Sabedoria Ramatis

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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Enfeitiçamento verbal – IV






PERGUNTA: - Então há fundamento na praga ou maldição, que é um acontecimento oposto à bênção, e até algo frequente entre as criaturas mais primitivas?
RAMATÍS:  Há pouco explicamos que a criatura, quando abençoa, expressa-se num gesto sereno, simpático, agradável e cativante, como reflexo exterior do sentimento magnânimo que lhe vai na alma! Mas tudo se modifica quando ela maldiz, porque então mobiliza energias inferiores e agressivas, que revelam o seu estado espiritual de ira, turbulência e desatino espiritual, numa aparência repulsiva e atrabiliária.
O praguejador crispa as mãos e os olhos fuzilam despedindo faíscas de ódio; dilatam-se as narinas sob o arfar violento do amor-próprio ferido, ou entorce-se o canto dos lábios sobre os dentes cerrados! A fisionomia fica congesta e retesada, delineando o "facies" animal na sua fúria destruidora. Sem dúvida, há pessoas que também maldizem ou rogam pragas tão despercebidamente, como a usina elétrica projeta a sua força mortífera e silenciosa através dos diversos transformadores que a conduzem até o objetivo final. Mas a carga pensada e concentrada sob uma vontade diabólica e fria, assim como o veneno, disfarça-se e mata no copo de água cristalina, é o feitiço silencioso e de força penetrante como a rosca sem fim! Consoante as leis de afinidade energética, esse feitiço mental e verbal, além do seu impulso original, alimenta-se, dia a dia, sob o pensamento perverso da pessoa extremamente vingativa. No entanto, a praga ou a maldição proferida abertamente pela pessoa temperamental e sem controle emotivo, é impulso mais inofensivo do que a carga enfeitiçante e destruidora, que se forja lenta e calculadamente no quimismo do laboratório consciente mental. E o povo então considera inofensiva a praga que sai da "boca pra fora", mas arrepia-se quando ela parte do coração!

PERGUNTA: - Como se explica isso?
RAMATÍS:  Há pragas e maldições que são frutos de uma construção mental demorada, cozidas a "fogo lento" e avivadas, dia a dia, sob a nutrição odiosa de um amor-próprio orgulhoso e vingativo. Elas se alimentam no calculismo mental frio e criminoso de destruir o adversário. "A vingança é a delícia dos deuses", disse certo imbecil na Terra, provavelmente acometido de alguma crise mórbida, que o fez ignorar o sofrimento atroz espiritual e próprio dos vingativos, depois de sua morte física!
Aliás, não, é preciso ser um mago para concentrar a desgraça na palavra que maldiz o próximo; basta ser um homem perverso! Mas, enquanto as pragas forjadas da "boca pra fora" são instintivas, como as avezitas que tombam desamparadas dos ninhos ao iniciar o seu voo indeciso, a maldição consciente é força tão diabólica, que arrasa a vítima indefesa e massacra o seu próprio autor imprudente!
Do Livro: “Magia De Redenção” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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