PERGUNTA:
- Então há fundamento na praga ou maldição, que é um acontecimento oposto à
bênção, e até algo frequente entre as criaturas mais primitivas?
RAMATÍS: Há pouco explicamos que a criatura, quando abençoa, expressa-se
num gesto sereno, simpático, agradável e cativante, como reflexo exterior do
sentimento magnânimo que lhe vai na alma! Mas tudo se modifica quando ela
maldiz, porque então mobiliza energias inferiores e agressivas, que revelam o
seu estado espiritual de ira, turbulência e desatino espiritual, numa aparência
repulsiva e atrabiliária.
O
praguejador crispa as mãos e os olhos fuzilam despedindo faíscas de ódio;
dilatam-se as narinas sob o arfar violento do amor-próprio ferido, ou
entorce-se o canto dos lábios sobre os dentes cerrados! A fisionomia fica
congesta e retesada, delineando o "facies" animal na sua fúria destruidora.
Sem dúvida, há pessoas que também maldizem ou rogam pragas tão despercebidamente,
como a usina elétrica projeta a sua força mortífera e silenciosa através dos diversos
transformadores que a conduzem até o objetivo final. Mas a carga pensada e
concentrada sob uma vontade diabólica e fria, assim como o veneno, disfarça-se
e mata no copo de água cristalina, é o feitiço silencioso e de força penetrante
como a rosca sem fim! Consoante as leis de afinidade energética, esse feitiço
mental e verbal, além do seu impulso original, alimenta-se, dia a dia, sob o
pensamento perverso da pessoa extremamente vingativa. No entanto, a praga ou a
maldição proferida abertamente pela pessoa temperamental e sem controle
emotivo, é impulso mais inofensivo do que a carga enfeitiçante e destruidora,
que se forja lenta e calculadamente no quimismo do laboratório consciente mental.
E o povo então considera inofensiva a praga que sai da "boca pra
fora", mas arrepia-se quando ela parte do coração!
PERGUNTA:
- Como se explica isso?
RAMATÍS: Há pragas e maldições que são frutos de uma construção mental demorada,
cozidas a "fogo lento" e avivadas, dia a dia, sob a nutrição odiosa
de um amor-próprio orgulhoso e vingativo. Elas se alimentam no calculismo mental
frio e criminoso de destruir o adversário. "A vingança é a delícia dos
deuses", disse certo imbecil na Terra, provavelmente acometido de alguma
crise mórbida, que o fez ignorar o sofrimento atroz espiritual e próprio dos vingativos,
depois de sua morte física!
Aliás,
não, é preciso ser um mago para concentrar a desgraça na palavra que maldiz o próximo;
basta ser um homem perverso! Mas, enquanto as pragas forjadas da "boca pra
fora" são instintivas, como as avezitas que tombam desamparadas dos ninhos
ao iniciar o seu voo indeciso, a maldição consciente é força tão diabólica, que
arrasa a vítima indefesa e massacra o seu próprio autor imprudente!
Do Livro: “Magia De Redenção”
Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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