PEGUNTA
- Pedimos mais detalhes sobre o intercurso sexual entre um encarnado e um
desencarnado, ou entre encarnados fora do corpo físico. Há certos projetores da
consciência que afirmam que o "parasexo", ou sexo extrafísico como
eles denominam, é salutar e recompõe as energias como se fosse uma ducha
áurica. Devemos provocar estas experiências psíquicas? Qual vossa opinião?
RAMATÍS
- Tudo que contraria a natureza e não é espontâneo deve ser visto
com apurado senso crítico e com o bom senso que requer o intercâmbio
dimensional e a exploração de vossas potencialidades psíquicas. Retidos no
ciclo carnal, sois um pássaro momentaneamente impedido de alçar vôos em
determinadas altitudes, e não somente o tempo, mas as afeições temporárias, as
nódoas da moral e os prazeres animalizados que saciam o ego inferior vos aprisionam
aos sentidos, que por sua vez reforçam o cadeado que fecha a cela do cárcere
das reencarnações compulsórias. Com a separação do espírito do escafandro
carnal através da projeção do corpo astral, "cria-se" a consciência
de uma personalidade individualizada e separada que procura se auto-afirmar em
seus desejos, instintos e caprichos.
A ilusão se instala como se fosse o verdadeiro
Eu atemporal. Sendo o ego preso ao tempo e ao espaço, intensamente ligado à personalidade
atual e distante da verdadeira individualidade espiritual, ele se apresenta
como um ser fadado à finitude, à morte. Em desdobramento ou projetado,
intensifica a potencialidade anímica para compensar as limitações e
impedimentos naturais do meio físico e de caráter personificadas na atual
encarnação, maneira inglória de fugir do autoconhecimento e de buscar a dominação
dos instintos inferiores para uma vida naturalmente saudável.
Quando
os homens se abrirem consciencialmente à plenitude de suas potencialidades psíquicas
perceberão que jaz em cada um a própria divindade interior. Compreenderão que o
deus interior é o mesmo Deus exterior. Contudo, a interiorização e o psiquismo
ampliado podem levar, paradoxalmente, a uma espécie de engessamento evolutivo
do espírito, como se verifica na busca do prazer sensório fora do corpo físico,
derrubando a naturalidade do conluio sexual entre os pares encarnados que se
atraem e se completam amorosamente. Neste sentido, o Bhagavad Gita comenta:
"Procure o homem elevar o eu por meio do Eu, e não permita que se afunde,
porque, em verdade, o Eu é amigo do eu e, da mesma forma, é seu inimigo".
Quanto
às recomposições energéticas, elas se dão por afinidade: os porcos arrastam os focinhos
na lama na busca de alimento, ao contrário dos beija-flores que o alcançam
através do néctar; o golfinho que respira na superfície marítima não consegue
se reproduzir nos habitats dos protozoários; as aves que se alimentam de carne
em decomposição e chocam seus ovos no sopé das montanhas não sobreviveriam como
a larva parasita cutânea em meio de erupção eritematosa, e assim, envolvidos
pela Mãe Natureza, todos esses seres vivos, instintivamente, nos meios que lhes
são afins, sentem-se como se recebessem uma ducha áurica nas trocas energéticas
com o meio ambiente. Contudo, observai que somente o homem, egocentrista,
distorce a sua natureza.
Do
Livro: “Jardim dos Orixás” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento.
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