Observações do médium Norberto Peixoto – II parte.
...Continuamos nosso "tour". Minha estupefação apenas tinha
começado. Pai Quirino nos mostrou os outros hotéis e visitantes daquela
estância "paradisíaca" do umbral inferior. Para nossa completa
surpresa, e pela limpidez clarividente que esse amigo nos proporcionou, enxergamos
enormes grupos de agitados padres, monges, freis, internos e ascetas em geral,
do Catolicismo e outras religiões da Terra, projetados em seus corpos astrais, entregues
a ansiedade alvoroçada diante da iminência de se locupletarem nos prazeres terrenos.
Pai Quirino nos disse: "O espírito não suporta um bloqueio abrupto de suas
disposições mais íntimas...".
Na sua simpatia, elegância e matreira espontaneidade, continuou o
comentário: "Muitos religiosos são beatos para os crentes da Terra, mas
durante o desprendimento natural provocado pelo sono físico se mostram
legítimos obsessores das operárias do sexo. Sendo elas mulheres sensuais e
libidinosas do astral inferior, endurecidas pelos .sofrimentos e maus-tratos,
na sua maioria são extremamente sinceras e fiéis aos seus ideais, embora
tortuosos. Ao contrário da hipocrisia e dissimulação costumeira dos que as
procuram para satisfazer seus desejos represados por compromissos religiosos na carne, de que no universo astral
ficam desobrigados, como se estivessem em sonho prazeroso que ansiarão repetir
novamente." Quando Pai Quirino estava nos dando esta última opinião, franca e sem receio como é do seu comportamento,
sobre o assunto um tanto espinhoso diante dos nossos atuais conceitos de moral,
ficamos um pouco inseguros diante da sua exposição. Repentinamente o cenário a
nossa volta começou a se desvanecer. Imediatamente sentimos o magnetismo e o característico estilo de
pensamento de Ramatís, conciso, direto e sem rodeios, retumbando no meio de
nossa cabeça: "Não deves estabelecer julgamentos, mesmo que detivesses a
competência para tanto. Teu alcance moral é débil pela transitoriedade da atual
personalidade que ocupas. Mantém a isenção e imparcialidade de ânimo, como mero
repórter observador, para conseguires terminar o programa de visitação em curso
com o amparo de Pai Quirino. Assim, serás auxiliado em tua memória ao acordar,
condição essencial para um sensitivo escrevente e instrumento mediúnico
consciente. Recompõe-te lembrando do legado de Jesus. Mesmo com sua
autoridade crística, ao invés de estabelecer julgamentos pessoais e punitivos,
confortava e esclarecia, aliviando as almas "pecadoras" de seus
fardos, colocando-se acima das idiossincrasias dos homens. Preferiu, à companhia
dos sacerdotes hipócritas dos templos, o socorro e alento aos despossuídos,
nunca recusando o amparo aos mundanos discriminados e prostitutas apedrejadas
da época pelos falsos e frágeis valores morais dos poderosos..."
Esforcei-me para manter o padrão vibracional à altura de Pai Quirino, sem
influenciar-me tão facilmente pelo que estava vendo e ouvindo, ao menos a ponto
de não obstruir a programação dos amigos espirituais pelo meu retorno
antecipado ao corpo físico.
Em desdobramento clarividente com projeção do corpo astral às
regiões umbralinas – às vezes estamos desdobrados, mas não estamos projetados,
situações em que ficamos "flutuando" no quarto em cima da cama - é de
suma importância não perdermos a serenidade ou nos assustarmos, pois
rebaixamo-nos vibratoriamente. Às vezes isso ocorre, principalmente nas primeiras
experiências extracorpóreas, oportunidades em que o nosso coração fisiológico
dispara e aumenta a emissão de adrenalina excretada pelas glândulas supra-renais,
fazendo com que haja um estrondo pelo repuxo violento do cordão de prata que
nos remete, como se fôssemos abruptamente empurrados, de volta ao corpo físico.
Continuando nossa visitação, nos encontrávamos curiosos sobre o motivo
de tanta simpatia e bom trato dos habitantes do complexo hoteleiro de diversão
e deleite mundano para com os encarnados, e como as construções eram mantidas,
limpas e confortantes. Pai Quirino nos esclareceu: "As energias densas
liberadas pelos prazeres intensos dos encarnados são o verdadeiro alvo de todas
estas construções, na verdade um bem arquitetado centro vampirizador de
fluidos. Como bem tratadas vacas leiteiras ordenhadas em tantos litros diários
de leite para o desjejum dos hóspedes de uma pousada rural, os visitantes
ébrios de êxtase sensório são sugados o bastante para não ficarem completamente
exauridos. O planejamento psicológico, sub-reptício, dos arquitetos das
Sombras, se fundamenta em criar dependência psíquica das fracas personalidades encarnadas,
que represadas por vários motivos em suas satisfações animalescas na carne, encontram
nestes antros os mais sórdidos recursos para se entregarem selvagemente...
Do livro: “Jardim Dos Orixás” –
Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento
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