PERGUNTA
- Considerando-se que o conceito de "cada um colhe o que semeia" é um
princípio da Lei do Carma, não seria uma aberração os espíritos encarnarem-se
na Terra, já estigmatizados por destinos fatalistas e que lhes cerceiam o
"livre-arbítrio"?
RAMATÍS
- Embora cada espírito deva renascer na vida física com o seu programa
previamente esquematizado pela Administração Sideral da Terra, isso também se conjuga
ao carma da raça e ao carma do próprio planeta de provas. Assim, há o carma individual
do espírito reencarnante, o qual se conjuga ao carma da família em que ele ingressa,
inclusive ao carma do povo ou da raça de que ele vai participar. É uma conjugação
perfeita de valores positivos e negativos, que não podem exorbitar das regras e
dos princípios disciplinadores da Lei do Cosmo, no esquema corretivo e indenizador
das coletividades e dos indivíduos em suas inter-relações pessoais.
A
família terrena é constituída por espíritos dos mais variados tipos e graus evolutivos,
os quais se digladiam há milênios no curso das vidas humanas e sujeitos ao carma
coletivo do próprio conjunto familiar espiritual, povo, raça e da própria
humanidade na sua eleição planetária. Sob a vestimenta carnal dos mesmos
ascendentes biológicos, disfarçam-se espíritos amigos e inimigos, vítimas e
algozes, credores e devedores, que ali se aproximam e se ajustam, sob a
condição contemporizadora e convencional do lar humano. No seio da mesma
família terrena, tanto vivem os espíritos amigos e unidos pelo amor, assim como
as almas inimigas e adversas imantadas pelo próprio ódio que geraram no
passado. Durante o treino afetivo e os interesses em comum, que unem os membros
da mesma família, amainam-se ódios pregressos e cessam os impulsos irascíveis,
e que ainda ficam mais fortalecidos pelo sentimento da partida para o Além.
Afora
sua retificação individual, cada espírito encarnado ainda fica na dependência da
correção do conjunto de espíritos afins, fann1ia, que é também uma espécie de
membro de cada povo, raça, e, conseqüentemente, da própria humanidade
terrícola, compondo a síntese do carma do próprio orbe onde vivem. Sob dores,
sofrimentos, necessidades econômicas, vicissitudes morais e dramas da família,
os espíritos reunidos pelo mesmo tipo de delitos, culpas e dívidas cármicas,
então precisam amparar-se contra a agressividade do mundo exterior, enquanto
isso os ameniza em suas próprias mágoas e ressentimentos recíprocos do passado. Ademais, as alegrias e
os sucessos dos membros da mesma família, quando se projetam nas esferas da
arte, política, social, intelectual ou mesmo desportiva, carreiam louvores e
exaltações que lembram indenizações dos maus entendimentos pregressos. A
euforia do conjunto, uma vez que a ventura de um familiar também se reflete no
todo da parentela, aumenta a satisfação recíproca e extingue mais breve as
animosidades cármicas pregressas.
Em
face de cada família terrena compor-se pela afinidade espiritual, atração e simpatia
pelo afeto recíproco do passado ou, então, sob a injunção cármica de dívidas e culpas,
existem famílias tradicionalmente felizes, as quais passam pelo mundo deixando um
rasto de júbilo, sucesso e venturas por parte de todos os seus componentes. No
entanto, outras famílias carregam certo estigma doloroso, uma atmosfera trágica
desde a sua formação, que surpreende a própria história. 6 Há famílias
totalmente agressivas, egocêntricas, degeneradas, inescrupulosas, vingativas,
perversas, trágicas ou desventuradas, cujos membros e descendentes findam suas
vidas sob o mesmo tipo de "carma", que os estigmatizam em consequência
de vidas anteriores. Aliás, verifica-se, também, que em certas famílias os seus
membros extinguem-se sob um mesmo tipo de enfermidade, desde a tuberculose,
lepra, cânceres ou forma de aleijamento, surdez, perturbações mentais, que surpreendem
os próprios médicos, uma vez que há falecimento da maioria por moléstia idêntica
e não contagiosa, ou mesmo hereditária, cuja explicação científica induz alguma
predisposição atávica, mas na realidade é o carma coletivo.
6 - Embora guardando o sigilo fraterno, conhecemos, em
Curitiba, alguns casos que confirmam perfeitamente essa observação de Ramatís:
a família X, composta de cinco mulheres e quatro homens, resultou na seguinte liquidação
desventurada: a progenitora, de origem algo fidalga, desgastou-se no vício do
álcool, o esposo foi assassinado no recinto de trabalho, três filhos pereceram
em antros de prostituição, duas filhas foram assassinadas como aliciadoras de
jovens imprudentes. Finalmente, os dois rapazes restantes, um deles, proxeneta,
liquidado numa boate, e o outro, atualmente preso por delinquência de tóxicos e
roubos. As mais jovens, sobreviventes, viciadas em tóxicos, álcool e
degradação, são notícia de jornal.
Em verdade, a Lei Cármica reúne sob a mesma vestimenta carnal e
influenciados pelos mesmos ascendentes biológicos, espíritos afins, por força
de culpas, deslizes, dívidas e mazelas semelhantes, compondo estigmas trágicos
sob a dependência da mesma indenização espiritual pretérita.
Do
livro: “O Evangelho à Luz Do Cosmo” Ramatís/
Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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