quebrada com muitas encarnações, em que a sábia Lei do
Carma proporá, decorrendo unicamente do exercício do livre-arbítrio de cada
criatura, situações contrárias aos seus preconceitos, para a devida retificação
na carne.
Dessa
forma, o auxílio do "lado de cá" nunca cessando, reunimos grupos de
espíritos encarnados fora do corpo físico, durante o sono, para participar de
preleções como a de hoje. Na maioria, são ferrenhos opositores de vidas passadas
das religiões e filosofias orientais, agora reencarnados entre famílias
espíritas e umbandistas no Brasil, para dar os primeiros passos na senda das
verdades cósmicas, sem as perseguições de outrora".
Do livro: “VOZES DE ARUANDA” Ramatís e Babajiananda/Norberto
Peixoto – Editora do Conhecimento.
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