PERGUNTA - Quanto a vossa afirmativa: "Interesses
egoístas inevitavelmente levarão o neófito explorador astral ao mais absoluto
fracasso, quando não a experiências nada saudáveis para a sua evolução, que lhe
podem abalar o equilíbrio psíquico", podeis fornecer nos maiores
elucidações?
RAMATÍS - O fracasso
decorrente dos interesses egoístas se refere às explorações sem o amparo da
Espiritualidade benfeitora que se norteia por ideais de altruísmo, de caridade
e união amorosa, respeitando integralmente as capacidades sensitivas
extra-sensoriais, o merecimento, livre-arbítrio e o carma de cada trabalhador
que tem sob sua responsabilidade.
Obviamente, se apresentam chusmas de espíritos mal intencionados,
obsessores de aluguel, desocupados do além-túmulo e vampirizadores para
"amparar" o encarnado que se projeta sem preparo moral para o lado de
cá, qual soldado medieval na frente de batalha sem o cavalo, a armadura e a espada.
O plano astral envolve toda a psicosfera da Terra, sendo
subjacente e concêntrico ao planeta e alcançando alguns quilômetros acima da
crosta. Tem subdivisões vibratórias e cada uma tem um grau de densidade que lhe
é apropriado e afim com a condensação do fluido cósmico. Imaginai as camadas de
uma cebola interpenetradas, em que cada porção mais profunda e próxima ao
núcleo fosse transpassada pela camada imediatamente superior, de modo que à
superfície, como na Terra, todas estivessem ao mesmo tempo existindo no mesmo
espaço, embora com densidades diferentes; e as mais sutis se estendendo além
das que são próprias à vida física. Sendo assim, tudo de bom e de mau que
encontreis na superfície terrícola, relacionado às vossas vidas na matéria, se
encontra no plano astral multiplicado, e pelo fato do corpo sutil que se afina
com esses sítios vibratórios ser a sede das emoções, que se associam com as
sensações, podeis concluir quão fácil é sairdes do corpo e ir para antros de
prazer inconcebíveis pelos desregramentos. Isso quando não se apresentam
"amparadores" das organizações trevosas encaminhados por um mago
negro para vos auxiliar enquanto tendes a sensibilidade mediúnica para servir
de instrumento de satisfação dos prazeres animalescos que somente um corpo
físico pode oferecer a esses irmãos das Sombras. Com certeza as experiências de
um caneco ou repasto vivo escravizado do além-túmulo não são nada saudáveis. Ademais, o fato de explorardes vossas potencialidades psíquicas
não significa adiantamento espiritual. Se assim fosse, inevitavelmente a grande
população encarnada não iria para os charcos trevosos do plano astral inferior
satisfazer as suas sensações grosseiras durante os desdobramentos projetivos
que ocorrem naturalmente durante o sono físico.
Entre os cidadãos comuns, uma parcela ínfima moralizada, sem
desenvolvimento psíquico para as coisas extracorpóreas, simplesmente flutua com
o seu corpo astral acima do invólucro carnal durante o sono fisiológico. Na
maioria dos casos, pela imoralidade avassaladora da coletividade encarnada, o
veículo astral, como que entorpecido, semi-adormecido, sintoniza com certas
correntes astrais de pensamentos parasitas, de outros encarnados em mesma faixa
mental, se dirigindo qual robô autômato para toda espécie de aventuras sensórias.
Nessas ocasiões, acorda o incauto e entusiasmado "explorador"
extracorpóreo, que recém findou um curso de final de semana com reconhecido
projetor espiritualista - pago antecipadamente através de comprovação de depósito
bancário - um tanto confuso pelos "sonhos" aprazíveis, cansado e sem
energia vital.
Tudo no universo sendo energia, no plano astral não é diferente, e
por sua plasticidade natural, o pensamento é mola propulsora que manipula essas
forças muito próximas da contrapartida etérica planetária. Visualizai uma
criança mimada numa cidade de doces, em que todas as guloseimas pensadas
instantaneamente estarão a sua disposição, podendo se lambuzar à vontade em sua
avidez insaciável sem reprimendas ou limites, como se estivesse em um salão mágico
de conto de fadas chovendo confeitos, e tereis a visão de como procedem os
encarnados despreparados moralmente quando incursionam nas faixas vibratórias
suprafísicas do plano astral.
Do Livro: “Jardim dos Orixás”
Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento.
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