PERGUNTA:
- Mas não é verdade que certos espíritos desencarnados pretendem liquidar com
as reuniões mediúnicas e os centros espíritas porque isso lhes enfraquece suas
empreitadas diabólicas?
RAMATÍS:
- Realmente, as falanges das sombras envidam todos os
esforços para destruírem as atividades benfeitoras que tentam esclarecer o
homem quanto à sua verdadeira responsabilidade espiritual. É óbvio que a
criatura terrena esclarece-se à medida que se desprende das faixas vibratórias
dos espíritos viciosos e afeitos a toda sorte de paixões degradantes.
Assim
que o homem assume a consciência de seus atos, controlando suas emoções e pensamentos,
é indubitável que ele também se liberta da condição de um "repasto
vivo" das entidades desencarnadas afeitas a todas as torpezas e
aberrações. Em consequência, as falanges das sombras realmente combatem com
fúria as atividades espiríticas, na Terra, porque o Espiritismo firma suas
bases libertadoras no próprio Evangelho do Cristo, isto é, no mais avançado
conjunto de leis siderais de salvação do homem encarnado. Os adeptos ou crentes
nas religiões dogmáticas do mundo, em geral, buscam nos seus templos ortodoxos
os sedativos que lhes afrouxam a musculatura espiritual. Atentos às palavras do
pastor, do sacerdote ou líder evangélico, hipnotizados às rezas e aos cânticos
coletivos, tais fiéis retomam aos seus lares vivendo a sensação eufórica de que
se libertaram de suas mazelas e pecados da vida cotidiana.
O
altar, pela tradição, desde o velho Egito, é o ponto de convergência e atenção
de todos os presentes à cerimônia religiosa; ali se congregam os eflúvios
magnéticos indesejáveis. Por isso, na antiguidade, os altares eram construí dos
do melhor cedro, árvore conhecida como um dos melhores campos vegetais
condutores de eletricidade, servia proveitosamente para o melhor êxito da magia
religiosa da época.
A
suntuosidade, o exotismo ou a disciplina exigida nas reuniões e cerimônias das igrejas
católicas, templos protestantes e casas reformistas ajudam os adeptos a
retomarem para seus lares, certos da limpeza dos seus pecados. Não importa se
outros novos pecados serão cometidos na próxima semana, pois o refúgio de suas
mazelas e dos seus equívocos estender-lhes-á os braços, no domingo vindouro,
mediante a prédica do pastor sentencioso ou
do sacerdote que os absolve novamente.
No
entanto, os espíritas aprendem, já de início, que nenhuma cerimônia, sacerdote ou
compostura religiosa os salvará dos pecados cometidos; e que só a reforma
íntima, a modificação da conduta e o espírito regrado lhes proporcionará melhor
futuro. Os seus pecados são os efeitos de suas mazelas, sandices e crueldades
do passado; a sua redenção não se fará dentro de um templo luxuoso, aos pés de
um sacerdote, mas pela libertação decisiva das paixões e dos vícios humanos, ou
seja, destruindo em si mesmos o terreno mórbido pecaminoso, que os liga às
esferas ocultas das entidades malfeitoras.
Em
conseqüência, o movimento espírita é mais perseguido e odiado pelos "mentores
das Trevas" porque os seus adeptos não sublimam seus pecados semana após depois
há de acertar-se com Jesus ou com Deus. Um centro espírita funcionando à base
do Evangelho do Cristo é um reduto salvacionista, onde os seus frequentadores
imunizam-se contra as investi das dos planos inferiores. Ali, os seus
participantes recebem estímulos energéticos para ajustarem-se à vida superior e
porem-se a salvo das investidas das Sombras. O ensinamento não é feito à base
de "obrigações religiosas", mas principalmente sob o esquema do "dever" e da "responsabilidade" pessoal. Enquanto as religiões
dogmáticas "frenam" as paixões dos seus fiéis, confundindo a solução
do problema pecaminoso com o seu temporário impedimento, o Espiritismo ensina e
requer uma libertação consciente, lenta e demorada, se for preciso, mas
"definitiva". A vida atual é a revelação positiva do negativo da
existência finda; o sofrimento humano é a retificação do desvio antiangélico. Não
há injustiça nem privilégio; "a cada um, segundo suas obras"! É
resolução pessoal, individual e intransferível a qualquer sacerdote ou pastor.
Deste
modo, a doutrina espírita é realmente um estorvo para as intenções maquiavélicas
dos "maus espíritos"; interessa-lhes minar as bases sadias que
ensinam o homem a libertar-se das paixões e dos vícios num esforço particular e
definitivo. No entanto, um centro espírita só se desmancha, realmente, quando
os destruidores do Além-túmulo podem infiltrar-se no seu seio através das
paixões e das impertinências dos seus próprios componentes. Eles então exploram
a vaidade, o ciúme, a rivalidade e o amor-próprio de todos, até levá-los ao
atrito, à separação e ao estagnamento doutrinário.
Do livro: “Elucidações do Além” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do
Conhecimento.
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