PERGUNTA: Para a aplicação da apometria ser bem sucedida
é essencial que o dirigente esteja apto a elaborar imagens mentais e
"sugestionar" o grupo. Considerando que somos naturalmente
desconcentrados, concluímos que nem todos se adaptam à dinâmica apométrica.
Nesses casos, podemos deduzir que há uma exigência de postura pessoal e
treinamento mental muito mais ativo do que a "mera" passividade mediúnica
tradicional, em que se espera os espíritos aproximarem-se da mesa no escuro, entre
cochilos e bocejos?
RAMATÍS: Sem
dúvida, para os trabalhos mágicos com apometria ser bem sucedidos, é de
fundamental importância que o operador encarnado tenha a capacidade mental para
movimentar as energias cósmicas e condensá-las, direcionando-as e controlando as
no plano astral, processo que é potencializado pelo apoio dos espíritos que dão
suporte ao agrupamento. Evidente que os princípios de criação das formas de
pensamento em que todos se apoiarão são os mesmos da magia de todos os tempos,
precisando o mago operante no plano material ter a disciplina e a concentração
mental necessárias para a "solidez" das imagens nas dimensões etérica
e astral.
Há de se salientar que a mente se oporá com acentuada
rebeldia às tentativas conscientes de treiná-la. Os artifícios inconscientes
irão das dores de cabeça e palpitações às agitações e dificuldade de
concentração, entre outras artimanhas próprias que acompanham o hábito
indisciplinado de pensar. A mente "julga" pelas impressões do corpo
mental concreto, arraigado aos padrões tradicionais que precisam dos estímulos
visuais e auditivos para reter-se por alguns minutos em atenção. É quase
impossível deter-se esse fluxo de pensamentos rebeldes, o que exigia dos
antigos iogues um esforço hercúleo de anos para conseguir esvaziar a mente de
forma disciplinada, com a força do ato volitivo consciente. Infelizmente, esse
treinamento é escasso nos dias de hoje, pois o que vemos na grande maioria dos
grupos de apometria é uma dificuldade enorme de concentração dos sensitivos, e raramente
a capacidade mental adestrada de criarem-se formas abstratas sem os estímulos sensórios
dos sentidos físicos convencionais. Na maioria das vezes, se não fossem as adestradas
mentes dos espíritos benfeitores que dão cobertura aos trabalhos apométricos, essas
lides seriam um fracasso.
A ansiedade e a agitação comuns no Ocidente são
corrosivas para o esvaziamento mental necessário à elaboração, nas dimensões
suprafísicas, de formas que amparem as energias que estão sendo condensadas.
Sendo assim, não existe muita diferença entre os cochilos e bocejos da mesa
mediúnica tradicional da habitual desconcentração agitada dos médiuns
apômetras. Em ambos os casos, a caridade acontece e lá está o plano espiritual
trabalhando arduamente. Por outro lado, assim como existem grupos concentrados
e dinâmicos na passividade mediúnica, localizados em mesas medi únicas penumbrosas,
também na apometria, entre contagens e estalos de dedos estridentes, muitos são
os operadores capazes e médiuns zelosos que procuram dar o máximo de si. Ao
apontardes as deficiências dos vossos irmãos de labores caridosos, não façais
qual o síndico ardiloso do edifício que avisa a todos que o vizinho de tal andar
possui um vazamento que está a provocar goteiras no apartamento de baixo,
"esquecendo-se" de divulgar o escapamento na tubulação de gás da sua
cozinha, que pode explodir a qualquer momento.
Do livro: “Vozes de
Aruanda” Ramatís e Babajiananda/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento.
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