Sabedoria Ramatis

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domingo, 12 de janeiro de 2014

O semeador - V


           (Mateus, 13:1-23; Marcos, 4:1-20 e Lucas, 8:4-15)

PERGUNTA:  Ainda poderíeis explicar-nos, de modo mais descritivo, a  amplidão do simbolismo da semente, como identificação da mensagem espiritual  transmitida por Jesus?

 RAMATÍS:  Evidentemente, ao referir-se à configuração, vitalidade e ao  poder da semente, Jesus ainda a comparava ao próprio movimento evangélico de libertação  do homem terrícola. 
O Cristianismo, alicerçado nos preceitos definitivos do Evangelho,  significava a messe de conforto e salvação dos homens na luta pela libertação das algemas  da animalidade. Ele era um dos semeadores laboriosos no campo da alma humana,  enquanto a semente identificava o símbolo mais perfeito da mensagem crística em  elaboração no árido e heterogêneo solo da existência física. O Cristianismo, qual amostra sutilíssima do "reino de Deus", pode ser cultivado  pelo espírito apesar da matéria, assim como a semente em solo fértil cresce e transforma-se
no arvoredo majestoso. A doutrina do Cristo diz mais respeito aos enfermos cármicos e  desventurados, assim como a árvore gerada pela semente também é capaz de amparar à sua  sombra amena, tanto os seres santificados como os perversos. A pequenina semente que foi  lançada no solo físico pela generosidade e o estoicismo do Divino Semeador germinou,  emitiu raízes de sua segurança física, cresceu, floresceu  e transformou-se na planta  generosa, cujos ramos benfeitores estendem-se até o vosso século, amparando as criaturas  mais heterogêneas e dos mais contraditórios estados espirituais. Sem dúvida, a árvore do Cristianismo, hoje desenvolvida, oferece generosa galharia  bem enfolhada e protetora, mas também apresenta as parasitas indesejáveis no seu tronco  benfeitor, como são os movimentos religiosos personalizados e politizados, e de pouca  semelhança com o potencial e a qualidade original da semente primitiva.

O Catolicismo e  os demais credos protestantes, que derivaram do Cristianismo puro de Jesus, pouco se  parecem com os ensinamentos de afabilidade, tolerância e simplicidade da semente original  da doutrina, ora em face da pragmática ciosa e separatista, ora diante do fausto ou da luta  pelo domínio da política do mundo. A natureza tão sadia  e universalista da semente  iniciática do Cristianismo, dificilmente pode ser identificada no aspecto exterior do  arvoredo crescido e sufocado por excrescências artificiais e algo aniquilado pelo  vampirismo parasitário. Mas como Deus é uma força a atuar no âmago de toda vida, um dia  esta árvore florescerá no máximo esplendor de sua seiva benfeitora, garantindo nova messe  de frutos sazonados e saborosos. 
Embora se verifique um enfolhamento anômalo  quantitativo e qualitativo nas religiões que se inspiraram no Cristianismo, a gêmula,  contudo, continua sendo a evangélica original, e que um dia despontará como a árvore bela  e hígida, livre dos enxertos de inferior qualidade, que se fixaram na forma de parasitas  atrofiantes. 

Do livro: "O Evangelho À Luz Do Cosmo" Ramatís/Hercílio Maes - Editora do Conhecimento.

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