PERGUNTA: Em qualquer
circunstância o sofrimento é sempre um processo de purificação espiritual?
RAMATIS: O espírito de Deus cria
os seus filhos, como novos núcleos de consciências individuais, que se
aperfeiçoam através das formas planetárias e tornam-se miniaturas conscientes
no Cosmo. Deus é o “pano de fundo” de toda consciência humana; e este divino mistério
o homem só poderá compreender depois que se livrar definitivamente das formas
escravizantes da matéria e alcançar os mundos do conhecimento puro. Sem dúvida,
à medida que a alma evolui também se despersonaliza porque, extinguindo-se nela
a ilusão da separatividade, mais cedo se integra à Consciência Cósmica do Criador.
Daí o motivo por que as religiões consideram como virtudes todos os esforços e
aproveitamento espiritual que a alma empreende pelo seu mais breve progresso,
enquanto os pecados significam justamente tudo aquilo que retarda a ascensão
espiritual. E a Lei do Carma então funciona em seu mecanismo evolutivo,
acicatando aqueles que se retardam ao encontro da Luz, do que resulta uma: ação
dolorosa e desagradável, mas necessária para garantir o ritmo proveitoso da
ventura sideral.
Acontece que em suas encarnações, os espíritos produzem e incorporam
em suas vestes perispirituais fluidos tóxicos que são frutos de suas
desarmonias mentais e emotivas, os quais posteriormente precisam ser expurgados
a fim de não impedirem a ascensão para os altos níveis das regiões paradisíacas.
Assim como a ave enlameada não consegue alçar voo para usufruir a delícia do
Espaço sem limites, o perispírito também só consegue nivelar-se à frequência
vibratória angélica depois que se livra de suas impurezas astralinas.
O corpo carnal que é plasmado pelas energias primárias do
mundo terreno durante a materialização de suas sensações prazenteiras fortemente
animais, exige que a mente empregue o combustível energético adequado e capaz
de agir na mesma frequência vibratória inferior. Os resíduos desse combustível
astralino derivado da escória animal e que são produtos energéticos das faixas
vibratórias muito baixas, onde a mente precisa atuar, agregam-se e condensam-se
depois no tecido delicado do perispírito, reduzindo-lhe o padrão magnético específico.
Com o tempo, esses tóxicos ou resíduos perniciosos do submundo astral, ainda
aderidos ao perispírito, tendem a petrificar-se e assim impedir as relações
normais do espírito com o meio ambiente.
Então devem ser desagregados com toda brevidade possível,
para que a luz fulgurante da intimidade da alma possa fluir como divina profilaxia
sideral, asseando a delicada vestimenta perispiritual. Durante a decantação
desses resíduos deletérios, que se efetua nos charcos do astral inferior, ou quando
se transferem para o corpo carnal, é que então se produz a dor e o sofrimento
desagradáveis, mas sempre de salutar benefício para a alma. Eis a razão por que
certas religiões ensinam que a alma só alcança o céu depois que passa pelo purgatório,
devendo expurgar de si as crostas perniciosas, que o perispírito obscurecido
pelo pecado adquire em seus desequilíbrios psíquicos. Só depois de muita decantação
astralina no Além, ou de encarnações de expurgo na matéria, é que os espíritos
se livram da carga tóxica milenária, e que existência por existência se
transmite num fenômeno de verdadeira hereditariedade psíquica.
Do livro:
“Fisiologia da Alma” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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