Sabedoria Ramatis

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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Aspectos singulares das sessões mediúnicas – 10ª (Parte final).










PERGUNTA: - Que se deve fazer com as pessoas que se apresentam todos os dias nos centros espíritas, rogando a oportunidade de desenvolvimento mediúnico?





RAMATÍS: - Nem todas as pessoas que se apresentam às reuniões espíritas com o fito de desenvolver sua mediunidade a conselho de outros, são realmente médiuns ou requerem esse desenvolvimento imediato. Já dissemos que muitos confundem manifestações fisiológicas com faculdades mediúnicas; doutra feita trata-se de enfermos; precisam mais de assistência espiritual, do medicamento, do passe e do conselho, do que mesmo de sentar-se à mesa espírita para fenomenologia mediúnica.

É de pouca valia o desenvolvimento mediúnico na criatura que ainda não exercitou a paciência, não desenvolveu a bondade, nem perdoou os seus adversários; e ainda é intrigante, caprichosa ou ociosa. Sem dúvida, tal médium há de ser um tropeço entre aqueles que levam a sério sua responsabilidade mediúnica e desejam aproveitar todos os momentos disponíveis para o seu engrandecimento espiritual. Algumas vezes os candidatos a médiuns confundem hipersensibilidade mediúnica com a sua própria irascibilidade, descontentamento, amor-próprio, ressentimentos ou mau gênio, atribuindo aos espíritos desencarnados a culpa de suas próprias mazelas espirituais.

Deste modo, aqueles que se apresentam nos centros ou nas reuniões espíritas buscando o desenvolvimento mediúnico, em primeiro lugar devem avaliar o seu grau de paciência, tolerância, renúncia e perseverança em assistir os trabalhos medi únicos, para então auferir os conhecimentos ali divulgados, corrigir sua conduta moral e afeiçoar-se aos demais conhecimentos do Espiritismo. É indubitável que o médium não poderá beneficiar o próximo, se antes de tudo recusa-se ao burilamento interior, à leitura espiritista e afasta-se do contato benfeitor com os espíritos bons.
Os passes magnéticos, as vibrações amorosas dos espíritos guias e as relações incessantes com os componentes dos grupos espiritistas sempre ajudam o candidato a médium a recuperar-se das perturbações espirituais e assim sentar-se à mesa espírita para o devido desenvolvimento mediúnico. Daí, pois, a conveniência do mesmo fazer um pequeno "estágio" de reconhecimento e afinidade para com o grupo de pessoas a que vai submeter se num serviço de intimidade espiritual, onde suas qualidades e seus defeitos virão à superfície atraídos pelas condições hipersensíveis do meio espírita. A mediunidade é como o "fio d'água"avançando lentamente por entre os escolhos da superfície do mundo, mas encorpando-se e tornando-se cada vez mais útil e generoso, tanto quanto exercita-se no esforço de se "desenvolver" até o curso do rio benfeitor.




PERGUNTA: - Quais seriam as virtudes mínimas para um bom médium e um bom desenvolvimento mediúnico?





RAMATÍS: - Desnecessário vos dizer que a bondade, a tolerância e a ternura são as principais virtudes que aproximam do médium os espíritos benfeitores e amorosos; no entanto, o mandato mediúnico ainda exige para o seu bom êxito outras qualidades que burilam e engrandecem a criatura no serviço cristão em favor do próximo. O médium deve ser sigiloso, discreto e perseverante, a fim de resguardar aquilo que por vezes lhe é transmitido de modo confidencial e que, por piedade, não deve ser divulgado. Sem dúvida, o estudo incessante das obras espiritistas formará a base segura do discernimento do médium, facultando o ensejo dele receber mensagens de entidades elevadas e condutoras de homens. Quanto ao desenvolvimento mediúnico favorável, ele pede cuidados desde a alimentação até a higiene psíquica, porquanto a saúde psicofísica do candidato é fator preponderante na composição dos fluidos magnéticos e vitais que lhe alicerçam o intercâmbio mediúnico. Cumpre-lhe afastar-se dos ambientes viciosos, infestados de entidades malfeitoras e de baixos apetites do astral inferior; evitar os excessos alcoólicos e do fumo, assim como abster-se de alimentação carnívora. Os fluidos exsudados pela carne do animal sacrificado são de natureza mórbida, impregnados da angústia e do sofrimento.

Misturam-se às vibrações sensíveis do espírito do médium e assim lhe obscurecem o campo magnético do contato perispiritual com os desencarnados de boa índole. Sob tal condição predomina o animismo do candidato em desenvolvimento, ou faculta a ação mediúnica dos espíritos zombeteiros ou turbulentos, que tudo fazem para impedir o crescimento dos ensejos que libertam a humanidade dos grilhões inferiores. E, finalmente, o bom filho, bom irmão, bom esposo e bom cidadão, sempre há de ser um bom médium.




Do livro: “Elucidações do Além” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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