PERGUNTA:
Nesse caso, como se pode ter confiança nos conselhos e nas respostas dos guias,
quando necessitamos realmente orientar-nos através da personalidade do médium
consultado?
RAMATÍS:
No aprendizado espírita, sob qualquer hipótese, o mais
aconselhável é a criatura devotar-se corajosamente ao estudo, à auscultação
psíquica e enfrentar os equívocos e os óbices naturais de sua experiência
espiritual no contato com a matéria. É necessário evitar o julgamento
antecipado, a premeditação religiosa ou firmar quaisquer conceitos doutrinários
em definitivo, quando ainda não se podem comprovar os seus fundamentos lógicos
e sensatos. Muitos aforismos, postulados e recomendações que trazem o endosso de
distinguido espírito, por vezes são apenas sentenças sem proveito espiritual e
fruto do médium anímico.
Certo
espírito laborioso já vos disse em determinada obra mediúnica:" 0 homem
que já viveu um dia com o Cristo poderá caminhar um século com a humanidade".
Evite-se, portanto, transformar o Espiritismo em agência de informações, mesmo
que se trate do melhor trabalho mediúnico ou do médium em que se deve confiar.
É conveniente não se anular o esforço próprio em qualquer circunstância da
vida, pois Jesus foi indiscutivelmente claro e incisivo quando, seguindo à
nossa frente, arrostou os escolhos da estrada terrena, advertindo-nos
sabiamente: "Toma a tua cruz e segue-me".
Naturalmente
só vos poderia ser possível conhecer a individualidade exata do guia com que vos
simpatizais, se pudésseis ouvi-lo através de um médium neutro, absolutamente
esclarecido e dotado de invulgar senso de autocrítica. Então ele poderia
transmitir o pensamento do seu mentor tão facilmente quanto o leito do regato
deixa manar a água límpida da nascente.
As
inconveniências e as decepções mais comuns na seara espírita ainda são mais
próprias da imprudência dos neófitos ignorantes do mecanismo da mediunidade,
que por isso têm os médiuns na conta de oráculos infalíveis e capazes de solver
todos os problemas complexos da vida. No entanto, o médium, como ser humano e
por isso imperfeito, é o instrumento em afinação para as grandes causas
futuras, o mensageiro em aperfeiçoamento, e não o "abre-te-sésamo"
para as soluções mais excêntricas.
Do
livro: “Mediunismo” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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