PERGUNTA: Quereis dizer-nos que o Evangelho é a própria lei social do mundo? Mas não é
de senso comum que isso só será possível quando também se verificar um estado
moral superior entre os homens. Não é assim?
RAMATÍS: As leis sociais evoluem conforme os costumes, temperamento, latitude
geográfica, cultura dos povos, necessidades biológicas e, inclusive, quanto ao progresso
técnico e os eventos científicos, que amparam e estimulam o crescimento demográfico.
Assim,
a lei social dos homens das cavernas é primaríssima e falha na sua aplicação psicológica
humana, mesmo em comparação às próprias regras ainda anacrônicas da Idade Média.
Que se dirá, então, das leis dos trogloditas, em confronto com os princípios
morais modernos? Em conseqüência qual seria o resultado de compararmos também
as leis mais avançadas de vossa humanidade atual, apreciadas e examinadas sob
os preceitos sociais mais evoluídos de outras humanidades planetárias superiores?
Possivelmente, o mesmo hiato diferencial entre a lei do homem das cavernas e a
legislação moderna terrícola há de se positivar, confrontando-se os princípios
superiores de outras moradias habitadas.
Inúmeras
regras e disposições sociais, que no passado já foram de alto gabarito social, hoje
são fórmulas passadiças e criticáveis, que se desfazem ante os eventos modernos
e nas relações entre os homens do século atual.
O
Evangelho, no entanto, embora pareça na atualidade um conceito social demasiadamente
prematuro para a vossa humanidade, a qual ainda vive sedenta de ambições,
poderes e vãs riquezas é, no entanto, o organograma mais avançado na face da Terra.
Imutável no tempo e no espaço, serviu há dois mil anos para plasmar os
inimitáveis e inesquecíveis apóstolos e discípulos do Cristo na Judéia, assim
como já santificou milhares de homens até a vossa época. Malgrado alguns pensadores
e psicólogos modernos tacharem o Evangelho de contexto primário, ingênuo e impraticável
no seio da humanidade terrena, considerada tão objetiva e cientista, nenhum filósofo
ou moralista já conseguiu elaborar Código de Moral tão elevado, correto e ainda
atual, capaz de aliviar e dirimir os complexos problemas da humanidade.
Embora
alguns intelectos epicuristíscos considerem excessivamente místicos e improdutivos
os temas evangélicos como "amai-vos uns aos outros" ou "não vos preocupeis
com os tesouros que as traças roem e a ferrugem come", o certo é que tais princípios
singelos jamais produziram tipos como Átila, Gêngis Khan, Tibério, Nero ou Hitler.
No seio da ferocidade humana, cada vez mais acicatada pela ganância da fortuna fácil,
que ativa a impiedade e a pilhagem inescrupulosa, os conceitos ingênuos do Evangelho
de Jesus é que caldearam as figuras heróicas e sublimes de Paulo de Tarso, João,
Pedro, Francisco de Assis, Teresinha de Jesus, Vicente de Paulo, Padre Damião, Francisco
Xavier e Maria de Magdala.
Os
princípios evangélicos ainda modelaram homens do mais alto nível do mundo nos
diversos setores da vida humana, como científicos, filosóficos, ou mesmo políticos,
porque eles procediam em seus atos em perfeita harmonia com os ensinos do
Cristo-Jesus.
O
equilíbrio, a paz e a confraternização humana só serão exeqüíveis depois de o
homem integrar-se, incondicionalmente, ao Evangelho. Não há dúvida de que já
são decorridos alguns milênios de civilização terrícola e fracassaram todos os
códigos morais, sistemas políticos e doutrinas sociais, no sentido de
estabelecer a paz e fraternidade entre os homens.
Ainda
grassam na Terra a perversidade, hipocrisia, vilania, avareza, gula, luxúria,
cobiça, inveja, vigarice e o ódio, que ensangüentam os campos e as cidades
terrícolas. Os homens vestem-se de finos tecidos, residem em palácios luxuosos
e desgastam-se em festivais nababescos, conduzem veículos luxuosos e fumam em
epicurísticas piteiras, mas sedentos de desejos não respeitam a mulher do mais
íntimo amigo. Em verdade, ainda são os mesmos trogloditas que não evoluíram,
mas apenas mudaram de traje e de veículo.
Que
importa se alguns pensadores e pressupostos gênios terrícolas ainda subestimam
o Evangelho, à guisa de código moral excessivamente místico e impraticável
no
turbilhão da vida física, onde os homens sangram para nutrir-se, vestir-se e
lograr o descanso
do corpo fatigado? Porventura, tais filósofos e moralistas lograram descobrir tratado
mais completo, capaz de extinguir as torpezas, crueldades e insânias da
humanidade terrena?
DO
LIVRO: “O EVANGELHO À LUZ DO COSMO” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO
CONHECIMENTO.
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