PERGUNTA: Dissestes
alhures, que há vida animal nesse astro; no entanto, pelo que está ao alcance
do nosso entendimento, esse planeta não recebe suficientemente a luz solar para
possuir vida orgânica. Planetas mais próximos do nosso Sol, como Saturno,
Netuno e Plutão, são dados pela nossa ciência como impossibilitados de manter
vida orgânica. Que dizeis a esse respeito?
RAMATÍS: Não
podemos nos estender em descrições fisioquímicas com relação a Saturno, Plutão
ou Netuno, de modo a vos provar que a vida que lá existe é preciosa e
compatível com as determinações do Divino Arquiteto. Se ele fez o mais difícil,
como seja criar os mundos, consequentemente faria o mais fácil: povoá-los! As
leis que estabelecestes, valendo-vos dos fenômenos conhecidos da vossa tela
astronômica, não servem para que analiseis a vida no planeta que se aproxima,
cujo evento estamos relatando sob dois aspectos distintíssimos: o acontecimento
físico, acessível à vossa ciência astronômica no futuro, após o progresso da
ótica etérica, e o evento espiritual só compreensível aos cabalísticos.
Não
poderíamos explicar-vos minuciosamente o processo em suas bases expressivas,
porque se trata de um fenômeno que ocorre no "mundo interior", onde a
efervescência de energias suplanta as demarcações das formas objetivas e muda os
conceitos de distância e velocidade! Na realidade, o que vos parece um
deslocamento geográfico ou astronômico é só operação de mudança vibratória
interior e a criação de um campo magnético condutor dos acontecimentos
determinados na zona mental.
É
necessário não esquecerdes de que o Supremo Arquiteto não criou um só grão de
areia que não fosse visando a consciência espiritual de seus filhos. Os seus propósitos
inteligentes disciplinam rigorosas medidas que controlam as despesas na economia
do Cosmo; os orbes, os sistemas, as constelações e galáxias são celeiros de
formas vivas, sob as mais variadas expressões, sem se distanciarem um mícron da
direção íntima espiritual, que cuida e plasma as consciências individuais
através dos seus obreiros espirituais. Não é necessário vos afastardes da Terra
para comprovardes que por toda parte existem condições de vida sob aspectos os
mais extremistas e contraditórios!
Enquanto o
condor tem o seu "habitat" no pico dos Andes, em atmosfera rarefeita,
o tatu, a toupeira ou a minhoca encontram conforto no meio asfixiante do subsolo;
o pássaro se banha na leveza do oceano de luz atmosférica, mas o monstro marinho
suporta ciclópicas toneladas de pressão oceânica na sua morada submarina; o
leão sacode a juba, feliz, sob o calor ardente do deserto, enquanto o urso
polar mostra o seu euforismo na continuidade da neve; a carapaça alimenta-se nas
pedras, e os batráquios se rejubilam no gás de metano dos pântanos; a borboleta
é um floco delicado que se extingue ao sopro da brisa mais forte, enquanto a tartaruga
é pesado bloco de pedra viva, que sobrenada na água; a foca saltita contente na
água gelada e inúmeros insetos reavivam-se nos gêiseres de água fervente!
Variam
indefinidamente as pressões, as temperaturas e os estados físicos, mas a vida
se revela em tudo; assim, há seres vivos que podem adaptar-se a qualquer orbe
onde os cientistas sentenciam gravemente a impossibilidade de vida. O Sol estende-se
com a mesma prodigalidade sobre todos os seres e coisas, criando temperaturas diversas
e homens diferentes, e tanto atende à vida em vosso orbe quanto em Plutão ou
Saturno!
Estamos
certos de que, se o vosso mundo fosse povoado exclusivamente de africanos,
estes lançariam o seu anátema à possibilidade de existirem homens brancos,
louros e de olhos azuis; e se, pelo contrário, a Terra fosse unicamente povoada
por brancos, provavelmente terminariam queimando o ousado profeta que afirmasse
a existência do homem de cor preta! E, se o mundo fosse povoado só de pretos e
brancos, o primeiro homem vermelho que aparecesse, de cabelo ruivo, cor de
fogo, iria para uma jaula, por considerarem-no um bicho esquisito!
O vosso
orbe é um celeiro vivo e representativo da fauna e dos diversos reinos de
outros mundos, oferecendo aspectos para avaliardes todos os fenômenos possíveis
que ocorrem nas diversas moradas planetárias que se balouçam na abóbada
celeste. Deus plasmou o seu pensamento repleto de vida na substância formativa
dos mundos, e a sua magnífica vontade faz desatar sonhos em todos os quadrantes
do Cosmo; as leis que os criam são sempre as mesmas na sua função "interior",
e agem equitativamente em todos os sentidos; por isso, é estultícia e mesmo
ridículo considerardes que o acanhado padrão humano terrícola deva ser a fórmula
única para toda a vida planetária.
PERGUNTA: Considerando que há íntima relação entre o
corpo físico e o seu molde preexistente, que é o perispírito, formado com as
substâncias magnéticas do meio em que sempre se reencarna, achamos que haverá
profunda dificuldade para os espíritos terrícolas se adaptarem a um meio
primitivo, como o é o do astro de que se trata. Que dizeis?
RAMATÍS: Assim como inúmeros espíritos marcianos e de
outros orbes mais evoluídos têm podido reencarnar-se no vosso mundo, para
auxiliarem o progresso científico, artístico e filosófico, também os exilados
da Terra hão de adaptar-se ao ambiente primitivo do astro intruso. Aos
espíritos é mais fácil a descida vibratória e a adaptação a condições semelhantes
às em que já viveram alhures, do que a ascensão para zonas dinamicamente
superiores. Na realidade, eles emigram atendendo à própria exigência científica
das relações cósmicas, em perfeita afinidade com o ambiente inferior eletivo ao
seu metabolismo astro-etérico, consideravelmente deprimido pelas paixões
primitivas que lhes ajustam a psique do homem das cavernas. É certo que as
almas superiores, quando descem de outros orbes evoluídos, suportam inauditas
dificuldades para se adaptarem ao vosso mundo, mas isso é porque, sendo
missionárias e não exiladas, devem reduzir o seu campo psico-magnético a
fim de alcançar o metabolismo biológico no éter químico terráqueo. Os exilados
da Terra revelam no seu psiquismo as condições naturais que se afinam
especificamente às paixões animais do planeta para onde emigram, enquanto que
os marcianos, por exemplo, quando atuam na vossa humanidade, ficam muito além
das faixas vibratórias terrestres e têm que realizar hercúleos esforços para se
situarem na frequência vibratória mais baixa.
DO LIVRO: “MENSAGENS DO ASTRAL”
RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.
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