PERGUNTA
- Mas todo esse entusiasmo e maior disseminação das técnicas e conhecimentos
projetivos de desdobramento, que ocorrem na atualidade, não estão de acordo com
nosso atual momento de consciência coletiva? Afinal, um dia não teremos que
"explorar o universo" que nos cerca?
RAMATÍS
- Os homens se distanciam de suas capacidades divinas inerentes
quando supervalorizam o ego e fortalecem as personalidades atuais e, como se
fragmentassem, ignoram suas individualidades imorredouras, integrantes da totalidade
cósmica, e se afastam das potencialidades do Criador. Essa oposição do ego
avantajado e da personalidade enrijecida causa angústia pelo medo da morte,
pela sensação de finitude que a maioria tem inconsciente, pois a personalidade
transitória rebela-se e se amotina contra o plano da Consciência Una, de
unidade cósmica sem a temporalidade impessoa e onde o eterno é absoluto por
todo e sempre.
O
vosso atual momento de consciência coletiva está muito longe de vos conduzir à percepção
da realidade universal supraconsciente. O homem só encontrará a plenitude
espiritual quando encontrar a sua realidade interna de espírito infinito,
deixar de identificar-se com o ego e substituir a instabilidade existencial, a
ansiedade e a volatilidade exterior das coisas que o cercam e iludem, e
voltar-se para a libertação da sua centelha espiritual escravizada pelo egoísmo
e pelo eu inferior. Claro
está que os exercícios estruturados, que almejam despertar as vivências
pessoais e as experiências místicas, vos auxiliarão na busca incessante do
espírito na sua volta ao seio universal, da totalidade com o Criador. As
filosofias antigas como o Zen-Budismo e a Vedanta mostram há milênios o caminho
para se "curar" a dissociação entre a personalidade e a
individualidade espiritual.
Por
sua vez, os graus cada vez mais ampliados de percepção psíquica e de expansão
da consciência vos levam a um entendimento maior do próprio processo evolutivo,
dentro das vidas sucessivas. Pelo natural esquecimento da individualidade
espiritual quando encarna novamente, há uma tendência natural de fortalecimento
da atual personalidade, situação que vos leva a recair em condicionamentos
arraigados que vos retêm na caminhada. Nesse ir e vir chegará um momento em que
o ego se ligará definitivamente ao espírito, "concluindo" que a
profundidade de sua essência espiritual, a individualidade imortal que faz
parte do todo cósmico, está além dos limites carnais de uma estada terrena.
O
ser individual personificado em uma encarnação se liberta dos seus medos e
angústias, se conectando definitivamente à individualidade espiritual sem fragmentar-se
e adquirindo a convicção reforçada pelas experiências conscientes
extracorpóreas, de que a plenitude de sua divindade interior é a mesma do Deus
exterior. Interioriza o amor por tudo e por todas as coisas manifestas às suas
percepções cada vez mais ampliadas, iniciando a sua libertação do ciclo carnal.
Nesse
estágio de vossa evolução tereis o amor e a divina compaixão que vos une a
todas as coisas, estando aberta a primeira porta para o longo percurso que vos
conduzirá, harmoniosamente e sem sobressaltos extemporâneos como tudo no cosmo
à "exploração do universo".
Do livro: “Jardim Dos Orixás” –
Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento
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