PERGUNTA:
- Que se deve fazer com as pessoas que se apresentam todos os dias nos centros
espíritas, rogando a oportunidade de desenvolvimento mediúnico?
RAMATÍS:
- Nem todas as pessoas que se apresentam às reuniões
espíritas com o fito de desenvolver sua mediunidade a conselho de outros, são
realmente médiuns ou requerem esse desenvolvimento imediato. Já dissemos que
muitos confundem manifestações fisiológicas com faculdades mediúnicas; doutra
feita trata-se de enfermos; precisam mais de assistência espiritual, do
medicamento, do passe e do conselho, do que mesmo de sentar-se à mesa espírita
para fenomenologia mediúnica.
É
de pouca valia o desenvolvimento mediúnico na criatura que ainda não exercitou a
paciência, não desenvolveu a bondade, nem perdoou os seus adversários; e ainda
é intrigante, caprichosa ou ociosa. Sem dúvida, tal médium há de ser um tropeço
entre aqueles que levam a sério sua responsabilidade mediúnica e desejam
aproveitar todos os momentos disponíveis para o seu engrandecimento espiritual.
Algumas vezes os candidatos a médiuns confundem hipersensibilidade mediúnica com
a sua própria irascibilidade, descontentamento, amor-próprio, ressentimentos ou
mau gênio, atribuindo aos espíritos desencarnados a culpa de suas próprias
mazelas espirituais.
Deste
modo, aqueles que se apresentam nos centros ou nas reuniões espíritas buscando
o desenvolvimento mediúnico, em primeiro lugar devem avaliar o seu grau de paciência,
tolerância, renúncia e perseverança em assistir os trabalhos medi únicos, para então
auferir os conhecimentos ali divulgados, corrigir sua conduta moral e
afeiçoar-se aos demais conhecimentos do Espiritismo. É indubitável que o médium
não poderá beneficiar o próximo, se antes de tudo recusa-se ao burilamento
interior, à leitura espiritista e afasta-se do contato benfeitor com os
espíritos bons.
Os
passes magnéticos, as vibrações amorosas dos espíritos guias e as relações incessantes
com os componentes dos grupos espiritistas sempre ajudam o candidato a médium a
recuperar-se das perturbações espirituais e assim sentar-se à mesa espírita
para o devido desenvolvimento mediúnico. Daí, pois, a conveniência do mesmo
fazer um pequeno "estágio" de reconhecimento e afinidade para com o
grupo de pessoas a que vai submeter se num
serviço de intimidade espiritual, onde suas qualidades e seus defeitos virão à superfície
atraídos pelas condições hipersensíveis do meio espírita. A mediunidade é como o
"fio d'água"avançando lentamente por entre os escolhos da superfície
do mundo, mas encorpando-se e tornando-se cada vez mais útil e generoso, tanto
quanto exercita-se no esforço de se "desenvolver" até o curso do rio
benfeitor.
PERGUNTA:
- Quais seriam as virtudes mínimas para um bom médium e um bom desenvolvimento
mediúnico?
RAMATÍS:
- Desnecessário vos dizer que a bondade, a tolerância e
a ternura são as principais virtudes que aproximam do médium os espíritos
benfeitores e amorosos; no entanto, o mandato mediúnico ainda exige para o seu bom
êxito outras qualidades que burilam e engrandecem a criatura no serviço cristão
em favor do próximo. O médium deve ser
sigiloso, discreto e perseverante, a fim de resguardar aquilo que por vezes lhe
é transmitido de modo confidencial e que, por piedade, não deve ser divulgado.
Sem dúvida, o estudo incessante das obras espiritistas formará a base segura do
discernimento do médium, facultando o ensejo dele receber mensagens de
entidades elevadas e condutoras de homens. Quanto ao desenvolvimento mediúnico
favorável, ele pede cuidados desde a alimentação até a higiene psíquica,
porquanto a saúde psicofísica do candidato é fator preponderante na composição
dos fluidos magnéticos e vitais que lhe alicerçam o intercâmbio mediúnico.
Cumpre-lhe afastar-se dos ambientes viciosos, infestados de entidades
malfeitoras e de baixos apetites do astral inferior; evitar os excessos alcoólicos
e do fumo, assim como abster-se de alimentação carnívora. Os fluidos exsudados
pela carne do animal sacrificado são de natureza mórbida, impregnados da
angústia e do sofrimento.
Misturam-se
às vibrações sensíveis do espírito do médium e assim lhe obscurecem o campo magnético
do contato perispiritual com os desencarnados de boa índole. Sob tal condição predomina
o animismo do candidato em desenvolvimento, ou faculta a ação mediúnica dos espíritos
zombeteiros ou turbulentos, que tudo fazem para impedir o crescimento dos ensejos
que libertam a humanidade dos grilhões inferiores. E, finalmente, o bom filho,
bom irmão, bom esposo e bom cidadão, sempre há de ser um bom médium.
Do livro: “Elucidações do Além” Ramatís/Hercílio Maes –
Editora do Conhecimento.
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