PERGUNTA: Para a nossa melhor compreensão
espiritual, poderíeis dar-nos alguns exemplos dessa influência emotiva e mental
do "mantra"?
RAMATÍS: Ante a palavra "guerra", por exemplo, que poderíamos
considerar um "mantra" negativo e fatídico, o homem desata na mente
uma série de imagens e lembranças mórbidas, como soldados esfrangalhados,
desgraça, sangue, morte, hospitais e bombas, O tema "guerra" ainda
associa outras evocações amargas ou quadros temerosos de carestia da vida, convocação
de filhos ou netos, falta de gêneros alimentícios, epidemias, desempregos,
cidades em ruínas! Obviamente, uma simples palavra pode desencadear no
psiquismo humano quadros mórbidos de toda espécie. Aliás, conforme assegura a
medicina moderna, essa disposição mental também produz na criatura as mais
variadas modificações na corrente sangüínea, endocrínica, linfática e nervosa.
Movem-se os músculos, refletindo no rosto a tristeza, a angústia e o medo; mobilizam-se
os hormônios, líquidos, sucos e ingredientes químicos para atender às zonas corporais,
cujo metabolismo orgânico perturba-se pelo desagradável estado de espírito.
Ainda
há pouco tempo a humanidade terrena comprovou o efeito terrificante dos
"mantras" negativos e malévolos, quando o Nazismo divulgou pela
Alemanha fórmulas, distintivos, insígnias e símbolos, que, tanto pela imagem
como verbalmente, visavam despertar as emoções belicosas dos alemães. A cruz
suástica funcionou como um poderoso dinamizador sob a tonalidade primária, excitante
e física da cor vermelha; os uniformes negros dos "SS" evocavam no
subconsciente das criaturas as próprias forças trevosas, que alimentam e
compõem a "egrégora" infernal do mundo diabólico! Tudo isso acicatou
o temperamento belicoso e destrutivo do povo alemão, despertando mágoas, ressentimentos,
prejuízos e humilhações sofridas na vida humana e ansiosos de desforra contra
as demais nações. Os povos vencidos pagaram duramente o transbordamento mórbido
dos nazistas, onde os crimes bárbaros e bestiais figuraram à conta de
saneamento louvável, como no caso dos judeus! Adolf Hitler, mediunizado pelos
mentores das Sombras, usou e abusou da força da palavra no evento nazista,
praticando o "feitiço verbal" mais chocante e pernicioso na história do
mundo. Mas, em sentido oposto e positivo, a palavra "paz" é maravilhoso
"mantra" que produz um estado de espírito eufórico, agradável,
sedativo e jubiloso, principalmente entre as mães, porque alimenta ideias e
imagens confortantes, esperançosas e otimistas, associando a segurança, tranquilidade
e alegria de viver! É palavra amiga e inofensiva, que recebe o alento e a
energia criadora dos pacifistas, instrutores espirituais, discípulos do bem e
amigos do Cristo! Assim
como a palavra de maldição semeia amarguras e perturba a pessoa visada, o vocábulo
"guerra" é de ação enfeitiçante sobre uma coletividade, despertando
medo, aflições e depressão
psíquica. E a bênção, quando dinamiza energias salutares e consoladoras num
indivíduo, também equivale à palavra mantrânica "Paz", que dissipa no
espírito as apreensões futuras, os temores mórbidos e reergue o ânimo para a
construtividade futura!
PERGUNTA:
- Qual
é o "mantra" de maior importância já consagrado pelo tempo, no seio
de nossa humanidade?
RAMATÍS: Há "mantras" universais, cujos sons e vibrações
identificam a mesma idéia-mater em toda a face do orbe. É o caso do vocábulo
"AUM", que se pronuncia mais propriamente "OM", pois é um
"mantra" poderoso em qualquer latitude geográfica. No seu ritmo iniciático,
é a representação universal da própria idéia de Deus, a Unidade, o Absoluto! Na
sua expressão idiomática elevada do mundo, ele tem por função associar, tanto
quanto possível, na sua repercussão vibratória, o "máximo" sensível
do espírito do homem da essência eterna e infinita de Deus! Os monges brancos do Himalaia,
criaturas condicionadas a uma vivência sublime, frugais e vegetarianos, cuja
glândula pineal funciona ativamente na comunicação sadia com o mundo espiritual,
quando recitam o "mantra" "AUM" alcançam tal "clímax"
vibratório, que se sentem imersos no plano edênico!
Enquanto,
na Ásia, a palavra Buda é um poderoso "mantra" de evocação esotérica
e o nome de Crishna significa o mesmo na Índia, o vocábulo Cristo representa a
mais alta expressão mantrânica para o homem ocidental despertar no seu espírito
as virtudes do amor, da renúncia, bondade e pureza. Os iniciados que sabem dar
curso à vibração sonora sideral do vocábulo "Cristo" também mergulham
num estado de expectativa cósmica, tomados de júbilo, esperança e imunes às
vicissitudes e crueldades do mundo. Os cristãos deixavam trucidar-se nos circos
romanos, entoando o cântico "Ave Cristo"; muitos deles desencarnavam
completamente anestesiados e em êxtase, apenas sob o efeito sonoro vibratório
ou mantrânico dessa palavra sublime!
A
palavra "Agnus Dei" nada tem de excepcional quando pronunciada
comumente entre os homens profanos; mas é um "mantra" de imponente
beleza e misteriosa magia sobre os fiéis, quando o sacerdote a recita sob o
coro de vozes acompanhantes e a consagra na elevação do cálice sagrado. A
Igreja seria um dos maiores viveiros de milagres, caso os seus crentes
soubessem aproveitar as energias criadoras que despertam pela sonoridade dinamizadora
de certos "mantras", evocados durante as cerimônias religiosas
católicas. A convergência de sentimentos e pensamentos elevados de todos os
presentes compõe a "egrégora" sublime alimentada pelos
"mantras" de energias poderosas. Sem dúvida, ao término de cada missa
os estropiados abandonariam suas muletas e os enfermos dariam gritos de júbilo
ante as curas miraculosas no seio da própria nave!
Do Livro: “Magia de Redenção”
Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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