PERGUNTA:
- A maioria dos espíritas assegura que há grande interesse dos espíritos
malfeitores desencarnados em acabarem com as sessões espíritas mediúnicas, a fim
de enfraquecer a obra do Espiritismo. Isso é verdade?
RAMATÍS:
- Os centros espíritas podem falir ou ser
"desmanchados" pelos seus próprios componentes "vivos", sem
mesmo haver interferência dos "mortos", pois a vaidade, a obstinação,
o amor-próprio, a ignorância, o ciúme ou a rivalidade entre os dirigentes e
médiuns também liquidam as agremiações invigilantes. Nos centros espíritas ou
terreiros desavisados da realidade espiritual é muito comum o conflito
personalístico e a competição entre os seus próprios componentes, onde os
neófitos tentam superar os velhos, ou estes petrificam-se de maneira teimosa em
suas idéias e empreendimentos conservadores.
Os
candidatos a médiuns, em geral, procuram suplantar em suas comunicações tíbias
a conceituação lisonjeira dos veteranos tarimbados no intercâmbio com o Além. Assim,
alguns dos novos, em sua pressa e afoiteza de sobrepujar os demais, carreiam as
maiores tolices e incongruências para a seara espírita, à guisa de importantes
revelações do Além-túmulo, sob o nome de algum falecido de alto gabarito no
mundo terreno. Essa preocupação ingênua de impressionar o público e o
rebuscamento de um palavreado altiloqüente, coisa muito comum entre os médiuns
neófitos, às vezes, dá margem para que os espíritos mistificadores
aproveitem-se para comunicar futilidades e distorções doutrinárias, no sentido
de confundir e abastardar a própria filosofia espírita. Aliás, os médiuns
fascinados pelos maus espíritos são sempre os últimos a identificarem sua
situação ridícula e as circunstâncias censuráveis com que se expõem aos demais
companheiros.
Doutra
feita, o centro espírita petrifica-se num clima lúgubre ou severo em extremo,
porque o doutrinador ou demais responsáveis são criaturas irascíveis ou
excessivamente puritanas.
Escovados
pela própria experiência, identificam a malícia no mais sadio humorismo e apontam
o "pecado" no menor descuido do próximo. Sentenciosos
e pessimistas anatematizam todo o bulício do jovem, a música moderna
trepidante, o futebol e os excessos emotivos, os bailes da juventude e
irritam-se ante a algazarra das crianças sadias.(2)
Em sua implicância, predispõem no centro espírita o ambiente de
constrangimento, preocupações e temor entre os seus componentes, cerceando-lhes
todas as iniciativas e labores que ajustam a doutrina às novas descobertas e aos
esforços espiritualistas dos demais.
2 - Nota do Revisor: A propósito dessa necessidade da criatura
humana expandir o excesso de sua vitalidade moça, e, também, da atitude
excessivamente severa dos "velhos" conservadores, recomendamos a obra
"Missionários da Luz" capítulo II, "A Epífise", página 23, quando
o autor inicia a alínea, dizendo: "Segregando unidades de forças..."
Eis por que não é muito difícil para os espíritos falaciosos e
maquiavélicos semearem a discórdia, o descontentamento ou o fracasso nos
empreendimentos espiritistas improdutivos, onde a mesa-redonda
da boa vontade é substituída pela vontade discricionária
e teimosa dos dirigentes obtusos, teimosos e egoístas, adversos a qualquer movimento que modifique o ranço conservador. Deste
modo prestam um "desserviço" à doutrina esclarecedora de Kardec,
produzindo um anti fraternismo que além de cercear o progresso frutifica o
desânimo, afasta os entusiastas e os idealistas.
Do livro: “Elucidações do Além” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do
Conhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.