Sabedoria Ramatis

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domingo, 22 de novembro de 2015

“A CRIATURA CAMINHA PARA O CRIADOR”





PERGUNTA:  Como entender melhor esse axioma de caminhar para Deus, estando Deus em tudo?

RAMATÍS:  A criatura caminha para o Criador,  a Essência Incriada , purificando-se e libertando-se vibratoriamente da forma, assim como a libélula se afasta pouco a pouco da forma da lagarta repulsiva, para tomar uma forma superior.
A forma inferior é a vida no mundo material, da energia descida e condensada; é a figura criada; tem começo e tem fim, pois é provisória; significa a ilusão, o "maya" tão sugestivo dos orientais. Quanto mais o espírito se agarra à forma do mundo material, tanto mais longa é a sua ausência da intimidade com o Pai e, também, maior a distância de sua real felicidade. O máximo de ventura possível que o espírito pode usufruir na matéria é sempre uma constante decepção para ele porquanto, satisfeito o corpo emocional, o tédio toma conta da alma outra vez. Nunca ela poderá ser feliz repetindo as mesmas emoções ou apenas fazendo substituições que, de início, já trazem o sabor da futura desilusão.
Caminhar para Deus, portanto, é acelerar o campo vibratório do próprio espírito; é o incessante libertar-se das formas ilusórias; é evitar que a consciência menor crie raízes no mundo provisório, para mais breve sentir, então, a tangibilidade da Consciência Maior que a criou!

PERGUNTA: Como poderemos compreender a "submissão incondicional" ao Evangelho, a que fizestes referência há pouco?

RAMATÍS:  Queremos dizer que o Evangelho deve ser praticado sem qualquer interposição de condições ou regras acessórias; ele é um código de leis perfeitas como as que regem a magnificência das organizações dos mundos celestiais; é um alfabeto que dispensa alterações do mundo humano, porque se entende exclusivamente com a linguagem dos céus!
Os espíritos das trevas, sabendo influir com sutileza na alma dos homens, aconselham muita gente a praticar o Evangelho, mas sob condições que escondem intuitos profundamente dissolventes ou de interesses disfarçados. Sob a inspiração das trevas, pululam no vosso mundo milhares de criaturas sentenciosas, que sempre justificam uma escapatória na prática do Evangelho, tentando acomodá-lo com os interesses da carne ou do mundo material; expõem os elevados conceitos evangélicos, mas os cercam de uma prudência bem humana! Apesar dos apelos nobres, das socilitações e exortações elevadas de sacerdotes, doutrinadores ou praticantes do Evangelho, o trabalho do Cristo se esboroa de encontro aos caprichos e interesses do mundo provisório, porque nem todos querem adaptar-se perfeitamente à sua admirável doutrina de eterna beleza espiritual! Daí recomendarmos a submissão incondicional ao Evangelho, ou seja a incorporação absoluta e integral ao ensino evangélico, sem quaisquer outras inovações de ordem particular ou dogmática, que se afastem de sua expressão pura e representem uma prática cautelosa e calculada. Aqui, reconhece-se a necessidade da renúncia, mas pondera-se que o excesso de conforto faz parte do progresso humano e representa conquista da civilização; ali, elogia-se a simplicidade, mas justifica-se o exagero de enfeites e o luxo nababesco como expressão de arte e de bom gosto; acolá, realça-se a urgência da expansão da caridade através da dádiva de trapos velhos e restos alimentícios, mas aconselha-se a punição e o desterro para o desajustado; põe-se em relevo a honestidade, exaltando-se o mau administrador que oferece migalhas do milhão furtado; prega-se a fraternidade universal, mas sob pontos de vista pessoais e caprichos doutrinários separativistas; recomenda-se a expansão do amor crístico, mas apontam-se adversários religiosos; prega-se a necessidade de o empregado contentar-se com seu salário, mas criticam-se os lucros excessivos do patrão ou do chefe!
Um Evangelho cheio de justificativas e de contemporizações com o gosto humano não é o Evangelho deixado por Jesus, cuja vida foi de absoluta e incondicional renúncia pelo bem humano, muito bem atestada nestas recomendações cuja prática ele exemplificou: — "Se o teu adversário obrigar-te a andar uma milha, vai com ele mais duas e, se alguém te tirar a capa, dá-lhe também a túnica". Um Evangelho diferente deste é um Evangelho condicional, muito razoável para atender e justificar as manhas do homem, mas que, em lugar de um conjunto de regras para que vos transfirais do mundo transitório para o mundo angélico, não passa de um cabide de recitativos compungidos para os religiosos melodramáticos!

DO LIVRO: “MENSAGENS DO ASTRAL” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.

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