PERGUNTA:
- Os sensitivos que estão há anos no trabalho mediúnico e insistem em dar
comunicações psicofônicas dos mesmos mentores, guias e protetores, identificando-os
rotineiramente pelos nomes próprios, geralmente médicos e destacadas personalidades
do passado, pertencentes à classe eclesiástica (freiras, clérigos e altos sacerdotes)
podem estar criando conchas astral-mentais que os aprisionam?
RAMATÍS:
- Sem dúvida, é possível o sensitivo ficar aprisionado na concha astral-mental que ele mesmo
idealiza, como se tivesse uma viseira.
Há
de se distinguir cada caso. O médium que é movido pelo amor e não apresenta interesse
de promoção pessoal, não tem necessidade de ficar dizendo o nome sempre que o benfeitor,
guia ou protetor se aproxima. Outros, disfarçadamente, anseiam o reconhecimento
do grupo e até a sua dependência em relação a ele, "único"
instrumento dos benfeitores. É lamentável quando o diretor terreno cria
dependência de um único médium, alimentando as vaidades dissimuladas entre
ambos.
Muitos
homens consideram o tempo de experiência mediúnica um troféu a ser exibido,
desconsiderando que a idade sideral do espírito encarnado não se encontra em proporção
direta ao número de aniversários no corpo físico provisoriamente ocupado. Esquecem
que nenhum sensitivo é insubstituível, muito menos proprietário dos espíritos.
Existem
os que anseiam tanto pelo médico mentor, a freira erudita, o sacerdote doutrinador,
o iogue oriental de grande sabedoria, o filósofo grego ou o iniciado egípcio,
que plasmam inconscientemente uma forma de pensamento artificial que o
substitui. O verdadeiro mentor não consegue mais chegar próximo, pela vaidade
de seu antigo aparelho mediúnico e pela muralha preconceituosa que retém o
sensitivo preso à forma transitória, que esmaga a essência
duradoura do espírito. Agravam-se essas situações em médiuns neófitos, em que o
animismo descontrolado gera um tipo de auto-obsessão. Portanto, é indispensável
o autoconhecimento do sujeito.
Muitos
casos requerem o acompanhamento psicológico terreno como terapia coadjuvante ao
processo de educação mediúnica, que nunca termina. Predominam, nesses casos desequilibrados,
as ressonâncias de vidas passadas, de seres que foram portadores de patologias
psíquicas. A força do inconsciente é tão intensa que rompe os laços da
consciência da atual personalidade encarnada, estabelecendo-se vivências anímicas
clarividentes indesejáveis. É tamanha a vontade de se ter um mentor importante,
que muitas vezes essas ocorrências se instalam em pleno estado de vigília, seja
no lar ou no trabalho.
Cabe
aos diretores de agrupamentos mediúnicos, seja na umbanda ou na apometria, esclarecerem
aos sensitivos que o valor do instrumento mediúnico, ante a espiritualidade,
não está em manifestar este ou aquele abalizado espírito, aqui ou acolá,
mostrando destrambelho da casa mental, indisciplina e rebeldia pela carência
psicológica que grita por reconhecimento como vistosa arara em zoológico.
No
lugar do mediunismo que potencializa o "guiismo", totalmente
dispensável, impõem-se as vivências alicerçadas no amor interiorizado e na
elevação de sentimentos em prol da fraternidade, sem anseio de reconhecimentos
pessoais descabidos transferidos para os "guias" mais abalizados do
que outros do "lado de cá". Os verdadeiros benfeitores prezam a humildade
e são extremamente discretos, preferindo as formas astrais anônimas às apresentações
ilusórias como referendados doutores de outrora na Terra.
Do livro: “VOZES DE ARUANDA” Ramatís e Babajiananda/Norberto
Peixoto – Editora do Conhecimento.
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