PERGUNTA: Quando os exilados se reencarnam como filhos
de homens das cavernas, a força bruta e vital, do novo mundo inóspito, não lhes
domina completamente o psiquismo terrícola, que é
mais refinado e sublimado? O perispírito do terrícola não fica, porventura,
completamente subjugado pela poderosa energia psíquica da carne animalizada do
orbe primitivo?
RAMATÍS: Assim
como no reino vegetal podeis enxertar a muda frutífera superior na planta
agreste, no pitoresco "cavalo selvagem", também o espírito exilado,
da Terra, se enxerta no tronco rude do psiquismo selvático do homem das cavernas.
A seiva vigorosa de planta primitiva sobe, violenta e rude, para subjugar a
espécie intrusa, que lhe é enxertada, tentando impedir-lhe a produção dos
frutos.
A planta inferior não domina o seu ciúme, cólera e despeito e teima em não ceder a sua energia para a espécie estranha. Mas o jardineiro atencioso vela pelo êxito da nova espécie civilizada e prodigaliza-lhe os socorros necessários; extermina os ramos agressivos do caule selvagem, que tentam debilitar a muda enxertada. A poda inteligente enfraquece a planta bravia, porque lhe decepa as folhas e os galhos que lhe garantiam a personalidade vigorosa; então a seiva é obrigada a subir, para desenvolver e avantajar melhor a planta, que assim distribui, com cuidado e harmonia, a mesma seiva vigorosa e rude que recebe do plano vegetal inferior; produz então os brotos, tece as folhas, e desabrocham as flores, que prenunciam os frutos sazonados do Outono! Sob os olhos vigilantes do jardineiro, o "cavalo
A planta inferior não domina o seu ciúme, cólera e despeito e teima em não ceder a sua energia para a espécie estranha. Mas o jardineiro atencioso vela pelo êxito da nova espécie civilizada e prodigaliza-lhe os socorros necessários; extermina os ramos agressivos do caule selvagem, que tentam debilitar a muda enxertada. A poda inteligente enfraquece a planta bravia, porque lhe decepa as folhas e os galhos que lhe garantiam a personalidade vigorosa; então a seiva é obrigada a subir, para desenvolver e avantajar melhor a planta, que assim distribui, com cuidado e harmonia, a mesma seiva vigorosa e rude que recebe do plano vegetal inferior; produz então os brotos, tece as folhas, e desabrocham as flores, que prenunciam os frutos sazonados do Outono! Sob os olhos vigilantes do jardineiro, o "cavalo
selvagem",
ou antigo caule agressivo, torna-se um escravo dócil e um pedestal obrigatório
para a planta superior. Mas não
tarda, também, que ele mesmo se deixe influenciar pela transformação e se
renove na seiva e o adubo cientificamente administrado em suas raízes. E o
velho tronco se torna então luzido, vistoso e nutrido, extinguindo-se o seu
ciúme e a sua cólera, para se constituir num prolongamento vivo da mesma
espécie superior. Em consequência, recebe também a afeição do jardineiro, que
lhe asseia o
invólucro exterior e também o protege contra os vermes, os insetos e as formigas.
Em breve, ei-lo fazendo parte dos pomares nutritivos ou a sustentar os arbustos
carregados de flores perfumadas!
Antes, era
apenas o "cavalo" selvagem, o caule hirsuto, primitivo e indomável, rebelde
à justaposição do vegetal aprimorado, que o jardineiro lhe impunha no enxerto
comum; posteriormente, transforma-se em admirável cunho de beleza vegetal, que
segura o buque de flores fascinantes ou sustém a oferta viva dos frutos saborosos! É óbvio
que, se Deus, como divino jardineiro, prodigaliza seus cuidados, com tanta
precisão e afeto, para que o simples vegetal se situe entre padrões mais primorosos,
de modo algum deixaria de distribuir as energias espirituais superiores pela
carne primitiva. dos filhos dos homens das cavernas! E ele o faz, sem permitir que a
seiva bruta e instintiva também destrua a qualidade psíquica já conquistada pelos
exilados terrícolas, tanto no campo da consciência como no seu senso diretivo ascensional.
PERGUNTA: Ainda não podemos compreender perfeitamente
essa retificação psíquica em mundo inferior, quando tudo ali parece eliminar as
menores possibilidades educativas. Esse mundo nos parece uma prisão
compulsória, na qual o encarcerado não se move com liberdade e, por isso, vê
reduzida ainda mais a sua capacidade para avaliar a responsabilidade dos seus
próprios atos. Poderíeis explicar-nos mais claramente o assunto?
RAMATÍS:
Lembramos o exemplo dado anteriormente, em que o orador capcioso deve retornar,
em nova existência, sob terrível gagueira. A sua reduçã inicia-se pela perda da
antiga palavra fácil e hipnotizadora. Antes, o seu espírito fascinava as
multidões, pelo encanto da voz aveludada e do gesto elegante; depois, é ridicularizado
nos esgares da gagueira e nos esforços hercúleos que faz para ser compreendido.
O seu espírito, embora amordaçado por essa impossibilidade fisiológica,
desenvolve os poderes da reflexão e coordena os seus pensamentos antes de os
expor em público. Ele avalia a angústia para compor as palavras através da
gagueira, e se vê obrigado, por isso, a só tratar do que é benéfico e útil; desaparecem
a insinceridade, os subterfúgios, a dialética complicada e as antigas manhas,
porque para o gago o tempo urge; há que aproveitá-lo com inteligência, se quiser
fazer-se entendível e tolerável pelos seus impacientes ouvintes! Impedido de empregar
os antigos jogos florais da palavra que emocionava, mas que era um desmentido
ao seu modo de pensar, o espírito do gago ajusta-se a um raciocínio correspondente exatamente ao seu modo dificultoso de falar.
Em consequência disso, adquire hábitos novos e bons, que não cultuava no passado; obriga-se a veicular pensamentos úteis, verdadeiros e leais, que precisam ser entendíveis à luz do dia, através de poucas palavras. Mas, apesar disso, o espírito do antigo orador não retrógrada ou involui, porquanto o fator coercitivo da fala é apenas uma breve contemporização na vida terrena; é um "freio fisiológico" que retifica o excesso de volubilidade psíquica da existência anterior, sem lesar, porém, a verdadeira consciência espiritual. Sob a coação da gagueira, os impulsos levianos e de má-fé deixam de agir, pois são preciosos os segundos para que o gago se faça compreender, devendo, por isso, expor em público só aquilo que é medido, calculado e escoimado de inutilidade e más intenções. E terapêutica reeducativa e que elimina os subterfúgios nas relações humanas, trazendo melhores qualidades à bagagem da razão do espírito.
Nenhuma alma pode recuar do ponto em que já consolidou a sua consciência de "ser" e "existir"; tudo aquilo que já conquistou de bom e acumulou nas romagens físicas e astrais, vive-lhe perenemente na memória.
Em consequência disso, adquire hábitos novos e bons, que não cultuava no passado; obriga-se a veicular pensamentos úteis, verdadeiros e leais, que precisam ser entendíveis à luz do dia, através de poucas palavras. Mas, apesar disso, o espírito do antigo orador não retrógrada ou involui, porquanto o fator coercitivo da fala é apenas uma breve contemporização na vida terrena; é um "freio fisiológico" que retifica o excesso de volubilidade psíquica da existência anterior, sem lesar, porém, a verdadeira consciência espiritual. Sob a coação da gagueira, os impulsos levianos e de má-fé deixam de agir, pois são preciosos os segundos para que o gago se faça compreender, devendo, por isso, expor em público só aquilo que é medido, calculado e escoimado de inutilidade e más intenções. E terapêutica reeducativa e que elimina os subterfúgios nas relações humanas, trazendo melhores qualidades à bagagem da razão do espírito.
Nenhuma alma pode recuar do ponto em que já consolidou a sua consciência de "ser" e "existir"; tudo aquilo que já conquistou de bom e acumulou nas romagens físicas e astrais, vive-lhe perenemente na memória.
DO LIVRO: “MENSAGENS DO ASTRAL”
RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.
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