Sabedoria Ramatis

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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Os trabalhos mediúnicos e a amplitude do intercâmbio espiritual – 1ª Parte.












PERGUNTA: - Que nos dizeis quanto à conveniência dos trabalhos mediúnicos no seio do Espiritismo?


RAMATÍS: - As reuniões espíritas de intercâmbio espiritual prestam o valioso serviço de possibilitar o equilíbrio psicofísico de certas criaturas que, pela sua faculdade mediúnica de alta sensibilidade psíquica, sofrem assédio constante por parte dos espíritos desencarnados que desejam comunicar-se para expandirem os seus males ou queixas e serem esclarecidos das dúvidas e confusões em que ainda se encontram.




PERGUNTA: - Então, eles não podem ser esclarecidos pelos assistentes do próprio setor em que vivem, ou seja, pelos seus guias?


RAMATÍS: - Esses espíritos desencarnados encontram-se na mesma situação confusa do indivíduo que, na Terra, seja transferido, de repente, para um país estrangeiro, cujo idioma, hábitos, costumes e ambientes são completamente diversos daquele onde ele viveu durante toda a vida. Ou seja: embora não sendo cego, nem surdo ou mudo, ele encontra-se impossibilitado de manifestar as suas emoções e entender o que lhes dizem os habitantes desse outro país. Faz-se, pois, mister serem esclarecidos ainda mediante a palavra humana e no ambiente do próprio mundo onde viveram.




PERGUNTA: - Então os trabalhos das sessões espíritas devem ser ampliados cada vez mais, pois além de constituírem o veículo de socorro eficaz aos espíritos que se encontram perturbados, é também a única forma de desenvolver a mediunidade dos assistentes ou participantes que possuem essa faculdade?


RAMATÍS: - Assim é. Porém, quanto ao objetivo moral de esclarecer os espíritos" que se encontram perturbados", toma-se oportuno lembrar-vos, além das vossas sessões espíritas programadas sob dias e horários certos, há uma outra verdadeira sessão espírita, aliás, de grande amplitude e mérito em seus objetivos redentores e que não deve ser relegada ao esquecimento.
A "sessão espírita" a que nos referimos, deveis iniciá-la logo que vos levantais do leito, pela manhã, encerrando-a à noite quando vos deitais para o sono reparador. Consiste a mesma nos múltiplos ensejos que, durante o dia, proporcionam aos presidentes das vossas sessões habituais, aos médiuns e a todos os adeptos, doutrinarem e esclarecerem alguns dos irmãos "vivos" (pois também são espíritos), que surjam no seu caminho, igualmente perturbados, seja pelas deficiências da sua ignorância ou pelos recalques deprimentes do seu caráter. Embora acheis que o intercâmbio mediúnico praticado nas vossas sessões programadas seja um alto relevo do Espiritismo, esses irmãos encarnados merecem tanta assistência doutrinária como os que se encontram, sem corpo físico, no plano invisível. E quantas vezes um conselho sensato e oportuno consegue mudar o rumo de uma vida e até, em certos casos, salvar ou evitar que uma fanu1ia inteira seja precipitada no abismo de uma desgraça?
Aliás, vós sabeis que a assistência direta dos vossos guias ou mentores espirituais, ao vosso lado, não está limitada exclusivamente às vossas sessões programadas. Essas entidades também se comunicam convosco por via inspirativa ou intuição todas as vezes que, em vossa vida social, vos dispondes a ser úteis aos vossos irmãos. E mais: Além dos guias invisíveis que vos assistem, inspirando-vos gestos de caridade, abnegação e sacrifício, inúmeros espíritos benfeitores também existem entre vós, desempenhando, igualmente, uma função de verdadeiros guias. Quem são eles? São os que têm a missão de pais, professores, patrões, cientistas, sábios ou filósofos, que vos orientam no mundo, traçam novos rumos ao progresso e vos proporcionam salário para a manutenção do vosso lar.
Aqui são médicos, dentistas, advogados ou engenheiros, que restabelecem a vossa saúde, defendem os vossos direitos ou edificam a vossa moradia protetora. Mais além, outros vos beneficiam mediante o seu mister de sacerdote, pastores evangélicos ou doutrinadores espíritas. Há ainda, na estrada da vossa vida, outros assistentes meritórios, os quais, embora classificados como de nível social um tanto inferior, eles merecem, igualmente, o "diploma" de missionários pois servem à coletividade enfrentando tarefas que os intelectuais, os sábios e os ricos não são capazes de desempenhar. Tais missionários anônimos são os que atendem aos serviços rudes de abrir valas e desobstruir esgotos, são os que varrem as ruas e os que, sem máscaras protetoras a resguardar-lhes os pulmões, recolhem o lixo e os detritos imundos que jogais fora todos os dias.
Que seria de vossa vida sem a abnegação desses irmãos humildes que, seja em dias de primavera ou debaixo de um inverno tormentoso, ei-los, como soldados vigilantes, desincumbindo-se de tarefas que a maioria recusaria desempenhar? Por conseguinte, no vosso próprio mundo também há espíritos-guias idênticos aos que existem do "lado de cá". Assim, conjugando vossas idéias com eles, no sentido de esclarecer e orientar os espíritos (encarnados), que se encontram perturbados, estais, na realidade, realizando um intercâmbio de assistência moral idêntico ao que se processa nas vossas sessões espíritas.


Do livro: “Elucidações do Além”  Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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