PERGUNTA:
- Observamos que alguns companheiros espíritas apresentam intenso pânico à simples
menção da palavra magia. Ficam paralisados, trêmulos e suando frio quando se
defrontam com um consulente que se diz objeto de "trabalho feito". Existem
perigos mentais ou emocionais no estudo e prática da magia, nos moldes da apometria
e da umbanda, que justifiquem tais reações? Ao lidarmos com os elementos e os espíritos
da natureza, pode haver desequilíbrios psicoespirituais?
RAMATÍS:
- Deveis sempre ter em mente que sois uma individualidade em
evolução que ainda não concluiu o processo de individuação espiritual. Em cada
encarnação, como escola do espírito retido no ciclo carnal, se impõe a ele a
construção de uma personagem para a estada terrena, complexa e "torpedeada"
por reminiscências do inconsciente, ressonâncias de vidas passadas que pulsam
da mente e se instalam na rede neuronal. Quando iniciais os trabalhos práticos
de magia que envolvem mediunismo, seja na apometria ou na umbanda, atraís todos
os traumas reprimidos do passado que vão se integrando à consciência. Assim,
pode acontecer de alguns neófitos na magia começarem a apresentar
sinais de instabilidade psíquica, o que não se deve ao estudo e prática da
magia em si, mas às disposições que os assolam do mais íntimo do ser.
Na
maioria das vezes, sendo o grupo experiente e conduzido por dirigente
perspicaz, acontecem catarses anímicas com certa intensidade, no início do
aprendizado. Essas ocorrências levarão os traumas reprimidos a vir naturalmente
à tona e integrar-se harmonicamente à consciência ativa na presente encarnação,
sendo sábio meio de aprendizado e educação do espírito.
Nos
casos em que se observa distúrbio psicopatológico recrudescido e intermitente,
o que houve foi que essas disposições internas refreadas foram soltas, mas tais
estados de insanidade não se relacionam diretamente com o estudo e prática da
magia ou com o exercício da mediunidade.
Há
de se ter critérios disciplinadores do ingresso de sensitivos na umbanda e na apometria.
O mediunismo, aliado à magia, requer consciências serenas e seguras que tenham autoconhecimento
e domínio de si mesmas, o que é uma conquista da presente existência sustentada
por saudáveis vivências pretéritas registradas no inconsciente.
Não
há nenhum perigo no estudo e prática da magia e não se corre o risco de desajustes
psicoespirituais, a não ser aqueles latentes no íntimo de cada alma. Ocorre
que durante muitos séculos a mediunidade e a magia ainda foram como coisas do
"demônio", de psicóticos e esquizofrênicos. O evangelismo patrulhador
e a dualidade entre Deus e o diabo das religiões ditas cristãs acabaram se
cristalizando com o tempo. Tornaram-se atavismos milenares, e hoje desencadeiam
automatismos comportamentais que, ao ser exteriorizados, apresentam-se
descontrolados em alguns entes, como os suores frios, as mãos trêmulas,
sintomas adrenérgicos de liberação hormonal das glândulas suprarrenais(*). À simples
menção da magia, dispara-se um mecanismo inconsciente de medo e pânico, oriundo
de séculos de perseguições, punições e penas eternas infernais de que foram
objetos os seguidores dos magos, alquimistas, esotéricos e ocultistas da
História, encarnados atualmente.
O
medo de novas torturas físicas e psicológicas os leva a uma infantilização
espiritual, amedrontados diante do desconhecido, como crianças que não sabem o
caminho de volta para casa.
(*)
As suprarrenais, glândulas de ataque e defesa, produzem adrenalina nas
situações de
pânico
e agressão.
Do livro: “VOZES DE ARUANDA” Ramatís e Babajiananda/Norberto
Peixoto – Editora do Conhecimento.
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