...Nesse último caso, o irmão encarnado justifica-se,
sendo seu pensamento mais inconsciente: "não pratiquei o mal e sempre
cumpri com as obrigações de estudo e freqüência ao centro espírita." A
atividade na casa espírita se tornou um doce convívio social. São ocasiões em
que se preenche o horário vago, normalmente tedioso, e as senhoras bem trajadas e os senhores circunspectos, de
alto padrão financeiro e sem ocupação costumeira, rotineiramente se dirigem em
seus automóveis possantes para o grupo mediúnico, fechado e distante dos
encarnados doentes e tão problemáticos. Preferencialmente, para alguns médiuns e dirigentes,
que as manifestações psicofônicas dos irmãos do "lado de cá" sejam
suaves e poéticas, para não se cansar em demasia o delicado aparelho mediúnico
no breve encontro semanal. O Pai tudo provê e a caridade sempre se faz
presente. No mais das vezes, o maior beneficiado é exatamente o médium, já que muitos
desses irmãos foram beatos dedicados em outras vidas, de grande ociosidade no exercício do auxílio ao próximo e muito expostos aos
dogmas que deixaram os seus espíritos infantilizados, e agora têm o primeiro
contato com a mediunidade, decorrência da justa aplicação da Lei do Carma, mas
ainda recaem nos seus condicionamentos milenares.
A concepção do progresso por meio da passagem e do
aprendizado do espírito em mundos sucessivos não é de forma alguma uma hipótese
remota, e, para os ocultistas e esotéricos, sempre foi um fato fora de qualquer
dúvida, bem como o é para os espíritas, hinduístas, budistas, maçons,
rosa-cruzes, teósofos, umbandistas e espiritualistas em geral. Haveria sentido na Cosmogênese Divina se todos os planetas
de vosso sistema fossem idênticos? Diferem entre si não somente no aspecto mais
visível às vossas sondas espaciais, mas nas condições de equilíbrio entre o
princípio espiritual e a matéria correspondente, havendo harmonia como tudo no
Cosmo. Os mundos superiores, habitações diversas da escala ascensional, são
cada vez mais rarefeitos, menos grosseiros e mais sutis. Existe um impulso que
constantemente está levando os espíritos libertos do ciclo grosseiro da carne a
esses locais mais elevados, como se fossem ondas cíclicas que os impulsionam de
acordo com o estado vibratório atingido. É como se houvesse uma ruptura da
crisálida, libertando a borboleta que esteve prisioneira como lagarta
rastejante no solo - o espírito milenar retido no corpo carnal -, alçando-a
para o alto, para o voo perante a beleza de um jardim florido.
A evolução do homem não acontece em um único orbe,
numa única partícula do Cosmo. O corpo físico, o mais denso e grosseiro, é o primeiro
elo de que o princípio espiritual se liberta, continuando seu jornadear em
outras paragens, em outros planetas do Infinito cósmico. A vida no Além não é
isenta de mudança, de progresso e aperfeiçoamento constante nas mais variadas
latitudes do Universo. Embora os maiores efeitos sejam sentidos no Plano
Astral, vós tendes a oportunidade de trabalhar imediatamente as causas de
vossas mazelas ou felicidades, pois o estar no corpo físico é sublime
empréstimo divino para o burilamento íntimo, o equilíbrio da balança cármica. O
homem terrícola está no início da longa jornada evolutiva. A perfeição, a angelitude,
embora meta de longo alcance, inicia-se quando se submete aos sentimentos superiores
os impulsos primários e animalizados. Em outros orbes, atingir-se-á ápices de perfeição
ainda inimagináveis a vós. Imaginai essa vida completamente fora das grosseiras
percepções que tendes na carne. Concebei o zênite que se alcançará um dia na
escalada evolucional e tende a certeza de' que, nesse momento consciencial,
talvez vosso orbe não mais exista como o compreendeis na matéria. Os imensos
abismos do futuro nada são diante da vida imortal do espírito.
A grandeza do processo evolutivo traçado pelo Criador, as relações entre os diversos planetas e a interdependência existente já são suficientes para expor a imaginação comum a um exercício que põe à prova vossas atuais capacidades intelectivas e de abstração, tão apegadas às formas e à linearidade do conceito espaçotemporal.
A grandeza do processo evolutivo traçado pelo Criador, as relações entre os diversos planetas e a interdependência existente já são suficientes para expor a imaginação comum a um exercício que põe à prova vossas atuais capacidades intelectivas e de abstração, tão apegadas às formas e à linearidade do conceito espaçotemporal.
As consciências dos cidadãos se libertam gradativamente.
Os cientistas terrenos já identificaram no cérebro as áreas que fazem o contato
místico do homem com a totalidade do Universo. O mapeamento do modo de atuação
das sinapses e dos circuitos cerebrais que ativam os sentimentos ligados à
Espiritualidade e ao mecanismo do transe mediúnico levará a ciência
convencional a constatar que o ser humano está equipado e capacitado para ter
contato direto com o mundo extrafísico. Isso acarretará um diagnóstico de
certeza quanto às profundas alterações psicofisiológicas orquestradas pela
epífise ou glândula pineal. Este será o primeiro passo que levará a outros, à descoberta
do corpo etérico e do corpo astral, quando se dará grande avanço na
experimentação mediúnica por meio do envolvimento médico, impulsionando-se o
aspecto científico da Doutrina Espírita, tão esquecido no meio mais ortodoxo,
de ênfase religiosa ainda necessária para alguns, mas dispensável num futuro
próximo, onde haverá um equilíbrio no seu tríplice aspecto: filosofia, ciência
e religião.
DO LIVRO: “SAMADHI” RAMATÍS/NORBERTO PEIXOTO – EDITORA DO
CONHECIMENTO.
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