PERGUNTA: -
Porventura, Jesus não teria anatematizado a nossa vida material, ao demonstrar
que só lhe interessava e era importante a vivência espiritual?
RAMATÍS: - Jamais o
Mestre Jesus faria tal condenação, o que desmentiria a sua genial sabedoria e
ternura espiritual. Ele apenas procurou distinguir quanto à natureza transitória
da existência material, em confronto com a eternidade e liberdade da vida espiritual.
Em sua pedagogia evangélica, ficou comprovado quanto à sensatez do homem usufruir
da vida terrena como uma escola de aprimoramento moral e científico, jamais com
o fim de satisfazer os instintos. Assim como os alunos não devem apegar-se
avaramente aos objetos e coisas que servem de base para a sua alfabetização,
porque, caso não sejam reprovados, de nada lhes servem no ano seguinte; o espírito
do homem também não deve imantar-se aos valores, tesouros materiais, cujo
objetivo é favorecer provisoriamente para a sua educação e desenvolvimento
consciencial na face dos orbes físicos, e os quais nada lhe significam na
futura vivência angélica.
Embora
salientando a importância de o espírito encarnado viver na matéria, aconselhou
ao homem o estudo, a paciência, tolerância, humildade, o amor e o trabalho, acrescido
de um serviço desinteressado aos seus irmãos, como os fundamentos específicos para
a mais breve promoção angélica. É de senso comum que ninguém pode
alfabetizar-se na escola primária, caso despreze as lições dos professores,
destrua compêndios e os instrumentos do seu aprendizado. Embora insistindo
sobre a superioridade da vida angélica, o Cristo-Jesus não desprezou nem
condenou a existência humana na Terra, mas apenas distinguiu-a como um
"curso transitório", funcionando como um meio e não como um fim.
PERGUNTA: -
Porventura, para além do tema enunciado por Jesus, de que o seu "reino não
é deste mundo", isto é, diferente do nosso mundo físico, ainda existe
algum outro acontecimento oculto?
RAMATÍS: - Convém
repetirmos que todo ensinamento evangélico de Jesus sempre oculta alguma ação
legislativa do Cosmo. Examinando-se as parábolas e os conceitos instrutivos do
Amado Mestre, sob o raciocínio mental e os eventos científicos do século XX, é
possível à própria ciência acadêmica identificar determinadas regras e leis, que
atuam ocultamente no âmago dos enunciados evangélicos. Inúmeras elucidações,
ainda incompreensíveis na época messiânica cristã, hoje podem ser observadas e
compreendidas,
graças ao
progresso científico e técnico do mundo moderno.
Aliás,
como a Lei Única do Cosmo e seus derivados disciplinam todos os fenômenos e
operações no metabolismo da vida material, obviamente, coordenam e disciplinam
desde o nascimento até a decadência dos envoltórios físicos, que servem para a manifestação
do espírito no curso educativo das encarnações planetárias. A matéria, em conseqüência,
é o meio educativo e de expressão para o espírito simples e ignorante ampliar a
sua consciência individual. Mas isso deve ser realizado sem discrepar das leis morais
e espirituais, porque elas disciplinam os fenômenos da matéria dentro da
Unidade Cósmica.
Do livro: “O Evangelho À Luz Do Cosmo” Ramatís /Hercílio
Maes – Editora do Conhecimento.
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